ESG – Capitalismo Consciente e Sustentável
A demanda do mercado por empresas com práticas cada vez mais alinhadas aos requisitos ESG já não é mais novidade e não deve arrefecer. O interesse dos investidores cresceu para níveis historicamente altos, em parte graças às expectativas de uma nova geração de investidores (Millenials e Geração Z).
No mundo, segundo o Edelman Trust Barometer 2023, 63% dos consumidores compram ou defendem marcas com base nos seus valores ou crenças. E 69% dos colaboradores, quando consideram uma vaga de emprego, esperam que a empresa tenha um impacto social. No Brasil esses números não são muito diferentes.
Uma outra estatística interessante é que, no Brasil, 60% dos entrevistados pela Edelman acreditam que as empresas não estejam fazendo o suficiente em termos de mudanças climáticas.
Em meio a este cenário, ESG como tópico permanece em fluxo, com uma ampla gama de perspectivas não apenas sobre a definição apropriada do que é ESG, mas - de forma mais crítica – sobre quais informações melhor embasarão a alocação de capital.
Há muitos atores que compõem o que definimos como o "ecossistema de informação de sustentabilidade": desde investidores, diretores, administração, funcionários e membros da sociedade civil até fornecedores de classificação, auditores, reguladores e formuladores de políticas. Atualmente, há pouco acordo dentro deste grupo sobre o que o ESG inclui, como aplicar as métricas acordadas e qual a melhor maneira de utilizar os dados disponíveis.
De acordo com a EY, há um amplo apoio para uma norma global sobre relatórios de sustentabilidade e em fazer uma conexão mais forte entre o "F" de finanças e o ESG - "FESG". A esmagadora maioria dos investidores (89%) pesquisados para a mais recente EY Global Institutional Investor Survey disse que gostaria que o relatório de desempenho do ESG, medido em relação a um conjunto de padrões globalmente consistentes, se tornasse um requisito obrigatório.
Além disso, sistemas legais diferentes, bem como contextos sociais e políticos variados, influenciam os princípios que determinam as normas e regulamentos que regem as informações sobre sustentabilidade. Não surpreendentemente, diferentes jurisdições estão se movendo em diferentes velocidades e de diferentes maneiras para desenvolver e implementar as regras de relatórios ESG.
Para melhor atender às necessidades dos investidores que procuram dados úteis de ESG, aqueles dentro do ecossistema de informação de sustentabilidade devem construir confiança e melhorar a colaboração. A pesquisa da EY, “The emerging sustainability information ecosystem”, identificou cinco áreas de foco para apoiar este objetivo:
1. Aumentar a transparência dos indicadores compostos - os investidores precisam estar atentos às distinções, limitações e variações de medição.
2. Aumentar a compreensão dos diferentes usos das informações sobre sustentabilidade - as informações sobre sustentabilidade podem servir a dois propósitos: avaliar o risco financeiro e avaliar o impacto social. Estes usos não são mutuamente exclusivos, mas são facilmente confundidos.
3. Estabelecer condições que permitam a garantia - a garantia independente pode ajudar a construir confiança nas informações de sustentabilidade e nos muitos atores que compõem o ecossistema de informações de sustentabilidade.
4. Desenvolver taxonomias comparáveis e interoperáveis - as taxonomias são sistemas que determinam quais atividades econômicas devem ser consideradas sustentáveis
5. Reduzir as barreiras enfrentadas pelos participantes do mercado nos países emergentes
Enquanto as discussões evoluem e os conceitos vão amadurecendo, as empresas precisam seguir estruturando as suas estratégias e ações considerando as questões sociais e ambientais, pois estas questões na verdade, visam a própria viabilidade e sustentabilidade do negócio.
O Capitalismo Consciente traz cinco pilares (Figura 1) a serem considerados: propósito maior, liderança consciente, orientação para stakeholder, cultura consciente e capacidade de aprendizado e mudança.
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Figura 1 - Pilares do Capitalismo Consciente
Com base nesses pilares, o Conselho deve se perguntar constantemente:
Para quem ainda tem dúvidas de que embasar a estratégia e as ações da empresa nos pilares do ESG possa trazer algum benefício, a Humanizadas, em seu rating “As Melhores para o Brasil 2023” observou que as empresas que se destacaram nos cinco princípios do Capitalismo Consciente apresentaram também um retorno financeiro até 615% superior ao IBOV no médio e longo prazo, além de performance até 185% superior na comparação entre risco e retorno (sharpe ratio).
Ainda temos um longo caminho a percorrer, grandes gaps a cobrir, outros ainda por definir e mapear. Mas o que vejo aqui é um horizonte de infinitas possibilidades não apenas para as empresas já estabelecidas, mas para as que estão por vir – start-ups, pequenos empreendimentos, iniciativas comunitárias, etc. que podem crescer e frutificar exatamente a partir destes mesmos gaps e por causa deles.
Referências Bibliográficas:
· Relatório “Melhores para o Brasil 2023” - Humanizadas
· 2023 Edelman Trust Barometer
· The emerging Sustainability information ecosystem – EY – July 2022
· ESG – Capitalismo Consciente & Sustentabilidade - Francine Póvoa
Projeto Amadeus Secagem | LD Celulose S. A./ Especialista em Celulose.
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