Energia renovável: um guia para você ficar por dentro do assunto

Energia renovável: um guia para você ficar por dentro do assunto

A energia renovável é uma alternativa promissora para a energia que vem de combustíveis fósseis. O melhor de tudo: está se consolidando cada vez mais no Brasil. Entenda!

Dando continuidade ao tema de Arquitetura e Sustentabilidade, hoje quero trazer informações mais detalhadas sobre energia renovável.

Energia renovável é uma das chaves para transformar o setor energético com sustentabilidade ambiental e promover impactos positivos em nosso dia a dia. Por isso, entender e se aprofundar nesse tema é uma tarefa indispensável.

A seguir, você entenderá o que é energia renovável, qual é sua história, qual é sua importância, quais são as fontes e tipos de energia renovável, o panorama brasileiro desse setor, entre outras informações.

O que é energia renovável?

Energia renovável é a energia obtida a partir de recursos renováveis, ou seja, recursos que não se esgotam. Mas, afinal, o que é um recurso que não se esgota?

Dois exemplos desse tipo de recurso são o sol e a água da chuva, ações da natureza que não precisam da interferência humana para existir e têm um ciclo contínuo e próprio para se renovar.

Existem diversos recursos que são finitos, como os derivados do petróleo. Por isso, a ideia da energia renovável é optar por fontes naturais que se renovam constantemente.

Alguns exemplos de energia renovável são: hídrica (água), solar (sol), eólica (vento), de biomassa (matéria orgânica), maremotriz (marés e ondas) e geotérmica (o calor que vem do interior da Terra).

Porém, apesar de serem renováveis, essas fontes dependem de ciclos naturais que podem levar tempo para se renovarem de fato. Um exemplo disso são os períodos de seca, que impactam a geração das hidrelétricas.

A história da energia renovável

Você sabe como surgiu a ideia de buscar recursos renováveis? Vou te contar!

A energia renovável tem um apelo inovador, mas a verdade é que o ser humano testa alternativas de energia há muito tempo. A própria descoberta do fogo pode ser considerada um início da exploração de energia pelo ser humano.

Desde então, passamos por inúmeros experimentos envolvendo raios, pilhas e lâmpadas incandescentes até chegarmos à descoberta de novas matérias-primas, como o calor oriundo da queima de combustíveis.

Foi a partir da Revolução Industrial que começamos a utilizar o carvão e outros combustíveis fósseis como fonte de energia – até a Crise do Petróleo, na década de 1970.

A limitação do acesso ao petróleo e à extração dos recursos da natureza trouxeram grandes consequências socioambientais e econômicas. O sistema baseado em fontes não renováveis precisava de uma alternativa.

Com isso, cada vez mais a humanidade passou a buscar recursos renováveis na natureza, ou seja, recursos com poucas chances de extinção.

A partir daí, fontes de energia renovável passaram a se popularizar no mundo inteiro e o Brasil apostou no investimento do etanol!

Energia renovável e não renovável: entenda as diferenças

Quando dizemos que uma energia não é renovável, significa que a natureza demora muito tempo para repor o recurso – ou nem o repõe!

Com isso, acabamos esgotando recursos e a lacuna que é gerada na natureza pode ser severa.

Há desequilíbrio da fauna e da flora, mudanças climáticas irreversíveis e outras consequências nocivas ao meio ambiente. Logo, a qualidade de vida das pessoas também é afetada.

Grande parte das energias não renováveis tem como fonte os combustíveis fósseis, como é o caso do petróleo, do carvão mineral e do gás natural – ou mesmo do urânio, recurso usado pela energia nuclear, que gera resíduos tóxicos e não reutilizáveis.

Além disso, a energia nuclear ainda pode oferecer graves riscos à saúde humana e à natureza, devido aos riscos de vazamento, como nos acidentes ocorridos em Chernobyl (1986) e Fukushima (2011).

Por que a energia renovável é importante?

A história nos responde: o uso exclusivo de modalidades não renováveis de energia pode acarretar consequências nocivas ao meio ambiente e à sociedade.

Dentre essas consequências, podemos citar, por exemplo:

  • Aumento das emissões de gases do efeito estufa (GEEs) pela queima de combustíveis fósseis. Esses gases, como o CO2, intensificam as mudanças climáticas;
  • Aumento das chuvas ácidas nas grandes metrópoles, pela queima de dióxido de enxofre. A consequente poluição atmosférica ainda afeta significativamente a qualidade de vida das pessoas por doenças pulmonares e infecções respiratórias;
  • Vazamentos de petróleo e de óleos nos oceanos, causando sérios impactos à vida aquática, entre outros.

