Escrita criativa: destrave seu lado escritor com essas 4 dicas simples
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Escrita criativa: destrave seu lado escritor com essas 4 dicas simples

A escrita é cercada por mitos. Há quem a considere um dom, há quem pense que ela só pode ser desenvolvida na infância. Eu adoraria ter uma história sobre como lia Dostoiévski aos 8 anos ou então como escrevi meu primeiro livro aos 12, mas a verdade é que a escrita e a literatura entraram tarde na minha vida.

Criei o hábito da leitura apenas na faculdade. A escrita veio depois; em 2013, aos 24 anos, com o meu blog. Em 2016, por causa dos meus textos, fui considerado pelo LinkedIn um dos brasileiros mais influentes da rede em sua lista de Top Voices. Com 30 publiquei meu primeiro livro. Hoje sou um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2020 –– a maior honraria da literatura nacional.

A escrita mudou os rumos da minha carreira.

Quando falamos em escrita criativa dentro do mercado de trabalho, logo associamos seu uso aos profissionais de marketing ou publicitários. Porém, ela pode e deve ser usada em qualquer segmento.

Advogados que querem fugir dos termos jurídicos, psicólogos que pretendem conscientizar as pessoas sobre determinado assunto, donos de restaurantes que buscam criar menus atrativos e até mesmo contadores que precisam enviar e-mails técnicos para seus clientes.

E falando em e-mails, todos os dias recebo uma quantidade absurda de e-mails sem vida.

Mensagens que parecem ter sido escritas por robôs. Solicitações de orçamento, propostas comerciais, pedidos de emprego ou aconselhamento profissional, não importa o assunto; meus olhos doem ao observar a falta de criatividade destes profissionais que perderam sua criança interior.

A criança adormecida em cada um de nós

Apesar do tom, eu não culpo os profissionais citados acima pela falta de criatividade. Em algum momento entre o fim da adolescência e o início da vida adulta começamos a ser podados.

A redação do ENEM, os envios de currículos, as normas da ABNT. Caixas. Padrões. É aí que nossa criatividade vai sumindo aos poucos. Não que ela tenha sumido completamente, mas está adormecida dentro de cada um de nós por falta de estímulos.

Com as crianças é diferente. Elas podem ser quem elas quiserem. Não é à toa que são muito criativas. Enxergam o mundo com um olhar diferente, o olhar de quem ainda não viu tudo. Não são adultos chatos como a gente. Tudo é possível em suas cabecinhas.

Crianças são criativas porque a imaginação está livre. Elas não estão dentro de caixas ou padrões. Isso as impede de passar por bloqueios criativos.

Por isso quando ouço alguém falar que “não é criativo” ou “não tem inspiração”, falo para resgatar sua criança interior, deixar a mente livre e brincar com as ideias, pensar em todas as possibilidades. Esses estímulos certamente lhe tirarão da sua caixa e o farão questionar seus padrões.

Mas, como resgatar nossas crianças adormecidas? Listei 4 dicas super simples para te ajudar com isso.

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1 – Leia. Leia muito

Não existe escrita sem leitura. O escritor precisa ler. Muito.

É através da leitura que você se acostuma com a língua de forma escrita e aumenta seu vocabulário. Separe um tempo na sua agenda para ler todos os dias. Pode ser meia hora, quinze ou dez minutos, mas leia algo.

Uma ótima maneira de destravar sua criança interior através da leitura é com livros de viagem. Além de ter uma linguagem mais fluída, esse tipo de literatura libera nossa imaginação.

Confira essa lista com 15 livros de viagem para você se inspirar.

2 – Transforme a escrita em hábito

A lógica é a mesma da leitura. O escritor precisa separar um tempo em sua agenda para escrever diariamente.

Um bom exercício é todos os dias pela manhã escrever num caderno as primeiras coisas que vierem em mente. Duas páginas, três páginas. Você decide –– mas escreva!

Tenha em mente que as ideias são a matéria-prima do escritor. Portanto, sempre que tiver uma ideia de texto, por mais boba que pareça, anote-a. Ela pode ser útil no futuro.

3 – Deixe o texto dormir

A coisa mais importante que aprendi sobre a escrita é nunca escrever muito de cada vez… Nunca se deixar secar. Deixe um pouco para o dia seguinte. A principal coisa é saber quando parar. Não espere até que tenha escrito tudo. Quando ainda está fluindo bem e você sabe o que vai acontecer a seguir, essa é a altura certa de parar. Em seguida, deixe e não pense mais sobre isso; deixe o seu subconsciente fazer o trabalho“. (Ernest Hemingway)

Hemingway defendia a ideia de "deixar o texto dormir" para sempre ter um ponto de partida quando sentava para escrever.

Além deste benefício, a prática pode ser ótima para você melhorar seu texto quando não estiver escrevendo. O que eu quero dizer com isso?

Quem nunca teve uma ideia genial durante o banho? Pois é. Enquanto seu texto dorme você pode fazer sinapses que não havia feito enquanto estava escrevendo.

4 – Aprenda com os melhores

Estamos na melhor época da história para se aprender qualquer coisa. Basta uma busca rápida no Google para encontrar diversos conteúdos gratuitos sobre os mais diversos temas.

E, se você quer dar um passo além e aprender com os melhores, felizmente a tecnologia quebrou as barreiras geográficas e hoje podemos assistir aulas com profissionais renomados diretamente do conforto das nossas casas.

Confira essa lista com 5 cursos online de escrita que vão ajudar sua carreira –– mesmo que você não seja um escritor.

Publicado originalmente em matheusdesouza.com.

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Sobre o autor

Sou um escritor que vive pelo mundo e conta histórias, autor de Nômade Digital: um guia para você viver e trabalhar como e onde quiser, livro finalista do Prêmio Jabuti 2020 na categoria Economia Criativa.

Você pode acompanhar minha rotina como nômade digital no Instagram (@matheusdesouzacom), receber dicas de LinkedIn no meu canal no Telegram e ter acesso a conteúdos exclusivos assinando gratuitamente a minha newsletter.

Para informações sobre os meus cursos online acesse este link.

Ana Paula Barbosa Pinheiro

Bióloga | Analista Ambiental | Professora Universitária | Especialista de Laboratório

3 a

Que artigo inspirador! Muito obrigada pelas dicas! Fez passar um filme na minha cabeça...de quando eu era criança/adolescente, lia muito e usava a escrita como desabafo, como hobby, escrevendo poemas, textos e também me destacava nas aulas de redação na escola. Fez todo sentido para mim como a vida adulta e especialmente a vida científica acabaram me podando nesse aspecto. Entrei na universidade e então as leituras e escritas passaram a ser mais técnicas, engessadas, sem tanto lugar para a criatividade. E depois veio o mestrado...e o doutorado. Assim, a esrita permaneceu presente na minha vida, mas num formato tão diferente que me fez questionar diversas vezes sobre a minha criatividade e talento com a escrita. Cheguei a me rotular como "não criativa", mas seu texto me fez mudar a perspectiva. Obrigada por isso!

Gabi Gonçalo

CMO & People na Mega e CoAutora Social Selling 4.0

4 a

Demais, Matheus! Adorei as dicas.

Sabrina Ventura

Analista Educacional / Consultora Educacional

4 a

Excelente conteúdo 🥰

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