Entenda por que a sucessão de empresa familiar deve ser planejada

Entenda por que a sucessão de empresa familiar deve ser planejada

Boa parte das empresas brasileiras é de empreendimentos familiares, especialmente as de menor porte. Normalmente, o empreendedor começa um negócio bem pequeno, com a ajuda de familiares (cônjuges e filhos) e com o tempo vai crescendo até se transformar em uma empresa de maior porte, com algumas dezenas, centenas e até milhares de funcionários. Acontece que ninguém é eterno e, seja por doença, seja por falecimento ou por outro motivo, o gestor e fundador do negócio fica impedido de continuar a atividade. É o fim da empresa? Não deveria, mas, infelizmente, é isso o que acontece, na maioria das vezes.

Raramente uma empresa, por mais sólida que seja, consegue sobreviver a uma sucessão familiar. As estatísticas mostram que apenas um terço das empresas familiares sobrevive a esse processo. Desinteresse ou despreparo dos sucessores, disputa pelo poder, interferência dos problemas familiares nas questões da empresa e  falta de clareza nas regras de sucessão são alguns fatores que explicam esse fracasso do processo de sucessão das empresas.

As consequências são funestas: perda de postos de trabalho, perda de investimentos tangíveis (prédios, equipamentos) e intangíveis (clientela, know-how) e a consequente falência. Não planejar adequadamente a sucessão é um erro, pois o sucesso desse processo é determinante para a sua sobrevivência ao longo de muitas gerações.

Planejando a sucessão de empresa familiar

O planejamento da sucessão deve iniciar bem antes do impedimento do atual gestor. Na verdade, as regras para esse processo deveriam ser elaboradas já na concepção do negócio.

Devemos considerar que fatalidades podem deixar a empresa sem gestor de uma hora para a outra, por exemplo. E como se faz esse planejamento? Estabelecendo regras claras e preparando os sucessores. A seguir, vamos esclarecer como fazer isso de modo eficiente.

Estabelecendo as regras

Regras trazem transparência e fazem com que todos saibam quais são e como serão tomadas as decisões. Devem ser apontadas as competências e o tipo de formação necessários para ocupar cargos na empresa, além das políticas de remuneração e avaliação a que estarão sujeitos os membros da família que decidirem fazer parte do negócio.

O ideal é que competência e comprometimento sejam os critérios adotados para determinar as atribuições de cada membro da família na empresa.

Um dos casos mais emblemáticos de sucesso, no mundo, do processo de sucessão familiar  é o da empresa turca Zildjian. Ela foi criada em 1623 e está nas mãos da 14.ª geração da família, permanecendo como a maior fabricante de pratos para baterias. Atualmente está sediada nos Estados Unidos, e a forte cultura organizacional e a obediência às regras claras de sucessão garantem a sua perenidade.

Algumas vezes, há a decisão da busca de um gestor profissional no mercado. Algumas famílias optam por vender o negócio. É o caso da marca de brinquedos brasileira Estrela. A decisão pela venda foi considerada a melhor opção, tendo sido tomada em consenso pelos herdeiros e o fundador.

Preparando as novas gerações

Preparar as novas gerações compreende identificar aptidões, capacitar candidatos e ir delegando, aos poucos, as atribuições da gestão. Não existe prazo rígido para isso, mas especialistas afirmam que esse é um processo que pode durar 3-5 anos.

O ideal é que o candidato a sucessor receba formação e tenha experiência profissional tal que permita conhecer com profundidade os processos da empresa. Assim, em vez de iniciar sua carreira com um cargo burocrático, ligado ao gestor, que é o que acontece na maioria das vezes, o candidato deve atuar em diferentes funções, assumir a gerência de uma filial ou de um setor, enfim, ter experiência variada, essencial para uma visão global do negócio.

Planejar a sucessão, estabelecendo regras e preparando as novas gerações será um processo mais  efetivo se contar com profissionais especializados.

Apesar de ser um assunto de extrema importância para a sua sobrevivência, a sucessão de empresa familiar não recebe a atenção necessária. Conheça os cinco principais erros cometidos na sucessão  empresarial.  

Sua empresa já planejou seu processo de sucessão? Conte nos comentários abaixo como está o preparo das novas gerações para o desafio de manter a perenidade da empresa.

Eduardo Najjar

Sócio-diretor na Macro Transição Ltda.

8 a

Parabéns professor! Muito consistente.

Nazareno Antonio Sertóri Durão

Avaliações e Perícias em Engenharia Mecânica - Autônomo

8 a

Prof. Alberto, as empresas muitas vezes são surpreendidas por este processo e não conseguem transpor esta barreira e excelentes empresas perdem a sua perenidade!

Delcy Mac Cruz

Produtor de conteúdo jornalístico

8 a

Alberto, artigo oportuno. Ainda mais para o setor sucroenergético, no qual trabalho como jornalista, e cuja maioria das empresas que enfrentam dificuldades financeiras tem controle familiar

Maria de Lurdes Zamora Damião

Psicóloga, Consultora e Professora de Pós-graduação @Fecap @FAR Consulting

8 a

Mentoria

Antonio Herbert Duarte Ferreira

Diretor RH, Diretor de RH, Diretor RH Latam, CHRO, Head RH, Head Pessoas, RH América do Sul

8 a

Alberto , realmente as empresas e os acionistas deveriam se preocupar com este processo de forma mais planejada e alinhar aos planos de negócios da companhia

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos