ESG e o Capitalismo Consciente

ESG e o Capitalismo Consciente

"Só haverá mundo sustentável com a adesão das pequenas e médias empresas à Jornada ESG!”, foi com essas palavras que Alberto Malta Júnior encerrou a sua aula sobre ESG, capitalismo consciente e sustentabilidade, impactando sua plateia.

ESG é a sigla para Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança), que são os três critérios utilizados para avaliar o desempenho e a responsabilidade das empresas e seus investimentos nos fatores ambientais, sociais e de governança.

Com base nos relatórios publicados pelo Pacto Mundial - “Who Cares Wins”, em tradução livre, “Quem se importa ganha”, termo cunhado por Kofi Annan, Secretário Geral da ONU em 2004, para provocar os 50 CEOs das maiores instituições financeiras da época, com o trecho “A indústria não havia desenvolvido um entendimento comum sobre as formas de melhorar a integração do meio ambiente, aspectos sociais e de governança (ESG) na gestão de ativos, serviços de corretagem de valores mobiliários e funções de pesquisas relacionadas. Isso se deve em parte à complexidade e diversidade das questões envolvidas” (GLOBAL COMPACT, 2004, p. 1).

Conceitos como desenvolvimento sustentável, que trata do desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades, foram criados para facilitar e integrar a sociedade a essa agenda em relação às questões ambientais, questões sociais e questões de governança.

Assuntos ambientais relacionados a diversos temas como: mudanças climáticas e riscos relacionados, necessidade de reduzir as emissões tóxicas e resíduos, e mercados emergentes para serviços ambientais e produtos ecológicos, entre outros, passaram a ser temas rotineiros nos meios de comunicação.

Já as questões sociais como saúde e segurança no local de trabalho, relações comunitárias, questões de direitos humanos na empresa e fornecedores e instalações dos contratados, entre outros, também tramitam, gerando legislação por parte dos parlamentos.

Contudo, a governança e as estruturas e responsabilidades dos conselhos nas práticas de contabilidade e divulgação de resultados, estrutura de comitês de auditoria e independência dos auditores, remuneração executiva, gestão de questões de corrupção e suborno, tal como a viabilização das melhores práticas relacionadas ao meio ambiente e às questões sociais por meio das empresas, começaram a integrar a agenda interna das empresas.

Desta forma, com o passar dos anos e o maciço financiamento existente para a agenda ESG, nos diversos assuntos que ela abrange, surgiram oportunidades relacionadas à prática da sustentabilidade e à necessidade, cada vez maior, da certificação desta prática como comprovação de seu exercício.

Essa necessidade vem com quesitos para acesso a financiamentos e contratações, pavimentando as vias de acesso ao dinheiro mediante as práticas de ESG.

Já em 2004 a iniciativa contava com mais de US$ 6 trilhões em ativos, envolvendo 23 instituições financeiras.

Hoje, em 2024, podemos afirmar que não há quem queira poluir ou desobedecer regras expressas relacionadas a temas de governança ou sociais, mas, ainda assim, a prática do ESG não é espontânea.

O tema ESG e sua aplicação nos leva a perceber que há grande vontade da indústria financeira em aplicar ideias de sustentabilidade à sociedade em geral, com financiamento direto a empresas que cumprem compromissos descritos e são certificadas para promoverem essa agenda.

A prática demonstra que empresas que se comprometem com a sustentabilidade ambiental, pautas sociais e com a governança das empresas, têm prioridade em financiamentos e recursos, exatamente para viabilizar a resolução dos problemas ambientais, sociais e de governança das empresas.

Dessa forma, com razão, Alberto Malta Júnior, em sua fala, indica à sociedade que a adesão das pequenas e médias empresas, maioria esmagadora do mercado, é primordial para alcançar a sustentabilidade mundial, sendo o mercado financeiro o pavimentador desta estrada que está sendo construída.


Gabriel de Freitas

Managing Director at TNS Nano.

6 m

Muito bacana sua abordagem Diego. Obrigado e parabéns!

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