Com tudo isso, a energia renovável passou a ter cada vez mais importância, pois, além de se mostrar sustentável, ela também:

  • É um tipo de energia que reduz os impactos ambientais;
  • Começou a gerar maior retorno econômico, pela mudança do olhar de investidores;
  • Proporcionou a universalização do acesso à energia, devido às fontes renováveis;
  • Tornou-se uma oportunidade para projetos de inovação e geração de empregos.

Ou seja: a importância da energia renovável está relacionada ao desenvolvimento econômico, social e ambiental.

Quais são as fontes de energia renovável?

Como já citei anteriormente, as principais fontes de energia renovável são o sol, o vento, a água de rios, as marés e ondas, a matéria orgânica e o calor proveniente do interior da Terra.

Saiba mais sobre elas:

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Qual é a melhor fonte de energia renovável?

A comparação entre os tipos de fonte de energia renovável precisa levar em conta diversos fatores, portanto, não é possível eleger uma “campeã” em termos de benefícios.

Todas elas têm suas vantagens e desafios, como a variabilidade (a fonte pode não ser oferecida constantemente), o custo de produção (que pode ser elevado) e a região em que pode ser desenvolvida.

Por exemplo, nem sempre há vento suficiente para gerar energia eólica; para a energia solar, o custo de placas solares pode ser alto e a incidência solar do local. A energia geotérmica, por sua vez, depende de uma área com alta atividade vulcânica.

Nessa comparação, todas as fontes de energia renovável saem ganhando por serem ambientalmente interessantes e estarem recebendo cada vez mais investimentos.


Quais são os tipos de energia renovável?

Cada fonte de energia renovável é processada de uma maneira específica. No fim, todas elas resultam em eletricidade.

Energia solar

A energia solar é captada pela incidência da luz do sol em painéis solares fotovoltaicos, que transformam essa luz em energia elétrica por meio de um equipamento chamado inversor solar.

Uma das soluções que usa a energia solar é a geração distribuída. Já ouviu falar? É uma alternativa sustentável e econômica para os consumidores.

A energia é gerada em usinas solares espalhadas pelo Brasil e injetada na rede elétrica para chegar aos consumidores.

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Energia eólica

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A energia eólica é captada pela força dos ventos. Massas de ar movimentam os aerogeradores, dispositivos com grandes hélices que giram de acordo com a quantidade de vento no local.

É produzida uma energia mecânica, que chega em um gerador e então é convertida energia elétrica. Os parques eólicos (conjunto de aerogeradores) são mais comuns nas regiões norte e nordeste do Brasil, onde há abundância de vento.

Se, por um lado, a pandemia de covid-19 prejudicou inúmeros setores da economia, por outro, ela impulsionou investimentos em algumas áreas. Uma delas foi o setor da energia renovável, que, segundo pesquisa da BloombergNEF, foi acelerado em 2020. Entre as matrizes energéticas sustentáveis de maior destaque no Brasil está a eólica, produzida a partir da força do vento, que movimenta turbinas e aciona um gerador capaz de transformar as massas de ar em eletricidade.  

Atualmente, a energia eólica é a segunda maior responsável pela produção de energia no país, ficando atrás apenas das hidrelétricas.  No Brasil, a região de maior destaque em termos de geração é o Nordeste, que compreende 89% de toda a eletricidade produzida dessa forma no país, de acordo com o boletim anual da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) de 2019. Os estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão estão entre os maiores geradores de energia eólica em âmbito nacional. 

Energia hídrica

Energia hídrica ou hidráulica é a energia que vem do aproveitamento da água dos rios.

Em geral, é produzida nas usinas hidrelétricas, que podem ser de dois tipos: com reservatório ou com fios de água. No segundo caso, a usina depende do volume de chuva.

Além dessa diferença, as usinas hídricas existem em diferentes tamanhos: desde as gigantes, como Itaipu – a maior hidrelétrica do mundo, até as menores que são chamadas de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs).

Nas usinas, as águas movimentam turbinas que transformam a energia da água em energia mecânica e depois, em energia elétrica.

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Energia da biomassa

A energia da biomassa começa na queima de materiais orgânicos, como bagaço da cana-de-açúcar, madeiras e óleos vegetais. O vapor produzido move turbinas que geram a bioeletricidade.

A biomassa também pode gerar biocombustíveis, mais uma solução sustentável e alternativa aos combustíveis fósseis.

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Energia do biogás

O biogás é o resultado de um processo de decomposição de matéria orgânica feito por biodigestores. A mistura de gases que resulta desse processo, especialmente metano e CO2, pode ser transformada em energia.

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Energia maremotriz

Também chamada de energia oceânica, a energia maremotriz é captada pelo movimento da maré e das correntes do mar.

Ainda há poucas usinas de energia maremotriz no mundo. Para a geração desse tipo de energia, uma barragem é construída em locais de grande amplitude da maré.

A passagem de água gira uma turbina, transformando energia cinética em eletricidade.

