Estamos no mesmo barco, uma pequena reflexão...
As economias baseadas no Mercado são mais fortes, resilientes e sustentáveis por que trilham o caminho da previsibilidade mínima num ambiente que por natureza é imprevisível (o ambiente das atividades econômicas). É o domínio da arte de não se ignorar os instrumentos de navegação...
A previsibilidade na economia traz conforto e segurança e por isso atrai investimentos e com eles, o desenvolvimento da nação é habilitado. É a boa utilização do vento pelo navegador que sabe manejar as velas...
Uma economia baseada no Mercado, por conseguinte, consegue absorver melhor os golpes desferidos pelas crises que de quando em vez assolam o mundo. Sabe utilizar a esquiva e o contragolpe, no tempo certo. É a destreza do piloto que usa o leme para sair da tempestade ou, pelo menos, se manter incólume nela...
Não vivemos esse tipo de economia no Brasil. Eu sei que você já sabe disso, mas não custa nada lembrar... Navegamos no Mar das Incertezas; mudamos de rota conforme o humor do comandante; ignoramos as bússolas, os instrumentos, as estrelas, o sol e qualquer coisa útil para orientar a “viagem”. Além disso, somos capazes de enxergar icebergs em águas tropicais e ignorá-los mesmo que já tenham atingido o casco do navio. É a insensibilidade de quem tem lugar assegurado no bote, com aqueles que não tem nenhum colete salva-vidas...
Não, eu não estou aqui posando de profeta do Apocalipse. Só quero trazer à sua memória alguns pontos para uma breve reflexão.
Tenho em minhas mãos o relatório da OPEP “2015 – World Oil Outlook”, e nele encontro mais uma evidência do nosso descolamento das grandes economias mundiais. No gráfico abaixo, podemos ver o comportamento do índice de preço do ORB (OPEP Reference Basket) e sua correlação com o preço de varejo da gasolina em alguns países.
Nesse último dia útil do ano, eu te convido a refletir, não na geopolítica do petróleo, mas em alguns pequenos pontos depreendidos deste gráfico:
a) Até a Rússia de Putin parece ter acordado (pelo menos entre Dez/14 e Jun/15), mas o Brasil continuou dormindo;
b) Quem diria, a Índía...
c) A Europa-5 (França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido), mesmo não sendo composta por grandes produtores, conseguem ser mais sensíveis que nós.
Pois bem, estamos juntos nesse barco. Reflexão feita, talvez você possa no âmbito da sua esfera profissional agir de alguma forma para, efetivamente, ajudar a corrigir o rumo dessa viagem (como eleitores TODOS nós podemos e devemos fazer alguma coisa), o que eu particularmente te encorajo a fazer.
Por outro lado, reflexão feita, para a maioria de nós, resta tentar desfrutar da paisagem ou relaxar ouvindo a música que a orquestra insiste em continuar tocando... Ih, ficou parecendo o final do Titanic. Um abraço e Feliz Ano Novo!
Network and Security Coordinator | A-CSPO® | CSM® | M3.0 | OKR | ITIL | Scrum | Agile | Network Engineer
8 aMuito boa observação!
Engenheiro Sênior na Petrobras - Aposentado
9 aBoa Feitosa! Gostei de sua análise.
Gerente na Transpetro
9 aExcelente comentário! Me levou a pensar em Habacuque 3.17,18. Fica na paz!
Psicólogo
9 aBem, eu não sei o que se quer dizer quando escreve-se mercado com letra maiúscula. Tenho indícios mas não certezas. O mercado somos todos nós. E não é nenhum de nós. Toda e qualquer política de indexação de preços é Política Nacional. Passível de ser criticada por seus resultados. E não porque outros países fizeram diferente. O mercado, não esqueçam, construiu a crise de 2008, e ainda premiou os executivos que foram seus causadores diretos. Lembrem que outros agentes do mercado manipularam planilhas para aumentar taxas de juros na Inglaterra prejudicando toda a população de Europa, e por consequência, do resto do mundo. Não digo, reforço, que toda política Nacional está correta. Digo, que deve ser criticada sob a perspectiva de seus resultados e não do que o "Mercado" quer.