Estamos em 2º lugar. É motivo para comemorar?
Não sei se comemorar é a palavra certa. Mas, receber a notícia que uma empresa que representa a nossa nação foi classificada como o 2º maior caso de corrupção NO MUNDO, é motivo de grande decepção.
Percebe-se a queda acentuada do preço da ação desta empresa de janeiro de 2010 a fevereiro de 2016:
Isto só mostra o quanto culturalmente nosso país é atrasado em termos de exercício de governança corporativa. Nota-se a degradação do patrimônio, que na teoria pertence à população.
A pergunta que deveríamos fazer é: numa cultura diferente da nossa, quais seriam as soluções para resolver o problema? O que poderia ser feito?
Por outro lado, no campo profissional e de governança corporativa, o que falhou?
Governança Corporativa está calcada em regras que propiciam maior credibilidade e criação de valor às empresas. Usam como referência os princípios e melhores práticas que o mercado já está mais do que ciente sobre sua existência, porém, acaba se tornando apenas algo “para inglês ver”.
A relação direta entre boas práticas e valorização das ações de uma empresa coloca questões éticas como chave do bom desempenho da empresa, seja ela de controle familiar ou não.
A adoção aos princípios de Governança Corporativa traz confiança.
Num site qualquer foi feita uma busca sobre o significado da palavra CONFIANÇA.
Confiança é o resultado do conhecimento sobre alguém, da informação e de um sistema de inteligência. Quanto mais informações sobre quem necessitamos confiar, melhor formamos um conceito positivo da pessoa.
O grau de confiança entre duas pessoas ou mais, é determinado pela capacidade que elas têm de prever o comportamento uma da outra, dentro de uma nação. Tem como base experiências passadas que corroboram um padrão esperado, valores compartilhados percebidos como compatíveis. Também é "a expectativa que nasce no seio de uma comunidade de comportamento estável, honesto e cooperativo, baseado em normas compartilhadas pelos membros dessa comunidade". Quando isso ocorre, há condições de prever o comportamento do outro em uma dada circunstância. Confiança é previsibilidade do comportamento e bem - estar de um país - nação.
Ao observar o comportamento de alguém, somos capazes de identificar os valores que determinam por que as pessoas se comportam de uma determinada maneira, que seria a cultura. Portanto, quando se diz que confia em alguém, se quer dizer que: a) pertencemos à mesma comunidade de valores ou cultura, e b) sei que ele estará tão orientado para atender a meus/nossos interesses quanto eu próprio estaria se estivesse no lugar dele. Quando isso acontece, as pessoas não negociam: elas são capazes de entregar um cheque em branco e assinado.
Assim, a quantidade e a freqüência das negociações podem ser indicadores de que nem tudo vai bem no país segundo Sun Tzu. Se a oportunidade de negociar pode ser um indício de relações democráticas e igualitárias, o excesso de negociações é um indicador seguro de falta de confiança porque, no limite, quando eu confio totalmente, não negocio. Assim, quanto maior o número de negociações, menor a abertura entre os interlocutores.