Equipas Motivadas são Equipas Dedicadas
Sabemos que uma empresa só caminha em direção ao sucesso se for constituída por profissionais determinados e qualificados. No entanto, na época de contínua mudança e evolução em que estamos, como é que podemos garantir que haja um alinhamento de expectativas entre as empresas e os seus colaboradores?
A era da mudança
Desde sempre, crescemos habituados à palavra “mudança”. Toda a nossa vida é um constante ciclo de transformações e aprendizagens, que colmatam um conjunto de vivências que se refletem naquilo que somos enquanto pessoas. Mas esta mudança não está só em nós, está em tudo aquilo que nos rodeia, e é ela o principal motor da evolução. Ao longo dos últimos séculos tem-se verificado a alteração de valores, tradições, culturas e formas de agir e estar.
No que diz respeito ao mundo empresarial, acredito que atualmente já quase todos estejamos consciencializados sobre o quão importante é para o sucesso de uma empresa acompanhar as oscilações de necessidades, tendências e mercados que ocorrem sistematicamente. No entanto, para que tudo isso aconteça, é necessário ter como suporte uma equipa de excelência, mas essa nem sempre foi a prioridade.
Seriam os trabalhos metódicos e rígidos a melhor forma de produtividade de uma empresa?
Em 1927, Elton Mayo – professor e diretor de pesquisas da Hardvard Business School – iniciou um conjunto de experiências numa empresa que permitiram avaliar a influência que as condições de trabalho tinham na produtividade dos trabalhadores - Experiência de Hawthorne. Segundo Chiavenato (1979, p.105), da experiência pudemos tirar algumas conclusões, e perceber a importância da valorização da equipa e do respetivo trabalho, e não manter o foco apenas nas tarefas em si:
Partindo do pressuposto de que é imprescindível valorizar e suportar a vertente humana numa empresa, não se torna desumano que o façam tendo unicamente em vista o próprio sucesso?
Assumindo a empresa como uma entidade empregadora que precisa de atrair talentos para constituir equipas, sabemos que se torna gradualmente mais difícil encontrar profissionais que cumpram os requisitos que procura. Atualmente os trabalhadores já não pensam apenas no salário; fatores relacionados com o foro psicológico ou o conforto no que se faz, estão a ganhar mais relevância.
Estas questões acabam por fazer com que, a longo prazo, o tempo de recrutamento aumente significativamente, já que a procura de talentos é maior do que a oferta de profissionais disponíveis para ocupar vagas que não cumpram as condições mínimas por si estabelecidas. Se as empresas não corresponderem à mudança de mentalidade dos trabalhadores, as vagas ficarão por ocupar – ou serão ocupadas por profissionais que podem não atender a todos os requisitos de uma marca.
Atualmente, a diversidade de competências entre as diferentes gerações é cada vez mais notória, e se o recrutamento for corretamente adaptado e direcionado no sentido de rentabilizar o desempenho da empresa, mais rapidamente se conseguirá criar equipas complexas e únicas e agrupar talentos que se complementam. É por isso que é fundamental desenvolver estratégias de Employer Branding que façam a marca ganhar visibilidade e, acima de tudo, credibilidade para atrair novas pessoas.
Por outro lado, se compreendermos o Employer Branding orientado apenas para o domínio interno de uma empresa – retenção de talentos - percebemos que há uma preocupação que vai além do interesse no sucesso da marca, e que se estende ao cuidado genuíno com o bem-estar dos trabalhadores, promovido pelo sentimento de pertença e união de quem se dedica em prol das conquistas e alcance dos objetivos propostos.
É importante que se concretizem planos que façam os profissionais terem oportunidades de crescimento, e que sintam que têm um papel indispensável na empresa; para além de atribuir responsabilidades, saber reconhecer quando estas são cumpridas positivamente. Apostar na aprendizagem dos colaboradores é um ponto-chave para que eles se sintam parte da equipa, e para que possam ter uma voz ativa no decorrer das tarefas. Investir nos funcionários é investir num futuro de progressos e evoluções.
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Uma empresa pode esperar profissionais de excelência, motivados, diferenciados, e com vontade de lá permanecer; em contrapartida, os colaboradores vão esperar uma boa liderança, a possibilidade de serem autónomos e terem liberdade, e um desafio profissional constante. No geral, encontrar qualificados de excelência não é uma tarefa fácil, e para uma marca ter sucesso não basta atrair pessoal – é preciso conseguir retê-lo. Há que planear e definir procedimentos a seguir, tendo em consideração não só o seu futuro, mas também o futuro dos próprios funcionários.
Estarão as empresas a caminhar para um futuro onde a sua imagem dependerá exclusivamente da forma como se posicionam perante os trabalhadores?
