Escute!
Estava eu num salão de beleza, que eu não costumo frequentar, mas que naquele dia era o mais próximo do local da minha reunião…
A manicure, desconhecida também, me ofereceu água, diante do calor infernal que fazia em Brasília, e ali estabelecemos o nosso “rapport”.
Achei estranho ela está de mangas compridas naquela situação e perguntei porque não arregaçava as mangas, o que prontamente foi feito, mas de forma rápida e vergonhosa, o suficiente para que eu visse seus braços com várias feridas.
Me narrou que apareciam ocasionalmente e eu perguntei em que situação ocorria e ela me disse que quando se sentia sobrecarregada, muitas vezes por ser tímida e não saber dizer não ao outro, o que a deixava estressada com os afazeres acumulados.
Perguntei o que a impedia de dizer não e ela me disse que tinha medo de que o outro não gostasse mais dela, ou seja a perda do afeto. E se isso não ocorresse? Mas ela não conseguia ver isso como uma possibilidade, ela só tinha uma certeza: vai ocorrer!
Perguntei se ela poderia lembrar de algum momento que a tenha feito feliz e ela me disse que o nascimento dos filhos. E outro? Ah, não lembro! E de um momento difícil? Ah, desses eu tenho vários e pôs-se a falar, a falar e a falar…
Perguntei como esses momentos negativos repercutiam dentro dela, e ela me disse que a ansiedade e a sensação de nada dar certo a fazia ficar triste…e corporalmente como ele repercute em você? Longo silêncio (zzzzzz), uma grande pausa e depois ela me disse que apareciam as feridas. Hum…
Nesse momento ela me olha e fala: eu nunca tinha pensado nisso, as feridas ocorrem quando eu penso de forma negativa e eu penso mais assim do que de forma positiva. Vou mudar isso agora!
Perguntei se ela era capaz de todos os dias antes de dormir, pensar em algo positivo que tenha lhe ocorrido durante o dia e agradecer, ao que ela me disse que sim! Respondi: ok, você é merecedora disso! Daí ela agradeceu e falou que ela é que tinha que me pagar por aquele momento…
Saí pensando: O quanto estamos autenticamente com o outro? O quanto estamos presente e escutamos o outro na sua essência? Ela também me fez um bem enorme, pois eu tive a certeza de que é assim que eu quero estar com as pessoas, conectada nas suas essências!
E você, como está a sua escuta?
Agile People| Segurança Psicológica| Employee Experience-EX| palestrante e facilitadora| Diretora ABRHDF| Impact Hub|CHO e Segurança Psicológica
9 aOlá Leandro Rasia parece que quando fazemos uma escuta ativa do outro, essa mágica ocorre, não é? E isso independe da nossa profissão ou do nosso local de Trabalho, estou me exercitando para ter essa filosofia de vida! Um Feliz Natal e um 2016 com amor e saúde!
Olá Ana Cláudia Braga Mendonça. Achei perfeito esse relato. Ainda hoje pela manha ouvi isso de um cliente que estou atendendo. Isso vai de encontro também ao vídeo que montamos de final de ano, o qual mostra algumas das notícias positivas que aconteceram em 2015, embora poucos saibam disso. Devemos nos permitir enxergar o que de bom acontece em nossa vida. Treinar o olhar para ver o negativo e o positivo que existe em tudo que há dentro de nós ou que nos cerca, é uma das chaves da evolução interior que todos podemos realizar. Parabéns pelo tua exímia condução ao ajudar essa manicure a dar um novo significado em seu cotidiano. Acredito que naquele momento, naquele salão de beleza, tu cumpriu tua missão, certo? E isso faz todo o sentido.