A Estratégia do Voluntariado Corporativo
Você pode não saber quanta diferença fez na vida de alguém, mas essa pessoa com certeza saberá. Então, atreva-se a ajudar!

A Estratégia do Voluntariado Corporativo

Tema: Voluntariado Corporativo

Entrevistada: Aline Oliveira

1 – Aline, primeiro eu preciso dizer que foi esperado demais esse nosso encontro. Participamos de dois eventos juntos, compartilhando inclusive o palco e quando finalizou eu pensei: Preciso começar essa Newsletter com a Aline e levá-la para toda a minha rede. Eu te conheço, mas, talvez tenham pessoas que não. Então, por favor, se apresentem para a gente?   

Sou Aline Oliveira, 39 anos, casada, mãe da Luiza... Psicóloga de formação, mas me enveredei para o terceiro setor. Sempre considerei os impactos sociais nas minhas escolhas, e há 14 anos, quando entrei na Alphaville, um fator de decisão foi saber que eles mantinham a Fundação Alphaville, uma organização social que atua com comunidades vulneráveis. Gostei tanto que estou há 8 anos na Fundação, hoje como Gerente de Sustentabilidade e Desenvolvimento Institucional.

2 – Te chamei aqui hoje para a gente falar sobre Voluntariado Corporativo. Mas antes de aprofundar no assunto, como o voluntariado entrou na sua vida? Foi no corporativo ou antes?

O voluntariado faz parte da minha história, está presente na minha vida desde muito cedo. Eu nasci em uma família de classe média na grande São Paulo, mas meus pais vieram de realidades muito diferentes da minha, e encontraram nas adversidades a força para superar e vencer. Construíram tudo com muita garra e força de vontade, mas também encontraram pelo caminho pessoas que acreditaram e apoiaram os sonhos deles. Por conta disso, a solidariedade foi um dos pilares da minha educação: lembro do meu pai vestido de Papai Noel, entregando brinquedos que ele havia comprado para as crianças de uma comunidade bem vulnerável que ficava perto de casa. O brilho no olhar dele era incrível! Ele se via nas crianças que estavam ali, e acolher a cada uma delas era como resgatar um pouco da infância que ele não teve. E eu aprendi assim, sempre acreditei que a vida é equilíbrio, harmonia. Existe uma filosofia africana, ubuntu, que traduz o que penso sobre a forma de estar no mundo. “Eu sou porque nós somos”. Só estaremos bem quando todos estiverem.

Hoje, consigo conciliar a minha atuação profissional com minhas crenças e valores, e isso faz toda a diferença.

3 – E o que é o voluntariado corporativo?

O voluntariado corporativo é a entrega voluntária que as empresas realizam, de mão de obra de sua equipe e recursos, para contribuir com causas sociais ou ambientais. No Brasil, os dados apontam que 80% das pessoas entre 16 e 24 anos, apesar de reconhecer nossas demandas sociais, nunca realizaram uma ação de voluntariado, muitas delas por entender que esse atendimento deve ser uma atribuição do governo. Ou seja, há consciência sobre a problemática, mas não há ainda senso de responsabilização sobre ela. Em contrapartida, temos percebido o senso de propósito aumentando entre as novas gerações, o que tem feito com que a proporção de jovens que decidem se voluntariar esteja em curva crescente desde 2011. E aqui entra o papel das empresas: de acordo com uma pesquisa recente da Santo Caos, a empresa é o principal canal de voluntariado para 2/3 dos voluntários, porque conecta a ação a um ambiente conhecido, seguro, com amigos de trabalho... e ainda traz benefícios para o desenvolvimento de carreira, imagem na empresa, relacionamento no ambiente corporativo.

