Energia Renovável na Matriz Energética Brasileira
O país que almeja a posição de economia sustentável deve ter sua matriz energética advinda substancialmente de fontes renováveis.
A sustentabilidade de uma economia está atrelada à sua capacidade de geração e consumo de energia. O Brasil possui vantagens surpreendentes na composição de sua matriz energética. Porém, cabe ao governo a administração e regulação do desenvolvimento sustentável de sua matriz energética.
No mundo, há poucos países que podem suprir suas necessidades energéticas de forma limpa e renovável, e isso não depende apenas da riqueza econômica. A França, por exemplo, obtém mais de 70% de sua energia advinda da reação nuclear, que, embora limpa, gera impactos ambientais e sociais. Uso de energia renovável não só auxilia no desenvolvimento econômico, como também contribui para a redução dos gases do efeito estufa. Pois, fontes renováveis como eólica, hidráulica e solar, não emitem dióxido de carbono. Quanto mais renovável for a fonte, mais descarboniza será o meio ambiente do país.
O Brasil está na vanguarda da geração e consumo de energias verdes
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Neste aspecto, o Brasil está na vanguarda da geração e consumo de energias verdes. Este gera mais de 50% de seu consumo a partir de recursos hídricos e 35% de fontes eólicas e solares. O país já ultrapassou as metas para 2030 do acordo de Paris, que estabeleceu a redução de no mínimo 50% das emissões de carbono entre os assinantes do acordo. O Brasil, então, deve utilizar seus vastos recursos naturais como ativos geradores de emprego e renda. O crédito de carbono é um instrumento de mitigação das emissões carbônicas para países poluentes. O Brasil pode figurar como principal fornecedor desses créditos. Já existem regiões na mata atlântica e no cerrado brasileiro onde é mais vantajoso preservar que explorar. O uso do etanol puro e misturado com a gasolina também reduziu consideravelmente as emissões do setor do transporte, que emite 25% das emissões de gases poluentes. As energias renováveis, no Brasil, estão sendo utilizadas em quase todos os setores. Segurança, diversificação e fontes energéticas renováveis são fatores-chave para a sustentabilidade da economia e para descarbonização global.
Porém, algumas fontes energéticas geram impactos socioambientais. A implantação de uma usina hidráulica, por exemplo, vem acompanhada com a devastação de áreas rurais e urbanas. Usinas eólicas, embora exijam menos terreno, fazem barulho durante a geração. Usinas de Placas solares exigem vasta quantidade de terreno. Esses são ônus que o poder e o interesse público devem considerar. A Análise do Impacto Regulatório é uma ferramenta utilizada previamente à execução de projetos de grande impacto. Ela deve ser feita com critérios rígidos, total transparência e com a participação dos diversos atores sociais envolvidos no projeto.
O Brasil deve continuar os investimentos em fontes renováveis de energia. Cabe ao governo, através de suas agências reguladoras, a promoção e a regulação desses novos investimentos.