Está a liderar a mudança?

Está a liderar a mudança?

A mudança é uma constante inevitável nos ambientes empresariais contemporâneos. Gestores ágeis e perspicazes são aqueles que conseguem detectá-la precocemente. Estão constantemente sintonizados e atentos aos sinais emergentes, pois reconhecem que é nesse ponto que devem concentrar sua atenção.

Esses líderes mantêm uma visão de helicóptero permanente, o que lhes permite distinguir entre o efêmero e o estratégico, identificando oportunidades e potenciais impactos significativos. O seu foco é voltado para a criação do futuro.

Embora alguns gestores demonstrem naturalmente essa capacidade desde cedo, para muitos outros, envolve uma jornada evolutiva, onde se confrontam com obstáculos e pressões, tanto internas quanto externas, que os prendem ao pensamento tático e à gestão operacional.

O dilema consiste em querer dedicar mais atenção a questões estratégicas enquanto se sentem aprisionados nas exigencias do cotidiano. A multiplicidade de solicitações consome o seu tempo, dificultando o foco em prioridades de médio e longo prazo.

Liderar a mudança requer coragem e determinação para mudar o paradigma. Embora essa transformação possa ser acelerada em contextos de coaching executivo (onde há espaço seguro e tempo de qualidade para trabalhar esse objetivo e implementar novos padrões) não é impossível alcançá-la de forma autónoma.

Deixo aqui três passos baseados em práticas que têm se mostrado eficazes, mesmo para líderes que lutam para "largar" responsabilidades operacionais ou que estão presos no ciclo vicioso da falta de delegação:

  1. Reconectar-se com a Visão e Sentido de Propósito: Este exercício recontextualiza imediatamente a realidade. Recordar as razões pelas quais a empresa existe, o valor que ela cria para os stakeholders, a Visão para o futuro e os objetivos estratégicos, adiciona perspectiva, eleva o helicóptero. Que todos saibam que ao contribuir para os resultados contribuem também para algo maior, com impacto que vai para além dos números e se reflete positivamente nos diferentes stakeholders! Este reposicionamento leva-o a si e às suas equipas a evitar distrações triviais - designadamente tensões e conflitos internos - e dedicar-se ao que é verdadeiramente significativo e gerador de valor. Desperta também a curiosidade coletiva e conversas estimulantes e criativas.
  2. Foco nos Resultados e Investimento nas Equipas: Foque-se nos resultados, mas a partir de um claro sentido de propósito, capaz de o inspirar a si e às suas equipas. Invista em construir equipas maduras, autónomas e responsáveis para os alcançar. Encoraje a reflexão sobre o que realmente cria valor e o que é periférico, mas tem de ser gerido com sabedoria, para não se converter num obstáculo. Reserve tempo para ter uma visão integrada e abrangente, compreendendo a posição relativa no grande panorama das coisas e a consciência dos impactos das decisões. Tome decisões estratégicas.
  3. Reconhecimento dos Sinais Emergentes do Futuro: Ao libertar-se das responsabilidades operacionais, o gestor ganha a serenidade necessária para se conectar com informação mais ampla. Para detectar tendências e sinais no ambiente envolvente. Disponibilize tempo para se envolver em interações, leituras e experiências que estimulem ideias e percepções novas. O que hoje é conhecido como inteligência global, antigamente era chamado "ter faro para o negócio" - uma expressão que existia muito antes da ciência a explicar.

Liderar a mudança requer um compromisso contínuo com o seu desenvolvimento vertical, isto é, com a sua capacidade de aprender e elevar-se a outros patamares de consciência de si e do contexto. Pequenos passos consistentes, como os mencionados acima, podem levar a uma evolução significativa.

Olhar para além do presente e estar preparado para se adaptar às demandas do futuro em constante evolução!

Qual o mais pequeno passo a dar, para avançar mais um degrau no seu processo de desenvolvimento vertical e liderar a mudança?

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José Castro

CEO em Serviços Externos de Coaching

9 m

Ora nem mais.

Maria Helena Anjos, MCC, MP, ESIA, Mentor Coach

As the first Portuguese with top ICF and EMCC credentials, my clinical psychology background brings unique depth to my coaching. This allows me to delve deeper into the challenges and opportunities you face.

9 m

Excelente reflexão Aida Chamiça, MCC.

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