Erros de projeto e execução? Caimento em ambientes diversos

Erros de projeto e execução? Caimento em ambientes diversos

Estudo de caso – Caimento 

Em setembro de 2015, participei da entrega de um empreendimento residencial com cerca de 140 unidades. Quando digo que participei da entrega, quero dizer que realmente fiz algumas vistorias de entrega diretamente para alguns clientes. Muitos desses clientes fazem perguntas pertinentes ao empreendimento, ex.: como será o funcionamento, datas de entrega das chaves, do condomínio, rateio dos gastos, ..., entre outras relacionados a edificação. 

Mas em uma dessas vistorias de entrega, uma cliente fez testes de caimento nos seus banheiros e ficou constatado que não possuía queda para o ralo na área seca do banheiro (fora do box). Logo, esta cliente me fez a seguinte pergunta: 

Por que na área seca do banheiro não possui queda/caimento para o ralo? 

Na hora pensei em milhares de respostas, porém respondi que iria verificar o problema e daria um retorno o quanto antes.

Vou dividir o artigo em duas partes, com o objetivo de aproveitar o tema principal “Caimento”.


PARTE 01 – Caimento em áreas internas e externas

Com a ajuda do Engenheiro Marcus Vinícius Fernandes Grossi, verificamos que segundo a NBR 9817/87 e NBR 13753/96, estabelece no item 4.4, que:

1.Para ambiente não molháveis:

Item 4.4.1 O piso de ambientes não molháveis, como quartos e salas, é executado em nível ou com caimento máximo de 0,5%.

2. Para ambientes molháveis:

Item 4.4.2 O piso interno de ambientes molháveis, como banheiros, cozinhas, lavanderias e corredores de uso comum, é executado com caimento de 0,5% em direção ao ralo ou à porta de saída, sendo que a norma recomenda que não seja excedido o valor de 1,5%. Nos boxes dos banheiros, o caimento em direção ao ralo é entre 1,5% e 2,5%.

Ainda, segundo a NBR 9575/03 - Impermeabilização - Seleção e projeto, estabelece no item 6.4 – Detalhes construtivos, que:

Item a) - a inclinação do substrato das áreas horizontais deve ser no mínimo de 1% em direção aos coletores de água. Para calhas e áreas internas é permitido o mínimo de 0,5%;

Caimentos inadequados podem gerar, com o decorrer da vida útil da edificação, infiltrações em locais não impermeabilizados (como soleiras) e patologias no piso de acabamento, como empoçamentos, eflorescências e o destacamento do revestimento. Caimentos invertidos e sua ausência, podem acarretar umidade ascendente em paredes (capilaridade) e nas soleiras de áreas frias.

Parte 02 – Caimento – Estruturas de concreto 

A ausência de caimento d’água para o ralo participa ativamente no processo de degradação superficial e de redução da vida útil estrutural, contrapondo-se ao item 7.2.1 da NBR6118/80 – Projeto e execução de obras de concreto armado, confirmado pela versão mais atualizada da mesma norma, renomeada para “PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO - PROCEDIMENTO” (válida a partir de 2014), estabelece que:

Item 7.2.1 Deve ser evitada a presença ou acumulação de água proveniente de chuva ou decorrente de água de limpeza e lavagem, sobre as superfícies das estruturas de concreto.

7.2.2 As superfícies expostas horizontais, como coberturas, pátios, garagens, estacionamentos e outras, devem ser convenientemente drenadas, com a disposição de ralos e condutores.

Outro ponto importante que devemos abordar, segundo o Item 7.3.1 desta mesma norma, é que, disposições arquitetônicas ou construtivas que possam reduzir a durabilidade da estrutura devem ser evitadas.

EXEMPLO DAS PRINCIPAIS ANOMALIAS E PATOLOGIAS

Gostaria de saber sua opinião sobre o artigo acima. Deixe seu COMENTÁRIO, CURTA E COMPARTILHE em sua rede. Gostaria de tirar dúvidas sobre o assunto? Contratar algum serviço de consultoria? Entre em contato.

Joaquim M. Soeiro – Engenheiro civil, pós-graduado em gerenciamento de projetos. Atualmente curso pós-graduação em Engenharia Diagnóstica pelo INBEC.

Obrigado pela sua atenção!!!!!

André Da Silva Pereira

Baicharel em informática com ênfase dem análise de sistemas

1 a

Na verdade o artigo só nos traz o que determina a legislaçã. Porém esta mesma legislação permite um intrepretação dúbia quando se trata de ambientes molháveis. Onde se diz:"o caimento poderá ser para o ralo ou para a porta". Nas situações em que as construtoras, na figura de seus engenheiros, tentam "empurrar" no comprador um banheiro que empoça água, alegando que poderá refazer o caimento para a porta e assim estar em conformidade com as normas. Penso que se há um ralo, o caimento do piso deveria ser em direçao a ele e apenas certos comodos que tem a port de saída como opção é que deberia ter seu caimento para o ralo ou para a porta de saída. Então nos casos em que o banheiro possui ralo, não vejo sentido em caimento para a porta de saída, até por que a porta de saída é a porta de saída do dolicilio e não do manheiro, este caso. penso que o artigo poderia ter versado neste sentido e não apenas reproduzir as normas. Abraços

ótimo, mas não entendi a resposta para a pergunta do inicio.

Geraldo Sousa

MESTRE DE OBRAS: obras de alto padrão, corporativas ,industriais,reformas em geral, execução de alvenaria estrutural.

7 a

Caimento e nível prumo esquadro alinhamento. Segurança e qualidade de execução! Tem que ser acompanhada pelo mestre da obra junto com os encarregados e os estagiários. Engenheiros hj em não tem tempo de ver estas frentes de trabalho. ATENÇÃO MESTRES ENCARREGADOS E ESTAGIÁRIOS!!!!!!!

Sirley Macley Fideles

Engenheiro Civil- Proprietário na One Victory Engenharia Projetos e Construções

7 a

Excelente artigo!

Mesmo que não conste em projeto (o que é muito comum em obras pequenas) é erro de execução, não se pode conceber um box de banheiro com caimento ao contrário do ralo.

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