ESG-Capitalismo consciente & sustentabiliade
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ESG – CAPITALISMO CONSCIENTE & SUSTENTABILIDADE
Costumávamos considerar que as empresas de sucesso são aquelas que se tornaram famosas por se tornarem referência em seu setor de atuação, seja pela qualidade dos produtos produzidos, ou pelos números e retornos alcançados através de suas operações. Será que nos dias de hoje isto ainda é valido?
O capitalismo é capaz de mudar positivamente vidas. No entanto, o mau uso do poder do capitalismo por alguns levou a estereótipos negativos como ganância, má conduta e exclusão. Essa forma imprecisa de pensar sobre negócios parecia destinada a ser uma narrativa inabalável – até agora. Nos dias atuais existe uma maneira melhor de ser capitalista. Uma forma que criará um mundo melhor para todos. Um caminho para que a humanidade libere o espírito heroico dos negócios e a criatividade empreendedora coletiva, a fim de que sejamos livres para resolver os muitos desafios que enfrentamos e o capitalismo consciente fornece esse caminho
Boas práticas nos negócios
As empresas conscientes investem em práticas de ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) para o alcance de seu propósito maior, avaliando como as suas atividades podem impactar de forma positiva a vida das pessoas, ao mesmo tempo que têm cuidado com a sociedade e ao meio ambiente ao seu redor.
O ESG, é a sigla em inglês para Environmental, Social and Corporate Governance, (ambiente, social e governança corporativa), ou seja, trata-se de um conjunto de políticas utilizados para orientar empresas, investimentos e escolhas de consumo focadas em sustentabilidade.
A agenda ESG procura selecionar agentes do mercado que:
· Buscam o desenvolvimento sustentável, em harmonia com o meio ambiente;
· Desenvolvem a relação com o meio social, junto de colaboradores e consumidores;
· Garantem os direitos dos acionistas, com regras de Compliance e de Governança Corporativa.
Estes três pilares do ESG possuem grande relevância no mercado financeiro e a tendência é que passem a ganhar cada vez mais espaço no mundo corporativo, já que o termo foi cunhado no mercado financeiro, surgindo em 2005 em um artigo em inglês intitulado “Who cares wins” de autoria de Ivo Knoepfel, para representar uma série de padrões que, se adotados corretamente, podem alavancar a atração de investidores e de capital. A linha argumentativa de Knoepfel indicava que as empresas que se preocupavam com a conservação do meio ambiente, que se envolviam em causas sociais e que garantiam boas práticas de governança tinham melhores resultados já que cada vez mais políticas e ações voltadas para o âmbito social e ambiental têm sido muito valorizadas.
Fortalecimento de marca e prosperidade
Ao atuar com a ética, comprovando de maneira genuína sua preocupação com o meio ambiente e com condutas que promovam a inclusão e reduzam a corrupção, a empresa consciente consolida sua marca e cria um sentimento de pertencimento aos seus consumidores, os quais procuram nela mais que produtos e serviços: estimam por uma referência de transparência na conduta empresarial (Governança do ESG).
Para ser consciente, a empresa precisa ter:
· Propósito maior que seja voltado à humanidade, com entrega e benefícios mútuos, colocando este propósito acima do lucro;
· Ter integração com os stakeholders, onde todas as partes interessadas tenham o mesmo valor, numa relação horizontal de transparência e confiança;
· Adotar uma cultura e gestão consciente, com humanização e sentimento de pertencimento dos colaboradores;
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· Ter uma liderança consciente, preocupada com as demandas da sociedade e usando seu poder e influência para disseminar o propósito e cultura da empresa.
Para ser consciente, a empresa deve descobrir o propósito de existência de seu negócio. Quando isso acontece, a empresa tem como visão a valorização das habilidades do ser humano e entregará produtos e serviços que importam e tenham significado à humanidade.
Neste novo conceito de gestão de empresa, o ESG passa a ter congruência entre prática e teoria, ou seja, prevalece o bem-estar de colaboradores, que não são mais vistos como meros recursos para alcançar as metas corporativas, mas, sim, vidas que se engajam num objetivo comum, numa realização conjunta de entrega à humanidade e construção coletiva de uma sociedade mais equitativa e inclusiva (Social do ESG).
Por isso, as práticas de ESG, no âmbito dos negócios conscientes, buscam promover mais que melhorias, de forma pontual e mecânica. Seu propósito maior é contribuir com a promoção de produtos e serviços que façam a diferença na vida de seus clientes, pensando e potencializando esses benefícios através do uso da inovação, seja ela tecnológica ou não, e ampliando sua responsabilidade na elevação do potencial e habilidades humanas.
Benefícios do capitalismo consciente
Um estudo liderado por Raj Sisodia e publicado na segunda edição de seu livro Firms of endearment: how world-class companies profit from passion and purpose (“Empresas humanizadas: pessoas, propósito, performance”, 2014) mostra os resultados práticos do capitalismo consciente nas empresas. Com base em critérios como propósitos, remuneração e benefícios aos funcionários, qualidade nos serviços e investimentos na comunidade e no meio ambiente, a pesquisa comprovou que as empresas consideradas conscientes vêm apresentando desempenho superior ao das demais. Ações de 18 empresas que praticam o capitalismo consciente, por exemplo, tiveram um desempenho 10,5 vezes superior do que o índice S&P 500 (que representa o comportamento das 500 principais empresas da economia americana na Bolsa de Valores), entre 1996 e 2011.
Outros benefícios do capitalismo consciente são:
· Mais harmonia entre empregadores e funcionários
· Maior satisfação do funcionário e do cliente
· Mais lealdade das partes interessadas
· Maior envolvimento da comunidade
· Melhorias nas comunidades e no meio ambiente
Veja que a pratica de um capitalismo consciente, as empresas entram em sintonia com as demandas da sociedade, criando relações de confiança com os diversos públicos e partes interessadas (multistakeholders).
Para essas empresas o desenvolvimento do pilar Governança é o ponto-chave para que o Social e o Ambiental sejam bem-sucedidos e estruturados dentro das organizações, desta forma a necessidade e importância do ESG é latente e os Conselheiros de Administração têm um papel fundamental na definição de metas, estratégias e objetivos corporativos alinhados a boas práticas nos três critérios (ambiental, social e governança corporativa), apoiados pela Auditoria Interna e Compliance para aplicação e monitoramento do Plano ESG estipulado.
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