ESG nas empresas – socialwashing: Vamos começar a olhar também para dentro?

ESG nas empresas – socialwashing: Vamos começar a olhar também para dentro?

Muitas empresas no mundo estão investindo em programas ESG (Environmental, Social & Governance) seguindo a tendência global para boas práticas respeitando o meio-ambiente, a responsabilidade social e a governança. A sociedade tem cobrado as empresas a adotarem esses programas e as que investem têm observado melhora na sua performance financeira, reputação institucional e das marcas, ou seja, o ESG é realmente uma ferramenta para melhoria dos resultados.

O termo greenwashing no ESG já está bem difundido e significa de promover discursos, anúncios, ações, documentos, propagandas e campanhas publicitárias sobre ser ambientalmente/ecologicamente correto, green, sustentável, verde e eco-friendly. Mas, na verdade, medidas reais que colaborem com a minimização ou solução dos impactos ambientais não são realmente adotadas e, muitas vezes, as ações tomadas geram impactos negativos ao meio ambiente. Assim, o greenwashing é como uma propaganda enganosa, as empresas criam uma falsa aparência de sustentabilidade.

Podemos falar também das outras medidas do ESG com consequências desastrosas à vista. O equivalente ao greenwashing no E da sigla ESG seria o socialwashig na letra S. O socialwashing as empresas possuem atividades pontuais para combater as desigualdades sociais ou usam os próprios funcionários para fazerem doações ou trabalhos voluntários. Quando não há um interesse legítimo da empresa na ação ou apenas para “aparecer bem na foto” o engajamento inicial dos funcionários torna-se um motivo de insatisfação.

Além disso, os programas ESG não fazem o mínimo sentido se os próprios empregados não se sentem engajados e participativos. Uma ação socioambiental participativa gera um forte grau de engajamento e orgulho nos seus funcionários.

O S da responsabilidade social prevê também um investimento no bem-estar dos funcionários como forma de uma boa prática de ESG. Existe realmente um certo descontentamento com o descompasso entre o que é praticado fora da empresa em relação ao que os empregados vivenciam dentro do ambiente de trabalho.

Para garantir o bem-estar dos funcionários dentro da estrutura de responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG) e social, as empresas devem adotar uma abordagem abrangente que englobe os aspectos físicos, mentais e financeiros do bem-estar.

Os principais aspectos de bem-estar são os seguintes:

Saúde física e mental

O investimento no clima organizacional passa pela sensação de acolhimento e pertencimento dos funcionários. O atingimento de resultados da empresa, do departamento ou pessoais podem gerar stress de difícil controle. Nesta década a Síndrome de Burnout foi classificada como doença ocupacional. Programas de gerenciamento de stress e suporte psicológico necessitam ser adotados. Programas de prevenção de doenças que incluem vacinações. Adoção de horários flexíveis e balanço saudável de trabalho/lazer.

Prevenção de doenças ocupacionais

Manter ambiente de trabalho seguro e saudável aderindo a regulamentos e boas práticas. Garantir que o espaço de trabalho seja ergonomicamente desenhado para prevenir acidentes e promover conforto.

Plano de desenvolvimento e bem-estar financeiro

Investir em oportunidades de aprendizado e desenvolvimento contínuos, incluindo workshops, cursos, certificações e programas de pagamento ou pagamento parcial de mensalidades. Apoiar a progressão na carreira por meio de programas de orientação, planos de carreira claros e oportunidades de promoção e desenvolvimento de habilidades. Garantir que os funcionários sejam remunerados de forma justa com salários e pacotes de benefícios competitivos. Oferecer planos robustos de programas para aposentadoria com contribuições do empregador. Fornecer recursos de educação financeira para ajudar os funcionários a administrarem suas finanças, planejar a aposentadoria e alcançar estabilidade financeira.

Reconhecimento e engajamento

Implementar programas para reconhecer e recompensar as contribuições, conquistas e marcos dos funcionários geram motivação intrínseca.  Realizar pesquisas regulares sobre o envolvimento dos funcionários para obter feedback, medir a satisfação e identificar áreas de melhoria. A simples medição da participação voluntária é um sinal do nível de engajamento.

Práticas éticas de gerenciamento

Manter canais de comunicação abertos e transparentes, garantindo que os funcionários sejam informados sobre as metas, mudanças e decisões da empresa que os afetam. Promover o comportamento ético e a tomada de decisões em todos os níveis da gerência, garantindo que os líderes sejam modelos de integridade e justiça.

Ao implementar essas recomendações, as empresas podem criar um local de trabalho solidário, saudável e inclusivo que aumente o bem-estar, a satisfação e a produtividade dos funcionários, contribuindo, em última análise, para o sucesso e a reputação da empresa em longo prazo como uma organização socialmente responsável.

Diogenes Carvalho Lima

Board Member | Conselheiro Consultivo | Mentor de Carreira e Negócios | Advisor | Diretor Comercial, Marketing e Supply Chain

6 m

Hélio Osmo 👏👏👏

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