Entre o Luto e as Mudanças: Lições que as Perdas nos Ensinam
A gestão da mudança é um tema amplamente discutido em ambientes organizacionais, mas suas raízes e aplicações vão além do mundo corporativo, tocando aspectos profundamente humanos e emocionais da vida. Muitas vezes, pensamos em mudança como algo que simplesmente acontece, mas, na verdade, é um processo emocional e transformador.
No último artigo (Gestão da Mudança: Como Engajar Times e Promover Resiliência), abordei as etapas do processo de mudança, mas sem explorar a origem do modelo mencionado. Então, senti que era importante refletir mais profundamente sobre a “Curva da Mudança”, desenvolvida por Elisabeth Kübler-Ross em seus estudos sobre o luto e a aceitação da morte, e compartilhar experiências que ilustram a aplicabilidade desse conceito em nossas vidas.
A Curva da Mudança e Seus Fundamentos
Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíço-americana, identificou cinco estágios emocionais que as pessoas enfrentam ao lidar com a morte: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Embora o modelo tenha surgido a partir do estudo do luto, ele se mostrou aplicável a diversos contextos de mudança, fornecendo um mapa emocional para entender como reagimos a transformações profundas.
Desafios das Famílias em Cuidados Paliativos
Lidar com familiares em estado terminal é uma das experiências mais difíceis que alguém pode enfrentar. A antecipação da perda de um ente querido pode ser devastadora, mas também um momento de grande aprendizado. É neste contexto que resiliência emocional e aceitação emergem como forças transformadoras. Aprendemos a valorizar o presente e a lidar com a dor de maneira construtiva.
Minha experiência pessoal com a perda de entes queridos é um reflexo desse processo.
Em outubro de 2017, meu tio João, um homem desapegado das coisas materiais e generoso, enfrentou sua condição terminal com uma aceitação impressionante. Ele nos acolhia com humor, encontrando beleza nos momentos mais difíceis e nos ensinando a importância de viver o presente.
Em junho de 2022, perdi o primeiro grande amor da minha vida, minha mãe Heloíza, a Lena. Durante seu tratamento para cirrose hepática crônica e câncer de fígado, nossa relação se transformou. As conversas se tornaram mais leves e profundas, permitindo-nos usar cada palavra como despedida e celebração da vida. Ela me ensinou que, diante da adversidade, sempre há espaço para o amor e o aprendizado. Com ela, aprendi que tudo tem solução e que, após uma boa noite de sono, qualquer problema se torna mais claro.
Recentemente, em outubro de 2024, perdi minha madrinha. Irmã e grande parceira da minha mãe: a Lúcia. Ela me ensinou que nunca é tarde para aprender. Mesmo diante das incertezas e das suas limitações, despertou a curiosidade e o desejo de construir e aprofundar conexões. Sua partida reforçou a lição de que, apesar da dor, as memórias são a força que mantém viva a presença de quem amamos.
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Reflexões Sobre o Luto e as Mudanças
Essas experiências pessoais ilustram como a dor da perda pode nos transformar e fortalecer. A vida nos apresenta desafios inevitáveis, mas a maneira como escolhemos enfrentá-los define nossa resiliência. As circunstâncias que vivemos não são intrinsecamente boas ou ruins; é a nossa percepção que atribui a elas um significado.
A verdadeira lição é o quanto estamos abertos para mudar e aprender com o que a vida nos apresenta. Cada experiência, por mais dolorosa que seja, carrega a capacidade de nos ensinar algo valioso. É por meio dessa compreensão que encontramos paz e força para seguir em frente, celebrando a vida em toda a sua complexidade.
Então, pergunto: existe algum risco maior do que a morte? Estamos priorizando o que realmente importa para que nossa vida seja verdadeiramente significativa?
Talvez precisemos repensar os critérios de avaliação e os riscos que estamos priorizando.
Compartilhe suas reflexões nos comentários! Sua experiência pode inspirar e ajudar outras pessoas a lidar com as incertezas da vida.
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