Entrevista EXCLUSIVA com SOS PANTANAL
Até o momento, a região do pantanal queimada equivale a 627 mil hectares, de acordo com um relatório feito pelo Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Neste episódio a jornalista Beatriz Bevilaqua entrevista o Gustavo Figueirôa , biólogo e Diretor do Instituto SOS Pantanal , para esclarecer as principais dúvidas sobre a região.
“O pantanal desde 2020 está passando por grandes ondas de incêndio. Desta vez, grande parte dos focos surgiram na beira do rio Paraguai e desceram para a região de Corumbá, que naturalmente é um corredor de fogo, pois são áreas que acumulam muita água na época de cheia e como o pantanal está secando, tem muita matéria orgânica para queimar. A situação é muito crítica, mas está concentrada desta vez”, disse Gustavo.
O Instituto SOS Pantanal atua na conservação do pantanal, promovendo o aprimoramento de políticas públicas, a divulgação de conhecimento e o desenvolvimento de projetos para o uso sustentável do bioma. O objetivo é fomentar as transformações necessárias por meio da ciência e do diálogo com os diversos setores da sociedade civil e poder público.
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“Os maiores desafios são a ocupação humana, pois há pouco manejo integrado do fogo e educação ambiental. É muito cultural usar o fogo por aqui para tudo - o fazendeiro que usa para limpar o pasto, a coleta do mel e de iscas, a queima do lixo e muitos destes são causadores de focos de incêndio”, explicou Gustavo.
O especialista avaliou que as respostas do governo federal e estadual foram mais rápidas que das últimas vezes, mas é preciso focar na prevenção, desde o manejo integrado do fogo até a educação ambiental para as pessoas que moram nas regiões.
“Eu vejo com muita preocupação o futuro não somente do pantanal, mas do planeta como um todo. Estamos vendo as mudanças climáticas trazendo efeitos catastróficos por toda parte, como o excesso de chuva no sul e a falta dela no centro oeste - nunca tivemos uma situação desta magnitude e intensidade. O pantanal nos últimos 40 anos perdeu mais de 29% de sua superfície de água devido o desmatamento e a degradação do homem. A cada ano a região está cada vez mais seca e essa situação ameaça todo berço da biodiversidade do pantanal”, alertou.
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