Engajamento na área social e inteligência emocional.
Você já se perguntou por que as pessoas reagem de formas tão diferentes frente a um mesmo acontecimento? Por que, por exemplo, diante da perda de um emprego algumas pessoas iniciam um processo depressivo e outras encontram forças para se reinventarem? Longe de buscar uma simplificação para a complexidade humana. A proposta é refletir sobre a importância da inteligência emocional em todos os aspectos das nossas vidas e, sobre como o engajamento em atividades na área social podem ajudar a desenvolvê-la.
Saber reconhecer e controlar as próprias emoções podem não ser fatores absolutos em processos de tomada de decisão. Mas são, certamente, condições de grande relevância. A inteligência emocional pode ser a força motriz capaz de te fazer levantar no dia seguinte ao da demissão com energia suficiente para buscar outra colocação ou iniciar um negócio. Assim como essa situação, há outras inúmeras no nosso dia a dia com as quais precisamos lidar e tomar decisões que podem ser melhores ou piores, a depender da maturidade da nossa inteligência emocional.
Um estudo realizado em 2019 por pesquisadores da Universidade da Califórnia mostrou que pessoas com alta inteligência emocional são mais hábeis na identificação dos seus sentimentos de incerteza e ansiedade, o que as levam a serem mais eficazes em tomadas de decisões sobre situações de riscos. A pesquisa corrobora com a concepção de Daniel Goleman, que cunhou o conceito e afirmou ser a autoconsciência o primeiro pilar desse campo de desenvolvimento humano. De acordo com o autor, além da autoconsciência, o indivíduo deve considerar outros quatro pilares na concepção da inteligência emocional: controle de impulsos, empatia, habilidade social e automotivação.
Talvez o mais importante sobre esse campo inaugurado por Goleman não seja a área em si, mas sim a descoberta de que a inteligência emocional pode ser desenvolvida ao longo da vida. Portanto, tomar decisões que nos ajudem a sermos melhores emocionalmente é tão importante quanto tomarmos decisões cotidianas relacionadas ao trabalho, relacionamentos, dentre outras. Neste contexto, uma importante decisão pode ser a de se engajar na área social.
Sobre essa perspectiva, tenho trazido diversos estudos nesta coluna que mostram a relação intrínseca entre fazer o bem a outras pessoas e o desenvolvimento da empatia e da habilidade social de quem o faz. Também tenho ouvido muitos dos entrevistados no quadro Sua história inspira narrando sobre como suas experiências de engajamento social impactaram suas habilidades socioemocionais, inclusive a capacidade de automotivação. Mais recentemente, fizemos um panorama entre ansiedade e engajamento social com o autor do livro Ansiedade do Culto à Produtividade, Wankes Leandro , também Professor, Diretor Executivo da Plano Academy. Um dos pontos centrais da conversa foi sobre a importância de alcançar o equilíbrio que, nas palavras de Wankes está em “saber equilibrar o fazer e o ser”.
Ainda avançaria para outra reflexão: e se o “fazer” fosse pelo bem de outras pessoas, qual seria o impacto no estado de “ser”? A ciência já tem comprovado que o “fazer” altruísta impacta no desenvolvimento da inteligência emocional. Também, diferentes estudos já têm mostrado como a elevação da inteligência emocional colabora para tomadas de decisões melhores para o próprio bem-estar. Portanto, talvez a melhor decisão que possamos tomar por nós mesmos hoje seja fazer o bem aos outros.
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Para acompanhar o quadro Sua história inspira:
Para acessar o estudo realizado pela Universidade da Califórnia:
CMO, Diretor de Marketing na Plano Consultoria, Professor FGV, IBMEC, PUC e César School, Palestrante e Autor | +20k followers
2 mUm prazer estar com vcs falando sobre ansiedade do culto à produtividade. Obrigado pela oportunidade 🚀