Especialmente hoje em dia, com a onda ESG implantada (indicadores sobre os riscos ambientais, sociais e de governança das organizações), as ações de voluntariado são um grande aliado à discussão e ao cumprimento de metas sociais e ambientais, de uma forma muito interessante: envolve diversos públicos de interesse (funcionários, fornecedores, parceiros, comunidades atendidas) e se reflete na compreensão de que as atividades precisam estar interligadas à estratégia organizacional para fazerem sentido e trazerem resultados concretos. É um excelente primeiro passo para a responsabilidade social empresarial, porque a partir dele as organizações podem começar a identificar com quais causas se identificam – e se ela estiver atrelada ao que a empresa oferece ou a riscos do negócio, melhor ainda! Porque altera-se a visão de “temos um problema e não sabemos o que fazer com ele” para “temos oportunidades reais de solucioná-lo e ainda gerar valor positivo”. A famosa relação ganha-ganha.

Um ponto importante e que geralmente afasta as empresas do voluntariado corporativo é a falta de conhecimento interno sobre o assunto; geralmente não há especialistas dedicados ao tema nas organizações. Mas por haver inúmeros formatos e possibilidades, as ações podem contar com parceria de organizações ou projetos que já tenham a causa escolhida em seu DNA, bastando apenas um responsável pelo assunto que faça a conexão com a empresa. O importante é identificar o que se pretende atingir, e encontrar organizações confiáveis que ofereçam as ferramentas e as oportunidades de promover o bem.

4 – Hoje você atua como Gerente de Sustentabilidade na Fundação Alphaville. Como a Sustentabilidade e o voluntariado se encontram?  

Sustentabilidade é gerar condições de perenidade. Vem do latim, sustentare  = sustentar.

Há alguns anos atrás, promover impacto positivo nas empresas era um diferencial; tratava-se do assunto como algo adicional, para gerar valor ou reduzir os impactos causados. Atualmente, é uma necessidade. Empresas que não consideram essas questões em sua estratégia já estão atrasadas, perdendo posicionamento, clientes e acesso a recursos. Para além disso, existe uma tendência relativamente recente, o Movimento Regenerativo, que estimula as organizações a não somente reduzir seus impactos e gerar valor positivo, mas a atuar para restaurar o que já foi impactado anteriormente. Essa frente tem se conectado bastante com a sigla ESG, como uma somatória de estratégias com o mesmo objetivo: garantir a sustentabilidade empresarial e de todo seu ecossistema de negócios. Pela primeira vez em nossa história, as organizações estão sentindo os impactos das mudanças globais, como a crise climática, por exemplo, em suas operações, seja pela dificuldade ao acesso de recursos naturais que há pouco tempo eram abundantes, seja por seus efeitos econômicos e sociais em grandes populações. Por ser uma prática mais antiga e conhecida, o voluntariado se coloca como uma oportunidade segura de introduzir essas discussões nas empresas. Ao estreitar relações com as comunidades, aproximar fornecedores e colaboradores e incentivar uma iniciativa positiva e desinteressada, é possível abrir um caminho personalizado, capaz de alterar a visão das empresas sobre as questões socioambientais, porque aproximação gera empatia e conhecimento prático. Novas oportunidades de ação são facilmente desenhadas nestes encontros.

5 – Como iniciar um programa de voluntariado corporativo dentro de uma empresa?

O primeiro passo é identificar qual ou quais causas apoiar. Pode ter algo a ver com a expertise da empresa ou com o interesse dos funcionários (voluntários). Essa etapa diagnóstica é fundamental, para alinhar as ações de voluntariado à estratégia da organização e dimensionar as expectativas. Caso não possua uma equipe dedicada ao assunto, a empresa pode se aproximar de quem ofereça oportunidades de voluntariado. O Atados é uma ótima opção para quem não sabe por onde começar. Oferecem vagas, capacitações, consultoria no tema. Assegura que esse início seja tranquilo e gere uma experiência positiva para todos os envolvidos.

Definidas as causas e as ações, é hora de sensibilizar! Voluntários geralmente querem participar de algo em que acreditem, portanto, conexão emocional é muito importante. Nessa fase, ações de sensibilização, palestras, campanhas e comunicação ajudam muito a esclarecer como serão as ações, quais os desafios e os resultados esperados. Aqui, vale também investir em treinamento para os voluntários, de modo a prepará-los para que a participação seja incrível. Recomendo que a empresa pesquise muito sobre isso antes de começar, e veja como outras organizações fazem esse movimento. Apesar de algumas causas serem bastante sensíveis, a mensagem final precisa ser sempre positiva, para manter o tom de que de fato estamos colaborando, por mais difícil que pareça a situação inicial.

