Entenda a terceira onda dos meios de pagamentos

Entenda a terceira onda dos meios de pagamentos

Desde a abertura do mercado de meios de pagamentos até hoje, o setor tem mudado muito e com uma velocidade inacreditável. A era de forte concentração bancária foi superada e o processo de consolidação de empresas que se beneficiaram da abertura, por meio de maquininhas e outros serviços, está fechando seu ciclo, dando espaço para um terceiro movimento. Nele, grandes nomes de tecnologia para o varejo e marketplaces querem gerar receita com a movimentação financeira, mas batem de frente com a regulamentação e a complexidade tecnológica. Por isso, as fintechs desta nova onda vão além dos terminais e focam na oportunidade de faturamento aliada à regulação.

Os meios de pagamentos estão na crista da onda, mas como tudo começou ?

O período em que os quatro maiores bancos tomavam conta deste setor é o que chamamos de primeira onda. O uso do cartão se popularizava entre consumidores bancarizados, mas, em decorrência da verticalização do mercado, só existiam dois adquirentes (quem aprova as transações por meio de cartões e liquida na conta dos estabelecimentos) atuando com exclusividade de bandeiras. Com uma atividade limitada tanto de um lado quanto do outro, nesse período, as empresas descobriram no aluguel de maquininhas, um grande negócio. Resultado: sem concorrência e nenhum diferencial, a opção de receber via crédito e débito ainda estava restrita aos estabelecimentos comerciais dispostos a pagar caro para aceitar cartões e por um atendimento precário.

A partir de 2013, o Banco Central começou a monitorar esse mercado com a publicação da Lei 12.865. A regulação feita pela autoridade monetária contribuiu para a promoção de um ecossistema de pagamentos de varejo mais eficiente, seguro e competitivo, com menos risco sistêmico. Com isso, houve o aperfeiçoamento da forma de atuação da instituição, com a definição de conceitos como os arranjos de pagamento, aumentando a eficiência do segmento e diminuindo os custos para o consumidor final (cerca de 65 milhões de compradores).

As medidas também atingiram os chamados “desbancarizados”, tendo em vista que permitiu que esse público tivesse acesso a maquininhas a custos competitivos, com possibilidade de recebimento em cartões pré-pagos. Outros agentes do mercado também foram impactados, como grupos de telecomunicações e a indústria de cartões, que expandiram sua base, gerando mais concorrência. Foi o início da segunda onda.

A abertura deu espaço para a democratização das transações via cartão para pequenos comerciantes, por meio da venda das maquininhas, e ofereceu um atendimento mais profissional. Até então, disponibilizar essa opção para os clientes implicava no alto custo de aluguel de terminais, estruturas de taxas confusas e cobrança de serviços de manutenção.

Hoje, as organizações que lideraram o processo já se consolidaram e conquistaram um mercado esquecido pelos bancos. O movimento atraiu grandes investidores e alguns players abriram capital, com IPOs muito bem sucedidos. Mas, para comerciantes e empreendedores, somente uma maquininha agrega valor para o negócio? A partir daí vem a nova onda.

Muito além das maquininhas: a terceira onda do mercado de pagamentos

Na terceira onda, o meio de pagamento começa a deixar de ser um mero acessório. Nesta nova fase, empresas estão criando suas próprias áreas de pagamento, com o objetivo de gerar mais receitas com transações. É o caso de Marketplaces, empresas de SaaS, ERPs, automações comerciais e até empreendedores, que passaram a ver a grande oportunidade que é gerenciar as transações financeiras dos seus clientes, seja com a criação de serviços tecnológicos segmentados ou na prestação de um melhor atendimento.

Grandes nomes de tecnologia para lojistas e marketplaces, como iFood e Linx, anunciaram movimentos para participar do fluxo de pagamento, gerenciando o dinheiro transacionado por seus clientes. O impacto nos negócios é de um atendimento mais personalizado e com serviços de alto valor, envolvendo, principalmente, tecnologia. No caso do iFood, por exemplo, ele controla o fluxo de pedidos dos restaurantes parceiros e aumenta o seu faturamento, ajudando o estabelecimento a crescer. Nesse sentido, controlar esse ambiente é algo que torna o processo de conciliação mais transparente para o cliente e o atendimento mais personalizado, uma vez que a expertise do aplicativo, diferente de um grande adquirente, é atender a restaurantes única e exclusivamente.

(Continuar lendo o artigo...)

Rodrigo Santiago

Representante de vendas medica, Propagandista , Gerente de contas, Executivo de Vendas, Especialista em Desenvolvimento de Novos Negócios, Visitador Médico, Diabetes, Obesidade , Doenças Cardiometabólica

6 a

Muito bom!

Andréia Costa

Especialista de Bandeiras na Alelo Brasil

6 a

Bem interessante!

André Leite , MBA

Senior Quality Engineer | Test Automation | Agile

6 a

Excelente Daniel! Parabéns por ter conseguido ser tão claro e objetivo. Abs

Daniel Miranda de A. Teixeira

Strategy | BizDev | Marketing | ex-Microsoft | Fintech and Tech | ...but principles matter more than profit.

6 a

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