Escolhas
Escolhas são interessantes. Nunca imaginei que em meu primeiro ano de doutoramento a maior parte do meu tempo e energia seriam dedicados a fazer escolhas. Afinal, tudo que queremos é pesquisar, deixar nossa contribuição como um presente ao futuro. Ter que escolher até aquilo que parece obvio foi um tanto inesperado e frustrante.
Escolher o tópico de interesse, formular uma questão de pesquisa decente, e a partir dessa escolha mergulhar no estranho e fascinante mundo da metodologia. Não estava preparada para tomar tantas decisões em um curto espaço de tempo, e pior, sabendo que cada opção seria dissecada como em uma aula de anatomia. É por isso que chamamos de defesa de tese. Temos que justificar e defender cada escolha que fazemos.
Em meio a essa tempestade cerebral, comecei a perceber que escolher é inerente ao ser humano, que o fazemos sem perceber. Mas quando somos confrontados com a responsabilidade de escolher criamos uma situação não natural, não espontânea.
Como um peixe tentando voar, me senti asfixiada algumas vezes, como em busca de um tempo e espaço que se escondem graciosamente em uma aparência banal, mas cujos mistérios somente se revelam com a chave correta.
A única solução possível foi parar de me debater entre o vendaval de opções, e me deixar levar pela única maneira de planar e respirar neste ambiente alheio a minha vontade. Encontrar meu mar entre as nuvens do céu e respirar o pó das estrelas tornou-se uma obsessão.
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Foi aos poucos, bem aos poucos, sutilmente, em um canto dos olhos que resgatei dentro de mim uma conversa há muito esquecida: um diálogo com minha curiosidade. Essa companheira de aventuras que nos vela durante a infância. com o peso dos livros, dos cursos e das opiniões firmadas e consolidadas pela sociedade se abate, e estremece, restando apenas um leve rufar em nossos ouvidos. Sim, a curiosidade mora nos nossos ouvidos, livre dos arroubos do coração e da densidade dos nossos pensamentos, livre e etérea como tem que ser.
Com minha jornada aérea, essa companheira encontrou um meio de se comunicar comigo, e com os meus anseios de pesquisadora. A partir do momento em que nos demos novamente as mãos, ela tomou a dianteira, me conduzindo neste ambiente que ela conhece tao bem.
Minha curiosidade cuidou bem de mim. Ao sentir seu frêmito, fui guiada entre as diversas opções, e aos poucos, o que era um anseio, se descobriu nas vestes desta minha amiga, e foi revelando seus segredos. Descobri que a própria questão escolhe como quer ser analisada, como quer ser amada, pois um doutorado é uma experiência de paixão, tao intensa como os maiores romances existentes na literatura. Nessa nova aventura, as escolhas surgiram naturalmente, degraus de uma historia de amor pela humanidade, pela ciência.
Hoje minha curiosidade esta desperta, espreguiçando pelos jardins, buscando novas historias para compartilhar. As vezes prosa, as vezes poesia, e muitas vezes ciência. Hoje calhou de ser uma mistura de tudo, mas somente porque ela quer fazer um convite. Ela nos convida a novas aventuras. Vamos?
Trainer || Coach || Terapeuta Thetahealer || Practioner PNL || Psicologia financeira & positiva || Idealizadora -Mente Ilimitada Sustentável || Coautora do livro "Terapias que curam"
2 aadorei.
CEO & Founder na Patient Centricity Consulting
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