Durante sua execução, é fundamental que existam líderes, responsáveis por orquestrar e garantir que as atividades dos voluntários estejam adequadas e em conformidade com o que foi planejado. Não podemos esquecer que os voluntários muitas vezes são “marinheiros de primeira viagem”, e dúvidas ou inseguranças certamente irão surgir no momento da prática. Possuir planos de ação para mapear e gerenciar possíveis riscos e crises garante tranquilidade e resultados positivos ao final do dia.

Feita a ação, é hora de comemorar e agradecer! A atitude de dedicar parte do seu tempo ou conhecimento a favor do outro é sempre digna de muita celebração. Além disso, monitorar os resultados atingidos e trazê-los de volta para a turma de voluntários, além de manter o engajamento, reforçar a relevância das ações que foram realizadas e contribui para angariar novos voluntários. Um indicador importante que temos na fundação é a curva de participação dos nossos voluntários. Vemos que inicialmente começam sozinhos; nas ações seguintes, se inscrevem e já trazem amigos, familiares. Essa é a maior tradução de ação realizada com sucesso, quando começam a querer expandir a sua experiência para as pessoas que amam.

6 – É necessário que o voluntariado corporativo seja uma instituição independente dos negócios da empresa ou pode ser um projeto interno?

Pode ser ambos! Mas o ideal é que a ação de voluntariado possua alinhamento com as causas que a empresa defende e, portanto, esteja atrelada à sua estratégia de negócios. Por exemplo, uma empresa do segmento alimentício pode realizar ações de voluntariado em inúmeras causas com ótimos resultados; mas para fazer com que isso seja impactante também para o seu ecossistema, ela pode escolher apoiar causas alinhadas ao seu escopo de negócios. Atuar com a causa da segurança alimentar, por exemplo, uniria as estratégias de impacto social e de posicionamento empresarial e garantiria aderência e coerências das iniciativas.

No ano passado, realizamos com a Alphaville uma ação de voluntariado que foi muito impactante: desenvolvemos dentro do Programa de Estagiários da empresa um módulo social, que apresentou questões referentes ao Direito às Cidades, tendo como pano de fundo a taxa de ocupação dos imóveis na cidade de São Paulo frente à quantidade de pessoas vivendo em ocupações pela capital. Juntos com a Fundação, os estagiários da empresa visitaram dois desses espaços, a Ocupação Mauá e a Ocupação Elza Soares, e em parceria com os moradores, desenvolveram um projeto de revitalização de um deles. O projeto fez tanto sentido que no final do ano, mobilizamos cerca de 80 voluntários da empresa para colocar o projeto em prática! Os resultados foram incontáveis: além de desmistificar as questões sociais por trás das ocupações sociais, geramos uma taxa de engajamento incrível entre os estagiários, que aprenderam algo novo e prático, não apresentado nas universidades, e que agregará muito ao desenvolvimento profissional destes novos urbanistas. Para a empresa, um alinhamento muito próximo ao seu foco de atuação, o direito à moradia de qualidade, para um público bastante diferente do seu cliente final, o que representa um compromisso social significativo. E para os moradores da ocupação, toda a valorização sobre o direito pela moradia, e uma ampliação relevante na qualidade dos espaços ocupados, que são provisórios, mas abrigam muitas famílias em situação de extrema vulnerabilidade até que esse direito esteja garantido.

7 – Pensando na empresa. Quais os benefícios você destacaria?

São inúmeros! Dados da consultoria Santo Caos indicam, dentro das organizações, a oportunidade de inversão de papéis e promoção do espírito de equipe; a retomada do relacionamento entre pessoas e áreas, especialmente no pós pandemia; a criação de visão de negócios, liderança, auto-organização; identificação de habilidades dos colaboradores; ampliação de bagagem emocional e cultural, entre muitos outros. Externamente, o voluntariado corporativo colabora com o reforço ao posicionamento das marcas, estreita relação com as comunidades, aumenta a motivação e engajamento de clientes com a empresa e fortalece a estratégia ESG das organizações.

