Estratégia 10 - Execução 0

Estratégia 10 - Execução 0

Isto acontece na sua empresa?

Como todo empresário sabe, o sucesso de qualquer organização depende obrigatoriamente de dois fatores essenciais:

  1. Formulação de um Plano Estratégico capaz de dotar a empresa de um conjunto de medidas, conceitos e princípios que norteiem as atitudes de todos os que a compõem, sem exceção, pela percepção de que o resultado geral é fruto da soma dos esforços de cada um.
  2. Implantação e Execução deste mesmo Plano Estratégico, através das ações e iniciativas de cada indivíduo e dos núcleos responsáveis por cada parcela do trabalho a ser realizado com vistas a alcançar este objetivo.

Infelizmente, no entanto, é justamente nesta segunda etapa que em muitas vezes o processo é interrompido ou mesmo abandonado, graças a dispersão e perda de foco dos responsáveis por conduzir as providencias necessárias a efetivamente concretizá-los.

De maneira geral, qualquer que seja o segmento de atuação da empresa, constantemente são colocadas para avaliação nas reuniões de equipes, estratégias consideradas excelentes por todos os presentes. A partir disso, toda a equipe inicia uma discussão entusiasta do assunto, encontrando pontos de sinergia e benefícios que levam o plano a ser considerado extremamente apropriado e, adequado a ser imediatamente posto em prática.

Não resta duvida de que, estas ideias podem em muitas ocasiões, representar a chave para a diferenciação e o crescimento do negócio, gerando aumento de vendas, reduções de custos e seus consequentes resultados, devendo ser consistente e rapidamente implementadas, para que o retorno esperado aconteça.

Em outras, podem servir como armas de combate às ações da concorrência ou instrumentos de reposicionamento face a mudanças econômicas não previstas, que colocam as empresas diante de situações que necessitam da tomada urgente de decisões para superar momentos de crise.

O problema é que, mesmo que devesse ser uma prioridade das lideranças, indicada na própria denominação da função que exercem, é na execução destas estratégias que mais pecam as empresas e seus dirigentes.

E minha experiência pratica, tanto como Conselheiro, como Consultor de diversas empresas, infelizmente confirma o que acima é colocado, com todos envolvendo-se nas discussões, atingindo um consenso sobre a importância das decisões a serem assumidas e saindo das reuniões com anotações, direcionamentos e decisões sobre ações a serem implementadas, mas raramente, transformando essas decisões em ações práticas ou mesmo trazendo informações sobre o que foi efetivamente realizado nos encontros seguintes.

Acontece que, o maior problema reside exatamente em se conseguir transformar estas ideias em ações, pelo simples fato de que, ao se envolverem novamente nos problemas do dia-a-dia, há uma tendência quase generalizada de ser abandonado o esforço para implantação dos novos planos, sendo a maioria absorvida pelas tarefas rotineiras, voltadas para os propósitos imediatos.

Pensar, refletir, questionar e finalmente implantar novas ações, leva tempo e em muitas vezes não produz resultados imediatos. Por isso essas iniciativas são em grande parte abandonadas e o que parecia em determinado momento, uma proposta que atendia plenamente ao que era necessário para que se atingisse os objetivos desejados, termina por ser esquecido ao longo do tempo.

Assim, em um bom numero de ocasiões o que se vê é justamente o contrario do que se havia decidido realizar, com os planos naufragando em pouco tempo e a antes extraordinária solução sendo esquecida, como se nunca ninguém houvesse jamais falado sobre ela.

A questão é que, queiramos ou não, há um constante conflito entre o que pensa e deseja ver realizado o principal executivo da organização, que coloca a execução estratégica à frente da maior parte dos outros interesses específicos da empresa, e a maneira pela qual o problema é visto por sua equipe, que em muitas vezes reluta ou mesmo resiste em executar estes novos planos gerais, preferindo concentra-se em atender aos seus objetivos específicos, de execução diária.

Esta é a conclusão a que se chega, quando observados os elevados índices de não execução de planos e ideias, em pesquisa publicada recentemente pela Harvard Business Review, que indica que três de cada quatro organizações participantes do estudo, não conseguem ter os seus planos efetivamente postos em prática por suas equipes.Ainda segundo o estudo, são tres as principais razões para que isto aconteça com tanta frequência:

  • A falta de clareza na definição de objetivos, metas e métricas de sucesso individual.
  • O não alinhamento entre os propósitos e objetivos dos indivíduos e das equipes, aos objetivos maiores das empresas
  • As falhas de comunicação e disso derivada a dificuldade de ser alcançada a contribuição entre os times, ou mesmo a ausência de informação consistente a respeito dos objetivos a serem alcançados.

