Estimulação Cognitiva
Sabemos que o processo de aprendizagem ocorre ao longo da vida e em todas as fases do desenvolvimento humano.
Na infância, ocorre em períodos definidos, com estimulação adequada às necessidades para determinadas aprendizagens e com ênfase nos aspectos motores, visuais, cognitivos e afetivos. Na adolescência, o foco da aprendizagem está direcionado às atividades e tarefas acadêmicas, cognitivas e sócio-emocionais. E, na idade adulta, a manutenção das funções executivas.
Pensando desta forma, se o processo de aprendizagem ocorre ao longo da vida, que importância e benefícios possuem a estimulação cognitiva? Ela é necessária?
As atividades de estimulação cognitiva, seja qual for a idade, tem como objetivo melhorar as competências para o desenvolvimento das funções cognitivas superiores e permitir a evolução de habilidades e capacidades individuais para que o ser humano possa construir uma trajetória de sucesso e prevenir dificuldades futuras.
Estimular as funções das habilidades cognitivas como por exemplo, a memória e a atenção, demanda intensidade e duração prolongadas para que os resultados sejam significativos e, ainda, são de suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem acadêmica, da linguagem e também para a aquisição de controle do comportamento.
Habilidades referentes à capacidade de usar as operações mentais para a elaboração de estratégias, argumentos e resolução de problemas são chamadas de inteligência fluida, pois estas operações mentais envolvem transformação, classificação, seriação, relações, construção de conceitos, compreensão, elaboração de hipóteses e estímulo ao pensamento indutivo e dedutivo. Relações primordiais para que seja possível estabelecer relações entre objetos e o meio.
E quando as habilidades cognitivas sofrem perdas qualitativas, há como reverter o quadro? E nos atrasos de desenvolvimento, há como acelerar a aquisição destas habilidades?
Sim, para tanto há a reabilitação cognitiva.
Reabilitar, significa fazer com que as engrenagens voltem a funcionar, significa mostrar ao ser humano que ele é capaz de desenvolver-se e consequentemente, diminuir o impacto das dificuldades em sua vida. A reabilitação é aprendizagem que implica em desenvolvimento e, este, em aprendizagem.
A reabilitação cognitiva é a oportunidade de estimular as habilidades que estão deficitárias a partir de atividades práticas como jogos, situações-problema, exercícios motores, treinos comportamentais e aprendizagem de novas habilidades, tarefas que todos nós vivenciamos em casa, no trabalho, na escola e no meio.
A reabilitação cognitiva através da Psicopedagogia Clínica permite a intervenção de um profissional, o psicopedagogo, que tem como objetivo melhorar as capacidades cognitivas e em consequência o rendimento acadêmico da criança no ambiente escolar e, do adulto se for o caso, nas tarefas do dia-a-dia.
Para tanto, entendemos a necessidade da Avaliação Psicopedagógica como um processo de tomada de decisões que se apoiam em uma série de técnicas cujos resultados se refletem no desencadeamento de una proposta educativa de acordo com as necessidades, seja da criança, do adolescente, adulto ou idoso.
Qual a importância de uma estimulação cognitiva ao idoso?
A estimulação cognitiva ao idoso tem uma importância fundamental, pois objetiva em reconstruir a imagem que até então construiu ao longo de suas experiências de vida.
Aos poucos, o idoso vai perdendo faculdades e habilidades, perdas naturais do processo de envelhecimento e passa a não mais acreditar em seu potencial, a memória falha e o mundo parece ficar cada vez mais inacessível. Para que a “melhor idade” não se resuma em uma vida de isolamento e ociosidade, a atendimento psicopedagógico visa trabalhar os aspectos emocionais e cognitivos com jogos, atividades psicomotoras, música, livros e histórias.
Este atendimento pode ser clínico ou domiciliar.
Patrícia Maria de Oliveira
Psicopedagoga Clínica e Institucional