8 – E para os colaboradores?

Para os voluntários, e por experiência própria, o principal resultado é a sensação real de contribuir para um mundo melhor. Quando assistimos ao noticiário, vemos as problemáticas como algo muito complexo, distante de nós, e tendemos a ficar paralisados, sem compreensão sobre como ajudar. Assim, o voluntariado se configura como a melhor forma de iniciar uma participação social, e mostra que temos um poder muito maior do que imaginamos. Voluntários se tornam então pessoas mais felizes! Além da estimulação sobre os hormônios como a endorfina, que promovem prazer, bem estar e fortalecem o sistema imunológico, participar de ações voluntárias faz com que se perceba que somos sim, muito úteis e relevantes para o todo. As ações geram envolvimento, propósito, engajamento. Além disso, e na relação entre voluntário-empresa, colaboradores que participam de ações de voluntariado corporativo relatam a clara percepção sobre o desenvolvimento de novas habilidades e competências (como comunicação, planejamento, trabalho em equipe), além de melhorar o relacionamento interpessoal e, consequentemente, facilitar as tratativas internas com profissionais de outras áreas.

9 – Quais os impactos na prática do voluntariado corporativo?

Infelizmente, sabemos que nossos desafios socioambientais são grandes. O terceiro setor, como ponte entre poder público e sociedade, carece de recursos. Segundo a ONU, o voluntariado é um dos principais caminhos para conseguirmos atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e melhorar a nossa sociedade. Dessa forma, o voluntariado corporativo cobre uma importante parcela dessa meta, com a oferta de mão-de-obra e de qualificação profissional, que muitas organizações dificilmente conseguiriam arcar. O voluntário-doador, envolvido pela cultura de doação das empresas, ajuda a garantir acesso a recursos, insumos, a pagar contas básicas que muitas vezes, organizações sociais não conseguiriam manter sem essa ajuda.

Além disso, o voluntariado estimulado pelas empresas gera o efeito cascata – quando a experiência é muito boa, gratificante, o voluntário tende a envolver mais pessoas; parceiros e fornecedores se unem às causas; e o impacto se expande.

10 – Como o voluntariado corporativo pode promover negócios e oportunidades?

De inúmeras formas. Para pessoas físicas, contribui com o desenvolvimento e com o reconhecimento das habilidades; aproxima pessoas diferentes, que dificilmente se encontrariam no dia a dia corporativo; gera networking; e chancela o perfil do voluntário ao se candidatar a uma vaga de emprego, por exemplo.

Para empresas, a oferta de serviços ou mesmo doações para organizações sociais é um cartão de visitas maravilhoso. Temos casos de parceiros que entraram como fornecedores da Alphaville a partir de doações para ações de voluntariado da Fundação. E o mais interessante é que o contrário também é muito comum – fornecedores da Alphaville que se voluntariam a doar insumos e mão de obra para as ações, porque veem valor nas ações e querem levar isso pra dentro de suas empresas.

11 – E como eu consigo fomentar essa ideia internamente?

Primeiro, é necessário descobrir o que mobiliza seus funcionários. Adotar uma causa principal e demonstrar coerência entre ela e as demais atividades que são realizadas pela organização.

As ações de voluntariado normalmente começam simples, com ideias de campanhas. Identificando-se as causas que a empresa tem interesse em apoiar, a organização pode começar com uma simples ação de arrecadação, e convidar seus funcionários para participar das entregas. É um primeiro passo, fácil de organizar e que traz um senso de realização muito grande. Deixa um gostinho de “quero mais”... e pode ser o gancho para ações maiores e mais estruturadas, como a oferta de voluntariado técnico, por exemplo, ou mesmo a participação do time em ações de mutirão. Fazer o bem é um sentimento que contagia.

Além disso, o voluntariado tem inúmeros formatos, que podem “abraçar” a diversidade de pessoas dentro das empresas: doações, mão na massa (mutirões), habilidades pessoais (como recreações, contação de histórias), habilidades profissionais (aulas, capacitações técnicas), mentorias (para jovens ou pequenos empreendedores)... O céu é o limite!

