ESCOLA... em PÉ ?
Quando se fala em mudar a ESCOLA, quaisquer que sejam as perspetivas, damos sempre de frente com o Óbice da Representação do Cenário Atual. Esta ORCA, sigla conseguida com as iniciais da expressão referida e a espreitar, pelo literal, para o cetáceo a que alude, também ela é pesada de história, é avassaladora na presença e uma grande ameaça para o futuro. Eu explico...
A forma utilitária, intencional e, há que reconhecer... organizada e meticulosa como a Revolução Industrial produziu a ESCOLA de que precisava, manteve-a para além do tempo em que vigorou e trouxe-a até nós, hoje, numa altura em que não só não serve qualquer propósito...a propósito, como se ergue como um óbice de peso a qualquer mudança de fundo. À época, tudo o que se fazia era feito para a vida, fosse automóvel, mobília, até mesmo uma instituição como a ESCOLA, coisa nunca vista no alcance, abrangência e impacto. Com este cartão de visita, não só vingou como se eternizou, instituindo-se como crença de que não só é necessária como imprescindível e, qualquer veleidade de mudança que viesse a surgir, deveria ser sempre a partir do que ela foi. E é ! Da crença à evidência foi um tiro..., o que tem debilitado qualquer exercício de imaginação e desenho de um espaço alternativo que não tenha, lá dentro, justamente aquilo que se quer varrer, a ESCOLA do passado, tão presente !
Manter, hoje, o modelo desta ESCOLA, a hierarquia tendenciosa das disciplinas, a pulverização do conhecimento e do saber por disciplinas como se fossem cromos de uma caderneta ( ! ) e, mais grave, alinhar tudo isto numa subjugação cega a uma métrica que cilindra pessoas para ir em busca de " marcas "... é como reclamar o primeiro prémio da lotaria só porque o número premiado coincide com o que temos... no código postal !
Retocar o formato da ESCOLA ou pensar a partir do que existe e temos é hipotecar o futuro, para ser brando. A ideia de que o que está para vir é uma variação daquilo que já tivemos e temos, é um pressuposto balofo que teima em olhar a vida como uma sucessão obediente e previsível de intervalos aritmeticamente calculados e reproduzidos. Só que a VIDA está muito longe de ser explicada por progressão aritmética, feita de intervalos regulares e com resultados previstos..., prontos a verificar. A vida não traz, não tem, folha de soluções !
A mudança a levar a cabo não pode ser uma operação de cosmética. Já não dá ! A questão já não está na sola ou no tacão do sapato. Está no tamanho e tipo de pé !..., que já não cabe, tem vindo a sair e não quer entrar... naquele sapato !
Recomendados pelo LinkedIn
Ph.D. Gestão Global l CBS l ESGCS
3 aExcelente.