Analisando da perspetiva da evolução social, os últimos anos têm sido de grandes transformações e desafios, e vão ter um grande impacto naquilo que será o futuro. Tal como já mencionei, as pessoas estão cada vez mais sensíveis e abertas para as causas humanas, e agora as empresas já não são vistas apenas como representantes de números ou lucros, mas também de pessoas. Além disso, a forma como uma marca faz a sua comunicação interna vai ser crucial para sua reputação, podendo funcionar, ou não, como um método de branding.
Paralelamente, o avanço da tecnologia tem sido cada vez mais notório, e sabemos que nos esperam tempos em que o foco da maioria dos negócios passará pela digitalização. Para além disso, a inteligência artificial tem ganho progressivamente mais espaço no nosso dia-a-dia e tem sido um grande ponto de investimento nas últimas décadas.
Tendo isto em conta, a imagem da empresa vai mais além da forma como ela trata os seus colaboradores, já que o seu posicionamento perante os dilemas éticos vai fazer o público identificar-se, ou não, com as decisões tomadas relativamente às adversidades e desafios que surgem. Conseguirá a empresa estabelecer uma posição ponderada e encontrar o equilíbrio perfeito entre os humanos e as máquinas, ou deixar-se-á ser dominada pelo excesso de dependência tecnológica?
A chave para o sucesso
Acredito que a chave para os tempos que se aproximam será a inovação. As empresas devem conseguir diferenciar-se, provar a sua autenticidade e saber aproveitar as eventualidades do dia-a-dia. Para isso, devem transformá-las em vantagens competitivas, manter-se a par das novas tendências e serem recetivas a novas ideologias e sugestões.
Após a análise feita, conseguimos perceber que o grande pilar de uma empresa são, efetivamente, as pessoas, e são elas que em grande parte ditam o rumo dos negócios. É notório que o Employer Branding se tem tornado um assunto de extrema importância e um grande foco dentro das organizações, visto que é um conceito aplicável a qualquer tipo de área e empresa. Esta criação de proposta de valor para o trabalhador deve estar sempre presente, independentemente do seu ramo de atuação.
Ainda assim, não basta defender a ideia de que o trabalhador é importante, é preciso pô-la em prática, e de forma dinâmica. Ideais como a diversidade e a inclusão devem estar implícitos nas estratégias desenvolvidas, e estas devem estar orientadas para a criação de fidelidade. Deve ter-se sempre em mente a importância da valorização da equipa e de promover o seu bem-estar; devemos saber dar reconhecimento, oportunidades, e acima de tudo possibilidade de crescimento. Um trabalhador deve sentir que, além de receber um salário, ao fim do mês leva essencialmente consigo experiência e aprendizagem.
Concluindo, realço que a motivação é um ponto fulcral para o desenvolvimento das relações humanas e das aptidões cognitivas. Profissionais que sejam encorajados e apoiados no contexto laboral têm muito mais probabilidade de criar uma ligação com o que fazem, e vão ter maior vontade de alcançar objetivos. A produtividade é maior quando o esforço parte de todos, e Equipas Motivadas são Equipas Dedicadas.
Parabéns pelo artigo Inês! A motivação das equipas é realmente a chave do sucesso de qualquer organização.
CEO & Founder FAKE & FOZ
1 aParabéns pelo artigo. 👏🏼 Um tema relevante e de extrema importância especialmente para as empresas. O negócio é feito por pessoas para pessoas e sem dúvida que o método mais eficaz para reter os melhores profissionais é fazer com que estes se sintam bem no seu local de trabalho e que sejam valorizados.
Aluno na Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto
1 aMuitos parabéns, Inês! Ótima abordagem a esta que é uma temática de extrema importância e cada vez mais atual.
Communication, Image and Marketing | MSc in Communication Sciences - Advertising and Public Relations Specialist | Business Communication Specialist
1 aParabéns pelo artigo, Inês 😊 O tema que apresentas é extremamente atual e pertinente nas e para as organizações. O empolyer branding tem sido cada vez mais incutido e trabalhado nas grandes organizações de forma a criar um ambiente mais saudável e positivo na cultura organizacional e na comunicação interna. É fundamental que as organizações comuniquem de forma autêntica e transparente para que os valores que querem transmitir sejam reais e os seus colaboradores sintam, de facto, que estão num ambiente verdadeiro. Caso contrário, não indo ao encontro da realidade, os profissionais mais qualificados e com novas prioridades, como referes e bem, como o caso dos millennials, a geração Z e a geração Alfa, irão procurar novos locais de trabalho, prejudicando a reputação da organização e a taxa de retenção. Cabe-nos, juntamente com outros departamentos, trabalhar este tópico como comunicadores, é um grande desafio!
Licenciatura em comunicação empresarial | ISCAP
1 aMuitos parabéns pelo artigo, Inês! Tema bastante interessante e atual e com uma abordagem muito cativante. 😄