Especialista em "Aprendizado Improdutivo"
Existe uma curiosidade sobre mim, e é bem estranha: eu tenho "hiperfoco" em coisas improdutivas, do "nada". Um ótimo exemplo é o que aconteceu ontem, vi uma parada sobre o quanto a África ainda sofre com a malária. Pronto, gastei um "tempão" buscando dados sobre isso, impacto internacional, índice de mortalidade, tratamentos convencionais e alternativos, países mais afetados, etc.
Só essa semana, o foco já foi malária, aquecimento global e a missão espacial do Jared Isaacman, o primeiro civil a ir ao espaço com a Space X. E de fato eu me debruço no assunto, faço o mapeamento de todas as pontas que vão me instigando até encontrar alguma resposta.
O curioso é que boa parte do que aprendo assim, eu acabo esquecendo e nem falo mais sobre o assunto. Mas sempre chega aquele belo dia em que, por acaso, um ser de luz traz à tona algo que se conecta de alguma forma com aquela parada nada a ver.
Uma coisa que eu aprendi é a seguinte: estude, leia, assista o que você quiser.
"Ah, mas não é bom começar um livro antes de terminar o outro." Azar, se deu vontade eu leio. "Ah, mas não terminar o livro que começou é errado." Dane-se, não estou mais com vontade de ler, não vou ler essa merda, vou começar outro porque estou a fim. Se amanhã passar essa vontade, eu paro. "Ah, mas se começou um curso, tem que terminar." Se eu não estou mais com vontade, não termino. Eu que sei.
Na moral, buscar metodologias para aprender é importante, mas percebo que estamos superestimando a necessidade de métodos para tudo que fazemos. Inventamos muita moda na hora de falar sobre como fazer qualquer coisa hoje em dia, é método para isso e método para aquilo.
E só pra trazer uma parada maneira aqui e fingir que é um texto produtivo: o Edgar Dale, educador que criou o conceito do "Cone de Aprendizado", também foi quem desenvolveu a teoria da "Pirâmide de Retenção".
Essa teoria propõe uma estimativa de quanto as pessoas retêm do que aprendem, dependendo do método utilizado no processo de aprendizado.
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De acordo com a pirâmide, os percentuais aproximados de retenção de conhecimento são:
Isso é interessante porque, de fato, quando você discute o que aprende, a parada é outra. É um exercício que pratico muito com minha esposa e meus amigos.
O interessante é que, na época, essa teoria influenciou muitas práticas educacionais, levando à valorização de métodos que envolvem participação ativa, como discussões, trabalhos práticos e atividades colaborativas, em oposição a métodos puramente expositivos ou passivos.
Resumindo: embora seja importante se nortear por métodos, entenda o seu jeito de ser um aprendiz, crie e potencialize isso do jeito que quiser. Você tem licença poética para ser organizado, bagunçado, bonito, feio, chato, estranho... mas crie e potencialize isso.