Energia geotérmica

A energia geotérmica é captada pelo calor da Terra, através de perfurações no solo que se aproximam do interior terrestre.

No subsolo, há grande quantidade de vapor e água quente, que são conduzidos por dutos até um gerador na superfície da Terra para transformar a energia geotérmica em elétrica.

É um tipo de energia distante da realidade brasileira e mais comum em lugares de atividade vulcânica ou encontro de placas tectônicas, como a Islândia, Itália e Estados Unidos.

Energia do hidrogênio

Ainda em desenvolvimento, esse tipo de energia, também chamada de hidrogênio verde, é uma saída para o uso de combustíveis fósseis.

O hidrogênio verde é produzido a partir da quebra das moléculas de água usando eletricidade de outras fontes renováveis, como a energia solar.

Também é possível converter o hidrogênio em eletricidade por meio de células combustíveis, a partir de um processo químico.

Energia renovável: vantagens

A energia renovável é uma solução benéfica tanto para quem produz quanto para quem consome, trazendo vantagens para as esferas social, ambiental e econômica.

No âmbito empresarial, as principais vantagens de utilizar energia renovável são:

  • Utilização de fontes inesgotáveis da natureza;
  • Ter um posicionamento responsável em relação ao uso de energias menos poluentes;
  • Atender ao eixo Ambiental dos aspectos ESG, colaborando também com o ODS 7 “Energia Acessível e Limpa”, da ONU;
  • Possibilitar ao negócio uma posição de destaque no mercado;
  • Reduzir os valores das contas de energia, gerando economia.

Como diversos serviços que ainda passam por aprimoramento, o fornecimento e uso de energia renovável também enfrentam desafios.

O principal desses desafios é o possível alto custo de investimento inicial, mas ele pode ser compensado ao longo do tempo.

Qual é a maior fonte de energia renovável no Brasil?

De forma geral, a energia renovável chega a quase 50% da matriz energética brasileira.

No Brasil e na Argentina, a principal fonte de energia renovável é a energia hidráulica, que é obtida por meio da água corrente e das quedas-d’água.

Já as fontes de energia renovável mais utilizadas no mundo, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), são, respectivamente: hidráulica, solar, eólica, bomba-turbina, da biomassa e geotérmica.

*Dados do Panorama Energético 2020 da Sielac.

Quais são os desafios da energia renovável do Brasil?

Os desafios da energia renovável no Brasil envolvem várias dimensões, sejam elas de produção, comercialização ou consumo.

Como exemplo, são enfrentadas barreiras:

  • De ordem política e regulatória, que têm a ver com a instabilidade de políticas e marcos regulatórios sobre o tema;
  • Institucionais e administrativas, por exemplo, em processos de licenciamento muito lentos ou complicados;
  • Financeiras e de mercado, como falta de subsídios ou preços oscilantes por conta das tecnologias que precisam ser importadas;
  • Falta de infraestrutura, de aceitação pública, pessoal especializado, entre outros.

A aderência à energia renovável, assim como à economia circular, por exemplo, precisam de projetos de longo prazo e de um envolvimento de diversas camadas da sociedade.

São necessárias conscientização e disposição mútua para que seu uso possa evoluir no Brasil, mas já estamos no caminho certo.

Como a inovação e a tecnologia podem otimizar a geração de energia limpa e renovável?

Ocupando novos espaços do mercado! Inovando o uso da energia elétrica em outros setores além da eletricidade em si, é possível otimizar e incentivar ainda mais a produção limpa e renovável.

Bons exemplos disso são:

  • Os carros elétricos, que funcionam à base de baterias recarregáveis;
  • A automatização do setor industrial por energia solar, por diminuir os custos operacionais e de eletricidade (indústria 4.0);
  • Os painéis fotovoltaicos orgânicos (que funcionam à base de polímeros condutores), além de exigirem menos energia para funcionar em comparação aos painéis solares comuns, podem ser reciclados!

Saiba mais: projetos de incentivo à energia renovável no Brasil

Algumas medidas já estão sendo tomadas para democratizar o uso e produção da energia renovável em nosso país e isso é uma ótima notícia.

Um exemplo é o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), lançado em 2015, que amplia as ações de estímulo à geração de energia pelos próprios consumidores.

Há também casos de incentivos fiscais, que atraem investimentos e viabilizam o trabalho de usinas. Nesse sentido, o estabelecimento de metas é essencial para que ocorra expansão no setor.

Tudo explicado até aqui, talvez você esteja se perguntando:

Como algumas destas energias renováveis podem ser inseridas em projetos de arquitetura e no desenvolvimento urbano? E que tipos de projetos podem ser elaborados com estes conceitos? Quais as inovações neste aspecto na área da construção civil - arquitetura - engenharia? Acompanhe as próximas newsletters para saber mais sobre estes tópicos. Até as próximas!

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