Estamos aqui "Por Nada" será?
Retornando da academia para casa concentrado no trânsito, notei que meu celular insanamente não parava de sinalizar mensagens no WhatsApp, resolvi ignorar e venci a tentação de dirigir sem dar aquela espiadinha. Ao chegar em casa notei que havia sido incluído em um grupo de amigos de uma empresa que trabalhei entre os anos de 2003 e 2007, alguns mais conservadores diriam que seriam ex-colegas de trabalho mas eu prefiro aproximar esse vínculo, o objetivo do grupo era reunir o pessoal e fazer um churrasco e jogar conversa fora, estar ali "Por Nada", aliás "Por Nada" era o nome do nosso grupo de eventos para integração dos profissionais da área de Planejamento da Calçados Azaléia SA.
Dentre todos os planos e projetos no cronograma o "Por Nada" estava com 100% de aderência ao planejado, reuniões produtivas e estruturadas com metas bem definidas e ações claras e concretas, com uma única premissa de que o evento deveria ocorrer sempre aos sábados! Por que domingo é dia da família, e ninguém queria "queimar o filme com a patroa"...
A paixão e dedicação que aplicávamos no planejamento e organização dos eventos do grupo eram exemplares, além do mais estar ali "Por Nada" era coisa séria e cada comissão organizadora tinha o dever de prestar um serviço de qualidade, foram nestes eventos que eu pude degustar os mais variados pratos da culinária gaúcha mas o tradicional churrasco ainda é o meu preferido, os grupos vestiam-se a caráter para impressionar os participantes, a excelência no atendimento era lei, todos de olhos atentos para a pesquisa de satisfação ao término do evento. Mas nem tudo se resumia em comidas e bebidas, e a parte recreativa? Ali era onde a diversão realmente começava, campeonatos de bolinha de gude, taco, pebolim, carteados, dupla de pênaltis e etc... Os locais eram os mais variados possíveis, piquetes, fazendas, sítios, parques aquáticos, quadras poliesportivas e pistas de kart, e tudo com um propósito muito maior, de início eu não estava entendendo a proposta real do grupo e hoje com mais maturidade consigo descrever com propriedade o que essa prática proporcionava aos participantes.
Antes de ficar a impressão de que era um grupo de pessoas degeneradas e descomprometidas, fica aqui o registro de que foi um dos grupos mais qualificado e focado em bater metas que eu tive a honra de fazer parte, deixar os colaboradores integrados fortaleceu o espirito de equipe, lutávamos um pelos outros com unhas e dentes e nunca em hipótese alguma o jogo estava perdido, não havia bola perdida, não havia meta em que não acreditássemos que seria possível, partilhar da mesma convicção e parceria foram ingredientes de sucesso para manter a equipe com alta performance, com cada player em sua posição doando máximo do seu potencial formamos uma equipe vencedora e comemoramos várias conquistas corporativas, profissionais, e individuais, criamos um ambiente de cumplicidade, sorrimos, brigamos e choramos a dor de um colega na prática dos três nozinhos em um barbante que simbolizava a ordem cronológica de acontecimentos que marcaram as nossas vidas.
Ao realizar a prática de integrar profissionais para que as barreiras do individualismo e a falta de cooperação sejam extintas lembre-se de que para gerir o grupo é necessário primeiro conhecer os seus indivíduos não apenas pelas suas habilidades técnicas mas também pelos seus fatores pessoais, preferir acreditar nas pessoas ao invés de desconfiar ou criticar é um bom exercício para abrir a via do bom senso e gestão colaborativa.
Se hoje eu fosse convidado para participar de uma prática com um barbante tenho a certeza de que um dos nozinhos estaria relacionado a oportunidade e a nostalgia de ter participado de um grupo de campeões que transformou as suas diferenças em resultados, aprendizados e princípios para a vida toda, e esse eu creio que seja o objetivo principal de integrar para unir as forças, habilidades e talentos para produzir um resultado singular.