A energia do campo: como a Agrovoltaica está impulsionando a produção sustentável no Brasil
As usinas fotovoltaicas vêm ganhando espaço na matriz energética brasileira desde 2012 quando foi publicada a primeira resolução normativa (REN 482/2012) pela ANEEL regulamentando a geração distribuída cuja fonte dominante é a solar. De lá para cá, mais de 1,8 milhão de usinas solares foram conectadas na rede elétrica das distribuidoras de energia fornecendo uma potência de aproximadamente 19.7GW
Essa crescente demanda por energia renovável no Brasil tem impulsionado a adoção de práticas sustentáveis também no agronegócio, sendo uma das mais promissoras a chamada Agrovoltaica, que consiste na combinação da produção agrícola com a geração de energia solar em uma mesma área.
A Agrovoltaica é uma técnica ja utilizada em países como Alemanha e França, mas ainda é relativamente nova no Brasil, ganhando maior destaque nos últimos dois anos, entretanto, especialista apontam que ela tem grande potencial no país, visto extensão territorial da zona rural, o alto índice de irradiação solar e o elevado custo com energia elétrica, que mesmo com os benefícios e incentivos nas tarifas energéticas acabam por impactar o preço dos alimentos para o consumidor final.
A técnica funciona por meio da instalação de painéis solares sobre estruturas que protegem as plantações do sol e da chuva, como estufas e telhados de galpões. Dessa forma, além de gerar energia limpa, os painéis também ajudam a reduzir a evaporação da água e a proteger as plantas contra condições climáticas extremas. No setor avícola esta prática também vem se expandindo com a utilização de sistemas solares fotovoltaicos instalados nos telhados das granjas que apresentam elevado custo com iluminação artificial e climatização.
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Um dos principais benefícios da agrovoltaica é a diversificação da renda do produtor rural. Com a economia na conta de energia gerada pelo sistema solar, agricultor consegue fazer investimentos em sua propriedade ou em outros negócios, obtendo uma fonte adicional de receita. Além disso, a técnica também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, ajudando o país a cumprir suas metas de ESG.
Embora ainda seja uma prática pouco difundida no Brasil, a agrovoltaica já começa a despertar o interesse de produtores rurais e investidores. Em Minas Gerais, por exemplo, um projeto piloto de agrovoltaica está sendo desenvolvido em uma fazenda que cultiva café. Já em Santa Catarina, uma cooperativa de agricultores está estudando a viabilidade de adotar a técnica em suas propriedades.
A expectativa é que nos próximos anos a agrovoltaica se torne uma prática cada vez mais comum no país, impulsionando a geração de energia limpa e sustentável e contribuindo para o desenvolvimento de uma agricultura mais eficiente e responsável com o meio ambiente.
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