Estimativas, do início ao fim
Sempre que falamos de prazos e estimativas no ambiente de tecnologia (acredito que em vários outros também) surge um frio na barriga de se comprometer com uma data onde na realidade não tenho certeza que vou conseguir alcançar ou não. A verdade é que essa informação é utilizada na maioria das vezes como uma forma de gerenciar expectativas. Quem nunca ficou bravo com um pedreiro que disse terminar a sua casa em X dias, mas finalizou com X+10 (20,30,40...), além disso não quis nem saber o real motivo do atraso. Isso acontece por que ao passar um prazo, todos se ajustam e existe realmente a expectativa de que o trabalho seja finalizado naquele período.
O grande problema das estimativas é que só decidimos mostrar para os sponsors que o prazo não será cumprido quando está próximo da entrega do trabalho. Isso acaba gerando um grande desconforto em todos os envolvidos. Estimativa nada mais é que uma ideia de prazo em condições normais de temperatura e pressão, mas o que acontece na maioria das vezes é que as condições normais nunca acontecem, existem vários problemas que impactam o trabalho e que devem ser compartilhados com gestor do projeto o quanto antes para evitar surpresas negativas. Além das interferências que podem impactar no seu prazo, existe a variável do conhecimento e propriedade no contexto onde o trabalho será executado, normalmente para as primeiras estimativas o conhecimento é praticamente zero nessa variável.
Mais importante que a própria estimativa é tentar entender onde estão as interferências e o que impactou para conseguir cumprir o prazo que foi passado. Imagina o pedreiro que atrasou sua casa em X+10 (20,30,40...), se no primeiro dia ele já te avisar que teve algum impacto na execução daquele dia e que não caminhou conforme o esperado, e que provavelmente a data que havia passado pode mudar? Você provavelmente iria ficar bravo do mesmo jeito, mas pelo menos não teria uma surpresa negativa no final do trabalho, você iria se programar. Estamos falando de transparência, isso é muito importante.
Um outro fator que pode influenciar em não cumprir a estimativa é a sua produtividade. Existem várias técnicas para aumentar a sua, que vão desde pausas regulares até pegar uma tarefa e ir até o final com ela antes de puxar uma próxima (one-piece-flow). Quer melhorar sua performance no trabalho? Indico thomazellihoyos.com, tem uma dinâmica fenomenal que irá te ajudar a vencer essa barreira.
Para melhorar sua estimativa é necessário atuar em dois pontos:
* Elimine as interferências na execução do trabalho (Comece a medir todas elas e pensar em planos de ação para mitigá-los).
* Aumente o conhecimento e propriedade no contexto (Provavelmente o tempo e mais rodagem vão melhorar esse ponto)
Depois que suas estimativas estiverem cada vez mais assertivas é o momento de dar mais um passo, pare de estimar. Por que o seu histórico vai falar mais alto sobre suas estimativas e prazos, daí pra frente seu foco tem que ser só em velocidade, não pode ficar acomodado na posição que seu histórico mostra, é necessário buscar a melhoria contínua sempre.
Abraços.
Software Architect at CI&T
5 aMuito bom o texto, Anderson. Acho que vale a escrita de um texto falando sobre a dinâmica de não estimar, onde imagino que entraria a estratégia de usar um "bolsão de horas" para dar uma referência mínima na gestão do projeto.
M.Sc Analytical Chemistry | Chemical Metrology| Quality Control
5 aÓtimo texto Anderson! Concordo que a transparência é sempre o melhor caminho.
Software Engineer | .NET C# | ASP.CORE | SQL | RabbitMQ | Angular
5 aÓtimo texto, Anderson! Estimativa é sempre um assunto delicado.