Na busca de solução para estas questões, cabe as empresas, através do seu principal executivo, movimentarem-se de forma a obter as mudanças e reestruturações necessárias para que tais fatos não continuem a se repetir. Nesse sentido, algumas providencias podem ser úteis, desde que criteriosamente aplicadas e considerando que nada será alcançado se não acontecer o comprometimento de todos com vistas a expurgar os desvios, que comumente acontecem.

São iniciativas que tem por finalidade superar o “status quo” que impera de forma sistemática no ambiente da maioria das organizações, produzindo uma mudança de atitudes capaz de transformar a execução dos projetos aprovados, na razão de ser e na responsabilidade de cada área.


1. Dentre estas iniciativas é possível destacar a condução do grupo para que estas deficiências e ineficiências sejam superadas, para tanto adotando as seguintes soluções:

  • Obtenção do engajamento de toda a sua equipe e atribuição de responsabilidades claras a cada membro participante do processo.
  • Definição de métodos de controle e avaliação dos processos e de acompanhamento do desempenho de cada grupo e de cada individuo.
  • Possibilitar a todos acesso irrestrito aos detalhes do plano, informando a cada um sobre a importância da sua própria contribuição, sobre as ferramentas a serem utilizadas para garantir o alinhamento de todas as práticas com vistas a que o todo se torne mais significativo que as partes, e para que a motivação ultrapasse os limites individuais, e atinja o coletivo.

Tenha em mente no entanto, que cada pessoa e cada equipe, possui a sua própria dinâmica. Para suplantar estas diferenças, utilize-se dos modernos meios de comunicação, para passar o máximo de informações, estimulando o cumprimento de objetivos individuais mas, para além disso, o desenvolvimento de ideias e processos criativos, na busca da solução dos problemas.

2. Estabelecer o foco a ser dado para que seu plano seja concretizado, mediante as seguintes práticas:

  • Defina de forma clara e sem possibilidade de duvidas os objetivos do seu plano.
  • Defina prioridades estratégicas para cada área, e não tema informara a todos sobre as razões que o levaram a essas decisões.
  • Assuma a ousadia de colocar outros projetos em plano secundário, pondo-os em espera, para que o objetivo principal seja transformado no foco de toda a empresa.
  • Entenda que o sucesso na implementação de um plano estratégico “depende não apenas daquilo que se decide fazer, mas tambem daquilo que se resolve não fazer”.

3. Estabeleça o sistema de “plantão 24 horas”, consciente de que:

  • Pessoas efetivamente comprometidas não se preocupam com o relógio e portanto não se desligam das suas responsabilidades ao final da jornada regular de trabalho.
  • Dispositivos móveis são excelentes ferramentas auxiliares para manter a conexão entre os membros da sua equipe, os parceiros e todos os que, de alguma forma podem contribuir com a implementação do plano, assegurando a transmissão imediata de informações e descobertas.
  • Garantir a integração permite alimentar a motivação e a estimular a cooperação.

4. Não tema a complexidade. Ela pode ser vencida por boa comunicação, criatividade e comprometimento, mas não esqueça:

  • Que o excesso de complexidade pode atrapalhar o desenvolvimento de um bom plano estratégico.
  • Que a tentativa forçada de simplificar, pode ser pior que assumir as dificuldades inerentes ao processo.
  • Que digitalizar sua estratégia, atribuir-lhe maior visibilidade e que, ampliar os canais de comunicação entre os departamentos, níveis de gerenciamento e parceiros relevantes, contribui para a melhora do processo de coordenação, atualização e resolução de conflitos.

Um sistema de planejamento transparente reconhece e encontra soluções, em vez de suprimir interdependências críticas.

Concluindo portanto, nunca esqueça que sempre que em sua empresa surgir uma grande ideia ou se pensar em uma lançar nova estratégia, é sua responabilidade como empresário garantir:

  • Garantir a total transparência em todos os processos necessários
  • Certificar-se de que sua equipe reúne as condições ideais para colaboração e comprometimento, além de elevado nível de motivação.
  • Que o foco a ser dado ao projeto assegurará a sua execução prioritária, acima e à frente de todos os outros.
  • Que cada membro da sua equipe entende perfeitamente o seu próprio papel e a importância da sua contribuição para que se alcancem os objetivos gerais.

 

Por: Jaime Xavier – Xconsult – Consultoria Empresarial 

Inspirado no artigo publicado por Molly Reynolds

“How to Actually Execute Your Business Strategy”

Great ideas are a dime a dozen. It’s the actual execution that makes the difference.



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