Estratégia de Negócio e Estratégia de TI

Estratégia de Negócio e Estratégia de TI

Governança de TI

Estratégia de Negócio e Estratégia de TI

Sempre que falamos de Governança de TI, surge uma série de afirmações comuns tais como; promover o alinhamento do negócio com a TI; agregar valor ao negócio; obter maior retorno dos investimentos de TI; quem decide o como decide sobre TI, e assim por diante. Na verdade estas afirmações são por demais simplistas e não valoriza a Governança de TI como um instrumento estratégico para os negócios.
Todos nós sabemos sobre a importância da tecnologia, os aspectos relacionados a ela e os negócios. Mas também sabemos o quanto esta importância estratégica não é reconhecida na maioria das empresas, ocasionando a estas uma perda significativa de sua competitividade e produtividade.
Todo negócio tem, formal ou informalmente definido, um objetivo a ser alcançado que nada mais é do que a razão de existir daquele empreendimento. Para alcançar, para realizar este objetivo o empreendimento irá elaborar estratégias de longo prazo que serão desdobradas em planos de médio e curto prazo, empregando os mais diversos recursos disponíveis durante este desdobramento.
Sobre estes recursos irão incidir restrições que afetarão a forma de empregar estes recursos podendo inclusive ocasionar mudanças nos meios empregados e até mesmo na estratégia que esta sendo empregada.
Assim como o negócio, o empreendimento desenvolve e emprega estratégias para a realização de seus objetivos, a TI também o faz como um instrumento estratégico do negócio. Ela é capaz de fazer com que os objetivos do negócio sejam alcançados de forma mais abrangente e maximizando os seus resultados. Desta forma ela estará agregando, entregando mais valor ao negócio.
Para que isto ocorra no desdobramento da estratégia do negócio, a TI precisa desenvolver sua estratégia própria, alinhada com a estratégia de negócio para promover o alinhamento da TI com negócio, para que os resultados da TI possam alavancar o negócio no alcance de seus objetivos.
A estratégia de TI é algo maior do que decidir por uma determinada plataforma operacional, pela contratação deste o daquele ERP ou ainda para uma infraestrutura centralizada ou não. A estratégia de TI parte da clara compreensão dos objetivos de negócio e da transformação destes em objetivos de TI.
Estes objetivos de TI produzirão iniciativas corporativas de TI que por sua vez irão desdobra-se em planos táticos e operacionais executados pela TI e seus parceiros em benefício do negócio.

Toda estratégia de TI deveria estar diretamente associada a estratégia do negócio, situação esta que na verdade é ainda pouco comum na maioria da organizações onde a TI é utilizada como mero recurso de automação, não produzindo resultados significativos a nível da competitividade e produtividade do negócio.
Os objetivos de TI necessitam ser expressos em unidades de valor do negócio para que os resultados obtidos possam claramente demonstrar o quanto o alcance dos mesmos contribuiu para o aumento das vendas, para o incremento na participação do mercado, na velocidade com que respondemos as demandas originadas pelos clientes sejam eles internos ou externos.
Para alcançar os resultados mencionados precisamos adotar uma estratégia para bem empregar os recursos tecnológicos, financeiros, materiais e humanos a disposição para desdobrar estes objetivos de TI em processos e atividades de TI capazes de realizar aqueles objetivos.
Esta é a estratégia de TI ou o desdobramento dos objetivos de TI em processos e atividades de TI, que irão requerer recursos e gestão para que sejam bem empregados e produzam os efeitos desejados. Estratégia é uma palavra originada do grego antigo “stratègós”, onde “stratos” significa exército e “ago” liderança ou comando.
Entretanto, o seu significado como mencionamos no inicio diz respeito à forma com que os recursos serão empregados para a obtenção e alcance de um objetivo.
Então a estratégia possui uma grande influencia pessoal dos gestores do negócio e da TI, responsáveis pelo emprego dos recursos disponíveis para alcançarem os objetivos do negócio e da TI.

