ESG: DESCUBRA O QUE AS EMPRESAS MAIS PERENES TÊM EM COMUM
O termo ESG (Environmental, Social, Governance), em português: ambiental, social e governança, surgiu em 2004 através de um relatório da ONU, que convidava os representantes das principais instituições financeiras da época, para aplicar os princípios de investimentos responsáveis.
Desde então, essas práticas têm sido adotadas por diversas empresas ao redor do mundo, principalmente, na Europa, onde o assunto é bastante difundido. Unindo a análise dos balanços com a análise da representatividade sustentável da companhia.
Quando falamos dos pilares que alicerçam o ESG, é possível identificar algumas condutas inerentes à sua aplicação, por exemplo:
- Uso de recursos naturais; Emissão de carbono; Eficiência energética; Poluição; Tecnologia limpa; Desmatamento; Gestão de resíduos; Escassez de água, no âmbito ambiental.
- Políticas e relações de trabalho; Política de inclusão e diversidade; Treinamento da força de trabalho; Direitos humanos; Privacidade e segurança de dados; Satisfação dos clientes; Relacionamento com a comunidade, na questão social.
- Independência e diversidade na composição do conselho de administração; Ética; Transparência; Remuneração dos executivos; Relação com entidades do governo; Canal de denúncias, para o quesito governança.
Trata-se de uma importante mudança no paradigma empresarial, uma vez que, nos mostra a saúde intangível da empresa, refletindo no seu crescimento, pois são critérios essenciais para que cheguem à perenidade do seu negócio.
A preocupação com os Stakeholders faz com que as organizações sejam mais resilientes e competitivas ao longo do tempo. Além, é claro, de agregar valor em sua marca, e corroborar com o desenvolvimento sustentável da sociedade.
O segmento sustentável já acumula investimento acima de US$ 31 trilhões, e para Larry Fink, CEO da BlackRock, uma das maiores e mais renomadas gestoras de recursos do mundo do mundo, o valor corresponderá a cerca de 37% do portfólio dos grandes gestores até 2025.
No Brasil, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), bolsa de negociação de valores mobiliários, tem se esforçado para ampliar seu portfólio ESG.
Nas palavras de Gleici Donini, superintendente de sustentabilidade da B3, essas são “Boas práticas de gestão que garantem a perenidade da empresa a longo prazo”
Seu índice mais relevante do setor é o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que seleciona até 40 empresas, dentre os papeis mais líquidos, comprometidas com assuntos citados anteriormente.
A composição do ISE é realizada com o preenchimento de um questionário de 300 perguntas, com posterior análises das políticas praticadas, através de comprovações enviados pelas empresas. De modo a garantir a veracidade das informações.
Em um terceiro momento, o conselho do ISE, representado por 11 organizações relevantes na sociedade, decide as companhias enquadradas. Atualmente, a Carteira ISE B3 2021, está formada por:
AES Tiete, Cemig, Eletrobras, Lojas Americanas, Neoenergia, B2W, Cielo, Engie, Lojas Renner, Petrobras, Banco do Brasil, Copel, Fleury, M. Dias Branco, Santander, BR Distribuidora, Cosan, GPA, Marfrig, Suzano, Bradesco, CPFL, Itaú Unibanco, Minerva, Telefônica, BRF, Duratex, Itaúsa, Movida, Tim, BTG, Ecorodovias, Klabin, MRV, Weg, CCR, EDP, Light e Natura.
Em seu retrospecto, desde a criação do índice em 2005, sua performance apresentou rentabilidade positiva de 312,18% (linha laranja), contra 271,18% da carteira formada pelas ações que compõem o índice Ibovespa (linha azul). Conforme o gráfico abaixo:
Fonte: Investing.com
Já a correlação, por sua vez, é bastante alta, chegando a 0,9. O que significa que o movimento dos índices é muito semelhante, não representando, assim, uma alternativa de diversificação.
Outros índice relevantes são: o ICO2 (Índice Carbono Eficiente), o Índice S&P/B3 Brasil ESG, TC (Índice de Governança Corporativa Trade), ITAG (Índice de Ações com Tag Along Diferenciado), o IGCX (Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada) e o IGNM (Índice de Governança Corporativa Novo Mercado).
A B3 também já divulgou que, em breve, deve lançar novo índice com as melhores empresas para se trabalhar.
Mais recentemente, temos visto a expansão de iniciativas e de produtos financeiros dos players de mercado. Como exemplo, o banco BTG, que está estruturando uma área de investimentos de impacto e projeta movimentar cerca de R$ 1 bilhão em produtos na área. Entre eles, os Green Bonds ou títulos verdes, que são títulos de dívidas direcionados para projetos de sustentabilidade, com o intuito de minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
A XP também demonstra estar conectada com as novas necessidades do ESG e, para isso, criou a área Sustainable Wealth na XP Private para trabalhar com portfólios responsáveis e com propósito. Além de ter anunciado um investimento de R$ 100 milhões para estimular novas gestoras independentes a desenvolverem o setor.
O assunto já está bem solidificado, e a CFA Society Brazil, instituição referência, possui um curso de especialização na área, há cerca de 2 anos, para os profissionais que desejam estar antenados e preparados para a nova conjuntura empresarial.
Fontes: Valor Investe, Anbima, Nubank, Genial Investimentos, Estadão, B3, Investnews, Forbes, Exame, CFA Society.
Especialista em Investimentos | CFA L1 Candidate
3 aParabéns Edna, com a Blue wave esse tema tem tudo para ficar ainda mais em tona!
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3 aBom conhecer a carteira que comporta o ISE. E os investidores estão cada vez mais atentos à essa abordagem nas empresas. Muito bom Edna.