Entenda porque projeto de reforma exige expertise do arquiteto
Para muito além das decisões projetuais de uma reforma, é essencial avaliar as condições estruturais da edificação pois, dependendo do que for encontrado, o custo pode inviabilizar a obra. Daí a importância de se ter em mãos o projeto original do prédio. Porém, nossa experiência mostra que apenas 50% dos empreendimentos dispõem dessa documentação.
O recurso que temos para identificar o posicionamento de elementos cruciais de infraestrutura são ações de investigação. Com marreta, talhadeira, muita perícia e paciência, é possível localizar vigas e colunas e, quando identificados danos, reforçamos e recompomos as estruturas. Projetos de obras de reforma que negligenciam esse cuidado, levam à casos como os ocorridos no país de suprimir vigas, levando o edifício ao colapso. Uma atitude verdadeiramente criminosa.
Por outro lado, conhecer o que há por dentro das paredes permite que a execução da obra evite erros e transtornos, como furar inadvertidamente o encanamento, deixando todos os moradores do prédio sem água. Se uma coluna de gás for perfurada, é mandatório fechar o registro geral e esvaziar a rede para o conserto, que geralmente utiliza solda.
As intervenções e, consequentemente, o custo da reforma são proporcionais à necessidade de substituição ou reparo dos dutos hidráulicos e do sistema elétrico – fiação e conduítes, entre outros elementos. É recorrente encontrar danos em manilhas de esgoto de residências, mas também de galpões. Quebradas, elas transbordam e carreiam o solo do seu entorno. Ao imóvel resta pouco no que se apoiar e vai afundando.
O mesmo processo de erosão do terreno ocorre quando há um poço de água ou fossa de esgoto desativados em edificações construídas há décadas. Como para tudo há uma solução, as manilhas cerâmicas são substituídas pelas de PVC e o grande vazio do poço deve ser aterrado.
A impermeabilização se destaca entre os sistemas com vida útil que, apesar de longa, é limitada. Para avaliar o seu estado, o revestimento deve ser removido até chegar à manta que, caso necessário, será renovada.
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Morcego e cupim, madeiramento podre e estuque despontam como grandes vilões dos telhados, principalmente de moradias antigas. Essa é uma região do imóvel que retém poeira tóxica e mofo, exigindo o uso de máscara para a limpeza e substituição de itens danificados.
Geralmente, trocamos o ripamento, mantendo a estrutura principal. Ponto crítico que merece avaliação e cuidados é a ancoragem da madeira na alvenaria que, por umidade ou cupim, acaba apodrecendo. Outros elementos que se deterioram e pedem manutenção são calhas e rufos, assim como as borrachas ressecadas de fixação de telhas por onde ocorre infiltração da água da chuva.
A constatação de manifestações patológicas, como trincas e fissuras nas fundações e demais estruturas de concreto contam, atualmente, com ótimas soluções. Entre elas, os aditivos cristalizantes que interagem com a água e “curam” a anomalia. Porém, para cada tipo de problema, há procedimentos específicos de manutenção a serem empregados.
A renovação das esquadrias de ferro e de madeira enfrenta a dificuldade de encontrar, no mercado, componentes de reposição. Não há mais serralheiro ou marceneiro que consiga reparar esses elementos antigos. Optamos, geralmente, pela troca de toda a caixilharia, até mesmo para a obtenção de uma uniformidade visual e valorização do imóvel.
Projetos de reformas bem-feitas e seguras, viáveis economicamente e com ótimos resultados funcionais e estéticos dependem de uma boa equipe de arquitetura, com conhecimento de obra e do cotidiano do canteiro. Para o cliente, que não precisará se preocupar com prejuízos ocasionados por decisões equivocadas, a expertise importa e muito.