O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas.
Peter Drucker

As práticas da Governança Corporativa: Do pensamento à decisão

Na década de 1990, o mercado americano foi conturbado por uma série de fraudes bilionárias em que as Empresas estavam quebrando por não haver mais uma certa credibilidade e também, a perda da atratividade nos negócios do mercado empresarial. Foi neste mesmo período que surgiu os conceitos e abrangência da Governança Corporativa, que nada mais é do que o conjunto de práticas administrativas que têm por fim, junto de seus stakeholders, a partir de uma administração participativa e democrática, otimizar o desempenho da Empresa, seu modelo de Gestão e ainda, tornar as informações básicas da Empresa acessíveis ao seu público, implantando diversos métodos de transparência através das ferramentas e/ou canais de marketing.
A Lei Sarbanes-Oxley (Sabox) difundiu os conceitos de transparência da Governança Corporativa, além de tratar da qualidade da informação como uma forma de recuperar o mercado empresarial, baseando-se no reestabelecimento da confiança e integridade da informação, através de uma participação conjunta, em que todos eram os envolvidos e responsáveis em desenvolver os projetos da empresa. Todo este dinamismo gerou a participação e o surgimento de Conselhos Administrativos das Empresas, que nada mais são do que órgãos deliberativos que são responsáveis em identificar, analisar, debater e decidir sobre os assuntos da Empresa, saber dizer a hora do Sim e a hora do Não, em que sua estrutura, formada por profissionais da Administração e Técnicos da Empresa, devem articular com a finalidade de defender o seu próprio Patrimônio e os de seus acionistas, onde acaba a idéia de que o sócio majoritário é que tem o maior aporte de capital ou porcentagem dos lucros; através da Governança Corporativa os sócios e/ou acionistas passaram a ser tratados de forma equitativa, fazendo com que os investidores inserissem toda a sua credibilidade e responsabilidade na Empresa.
Então para sintetizarmos o que analisamos até então podemos dizer que a Governança Corporativa é o conjunto de praticas administrativas que visam melhorar o desempenho da empresa e o modelo de gestão, através de informações acessíveis à sociedade; já o Conselho Administrativo é um órgão deliberativo da Empresa, estruturado por profissionais qualificados, que visa proteger o Patrimônio e trazer um retorno maior ao seu negócio.

Alinhada às práticas do Modelo de Gestão, estão insertas dentro do mesmo os estilos administrativos e os instrumentos administrativos. Para entendermos o foco, precisamos detalhar o que vem a ser um modelo de gestão. O Modelo de Gestão é a estrutura administrativa que tem a finalidade de implantar a forma básica de se administrar uma Empresa, por meio do seu estilo administrativo e do instrumento administrativo. Então, sobre o estilo administrativo, este caracteriza-se como a forma que a empresa vai administrar seus departamentos e como irá realizar todo o fluxo do seu processo decisório, se é mais centralizado ou descentralizado, se é mais rígido ou formado por uma liderança liberal ou situacional. No caso dos instrumentos administrativos, são todas as áreas do conhecimento da Administração que a empresa deve utilizar para abordar seus processos e chegar a um objetivo comum, é utilizar dos conhecimentos da ciência administrativa para gerir o seu patrimônio, seja ele tácito ou intangível. Ou seja, os instrumentos administrativos são a utilização das áreas da Administração como nos setores de Gestão de Pessoas, Logística, Marketing, ou seja, cada área desta tem um conhecimento específico que irá auxiliar a Organização a melhorar seu desempenho e garantir os cumprimentos de suas metas, trabalhando sempre com suas diretrizes organizacionais em realizar seus objetivos perante ao que ela planejou.
Note que o modelo de gestão é uma forma básica de administrar uma empresa, cabendo aos Administradores decidirem como deverá ser a rota do fluxo da informação, quais as metodologias a serem utilizadas para fazê-lo funcionar e quais os seus agentes que controlarão este fluxo (estilo administrativo), de acordo com os conhecimentos da área da Administração já atribuídos aos departamentos da Empresa (instrumentos administrativos). Então o modelo de gestão envolve estas práticas, do conhecimento à decisão, de forma que ambos ganhem um nível de coerência com os propósitos estratégicos da Empresa, que é o fator delineador do que deve ser feito para se chegar a um patamar esperado, conforme o projetado pela Gestão Estratégica.
Podemos dizer que este assunto tem um caráter fortemente estratégico, onde a arte estratégica não passa a ser exclusivamente envolvimento da Alta Gerência, mas agora passa a envolver todos que estão dentro e fora da Empresa, através das práticas otimizadas do Conselho de Administração e da Governança Corporativa.
Se levarmos em consideração que a Estratégia é uma arte, e sabemos que a arte provém do pensamento ou da cognição humana, podemos afirmar que ação de pensar não pertence mais exclusivamente à Alta Gerência, mas sim a todos os envolvidos para com a Empresa. Os seres humanos dentro das Empresas passam a deixar de serem robôs com pensamentos tayloristas e, agora, passam a se tornar donos de suas próprias competências básicas e essenciais, gerando competências organizacionais.

 

Uma boa semana a todos!

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