Ensaio sobre o que realmente importa!
Sempre ouvimos que só damos valor a algo quando o perdemos… sendo assim, questionei-me sobre este porquê. Pensei: Por que valorizamos exacerbadamente as perdas em detrimento aos nossos anseios? Por que só damos valor às conquistas por sabermos que poderemos ser derrotados? Por que enfatizamos nossas vitórias quando vemos a queda de outrem? Até quando seremos os heróis da mediocridade? Até quando viveremos este Complexo de Pollyanna ao inverso?
O ser humano, por si só, é fraco, deprimente, inseguro, depauperável, frágil e nefasto. Buscamos na arrogância nosso auto engano. Vivemos uma vida de mentira, vivemos aquilo que desejaríamos viver mas nunca tivemos oportunidade. Somos apenas um roteiro de um filme não produzido. E somente para minimizar a dor da insegurança. Insegurança que nos faz ter medo. Medo que nos torna fracos. Fraqueza nos faz depender. Dependência que nos faz viver o teatro de ser, estar e permanecer. Somos o nada, demonstrando ser tudo.
Devemos valorizar a morte. Ela é certa no ato, mas não nos fins. Sabemos que deixaremos de viver, mas não até quando, por isso, procuramos subterfúgios para esquecer que pode ser agora, amanhã, com quem amamos… Mas não podemos nos esconder disso. Tentamos correr, o máximo que podemos, mas não há esconderijo capaz de nos proteger por muito tempo. Então por que não valorizamos nossos atos e nossas vidas já que sabemos que ela está se esvaindo a cada segundo?
A vida poderia ser vivida como se não houvesse amanhã. Sem atingir terceiros com nosso mal, apenas vivendo! Sem ter a vergonha de ser feliz. Por mais que criemos, aceitemos, confiemos e acreditemos que poderemos ter uma nova chance, seja pós morte, seja retornando à vida de outra forma, não sabemos, não temos certeza, mas sempre desejamos uma nova oportunidade… Então que tal aproveitarmos a única certeza que temos? Temos essa vida. Ela existe! O resto é medo e especulação dos deploráveis.
Vamos sorrir, amar, sentir, tocar, perceber e adivinhar, vamos permitir e doar, refazer até acertar, fingir para agradar, falar com belas palavras para não magoar, ser o que não somos para nos tornar, vamos alterar, continuar o que nos faz amar, ter e preservar, vamos cuidar, mimar, cultuar o olhar, afagar, secar e molhar, vamos sorrir pra não chorar, vamos chorar para marear, vamos… vamos!!!!
Aproveite a única certeza que tu tens, não viva de ilusões por mais que seja mais fácil e menos dolorido. Não deixemos como história mentiras que criamos de si mesmos, deixemos causos e casos concretos, pondo cada tijolo, um de cada vez, como um jogo de Lego… Vamos construir nossas vidas com os tijolos da realidade, aproveitando cada momento, cada segundo, pois estes poderão ser os últimos da única vida que tu terás.