A ESCA(LA)DA DA VIDA

O que para muitos representa apenas uma foto, para mim essa imagem traz muitas informações. A mesma foi capturada numa das centenas de VTs (visitas técnicas) que costumo fazer ao me hospedar ou mesmo buscar conhecer algum empreendimento da área que faz os meus olhos brilharem, a HOTELARIA.

A dessa escada, por exemplo, foi feita por um amigo numa dessas atividades e está localizada numa edificação histórica (1944), onde outrora funcionou um luxuoso Hotel-Cassino, localizada em Campos do Jordão (SP) e hoje devidamente restaurado, abriga um complexo que além de hospedar com requinte e charme (minha cara), forma profissionais para o mercado Hoteleiro do Brasil e do mundo, o Grande Hotel Senac Campos do Jordão.

É incrível como a paixão pela profissão que abracei me faz admirar, pensar e viajar em cada detalhe. De um simples elemento de decoração a um componente arquitetônico. Nesse caso, contemplo desde a concepção da sua forma, imaginando aos desafios enfrentados pela equipe de engenharia da época, os detalhes do corrimão ao reluzente dourado que emoldura e embeleza as sinuosas curvas dessa escadaria.

Numa viagem mais profunda, me pego imaginando até quem já alçou os seus degraus e a partir daí mergulho na essência dessa imagem e a transporto através de uma analogia à nossa escalada da vida ou mesmo escada da vida, onde, por um instante me pergunto ao contempla-la numa visão superior, exatamente como a foto retrata:

Quantos degraus já subi?

Quanto aprendizado agrego a minha vida pessoal e profissional cada vez que subo mais um?

Quão bem alicerçado me encontro para ter a segurança de seguir adiante? Nesse ponto reflito sobre a base na qual considero essencial e que sempre procuro mantê-la próxima, fortalecida e ao mesmo tempo protegida, que é a família. É a ele que recorremos nas mais diversas circunstancias, quer positivas, quer negativas. A família é o nosso porto seguro!

Quantos tropeços, quedas, que as vezes nos fazem declinar alguns degraus, já vivenciamos? Já repararam que são através deles que somos obrigados a dá uma parada para saramos as feridas e voltarmos a subi-la, as vezes com machucados na alma, porém mais fortes e sábios, por já ter passado por aqueles mesmos degraus e conhecer o percurso melhor? Para mim, essa é a essência da resiliência!

-Empurrões? Sim, eventualmente surgem, alguns lhe levam ao desequilíbrio e nesse caso para evitar a queda, o melhor é respirar, diminuir o ritmo, silenciar, escutar a voz interior, reerguer-se de modo a retomar a escalada mais firme, pois o próximo degrau pode lhe revelar sempre algo novo, afinal é a esperança que alimenta o nosso amanhã!

Olhar para cima e não ver o final ou mesmo para onde essa escada nos leva, também faz parte do nosso aprendizado cotidiano e nos ensina a conviver com as nossas angustias e ansiedades, levando ao fortalecimento da nossa fé!

Ainda em relação ao retrato, que foi feito em março desse ano e que já poderia virar o tal TBT, analisando o ângulo ao qual me vejo, também me permito avaliar a maturidade alcançada, sim, ela está literalmente carimbada e devidamente estampada nos fios de cabelos perdidos e na segurança de um olhar para um vazio que me permite difundir, com orgulho e humildade, as marcas e as conquistas realizadas no decorrer desse percurso. A altura já não nos impõe tanto medo!

Pensar em desistir, como diz os jovens de hoje, quem nunca? Mas é exatamente a esperança, a fé e a nossa capacidade de se reinventar que nos faz crer na certeza que um novo degrau nos levará a um amanhã mais alto, de onde poderemos contemplar melhor a nossa ESCADA DA VIDA!