12 – Vou pedir uma consultoria de graça aqui para nossa audiência. Se você pudesse dar uma dica de voluntariado corporativo, qual seria?

A dica mais poderosa que posso trazer é: antes de começar, escute. Muitas vezes, a vontade de fazer o bem é tão grande que nos faz deixar de lado preparações muito importantes. Soube de uma pessoa em situação de rua que, ao receber um prato de sopa (que havia sido preparado com muito carinho por uma equipe de voluntários), recusou. Ao questionar o motivo, ela disse “agradeço muito, mas esse já é o terceiro prato de sopa que recebo essa noite.”. Se alguém tivesse perguntado antes, teriam descoberto que o que eles precisavam era de um cobertor, por exemplo, ou uma oportunidade de tomar um banho quentinho. Então, antes de agir, estude a causa, seu público, construa em conjunto com quem vivencia essas dores ou está mais próximo da atuação. Dedique-se ao planejamento, e não perca de vista o objetivo final, que é gerar impacto positivo.

13 – Quais os pontos de atenção que uma empresa ou um colaborador precisa ficar atento na hora de iniciar um projeto de voluntariado corporativo?

É fundamental que exista muito cuidado e organização antes de começar uma ação de voluntariado. Depois de identificar qual vai ser a causa apoiada (e o que vocês poderão oferecer), é fundamental conhecer bem a organização, projeto ou público que será beneficiado. Pesquisem a fundo, avaliem documentação, busquem referências, façam visitas... Nada mais frustrante para um voluntário do que sentir que ele não fez a diferença, ou que todo seu esforço não foi bem aproveitado pela instituição. Além disso, para o voluntariado corporativo, existe o envolvimento e exposição de sua marca; deve haver alinhamento de causas e posicionamento entre a empresa e a organização que está sendo apoiada. Imagine uma empresa idônea que firme parceria com uma organização com histórico suspeito, ou vice-versa. Por melhor intencionada que seja a ação, administrar essa relação pode gerar mais prejuízos do que benefícios.

Outro ponto fundamental é a atenção à lei do voluntariado. Existem compromissos e orientações que precisam ser seguidas. Importante ressaltar que, nestas ações, os voluntários passam a ser porta-vozes (mesmo que indiretos) da sua organização. Devem estar bem treinados e orientados; assinar os termos de uso de imagem e voz, termo de trabalho voluntário; tomar todos os cuidados no relacionamento com o público atendido, e observar todos os cuidados específicos com relação à ação que será realizada.

14 – Quando a gente fala de suprimentos, o mercado sempre pede um Case de Sucesso para acreditar que é uma pauta importante e necessária. Qual seu Case de Sucesso de voluntariado corporativo?

Temos entre nossos parceiros algumas empresas que são fornecedores da Alphaville. São empresas que doam mão-de-obra, insumos, orientações técnicas para nossas ações sociais, de maneira totalmente voluntária. Isso quer dizer, sem sombra de dúvidas, que isso gera negócios diretos para essas organizações. Além disso, traz o reconhecimento de empresa socialmente responsável.

Nós temos, na Fundação Alphaville, um programa chamado “Empresa que Transforma”, em que organizações parceiras, doadoras ou apoiadoras de nossas ações e projetos, recebem uma série de contrapartidas (que vão desde a logo no nosso site, relatório e materiais de comunicação até o direito de participarem pessoalmente nas ações). De todas as contrapartidas, a exposição de marca é a mais procurada, exatamente porque chama atenção do mercado sobre a responsabilidade e idoneidade da empresa. Para a equipe de Suprimentos, pode ser inclusive um indicador de boa contratação. Dificilmente, empresas que tem pendências ou que são pouco comprometidas se dedicam a ir além do trivial. Corporações que se envolvem em ações socioambientais tendem a ser mais estruturadas e organizadas, deixando seu negócio menos arriscado para futuros investidores e clientes.

15 – Vou te pedir agora uma indicação de um documentário, um livro, uma empresa, um filme, o que você quiser, sobre voluntariado corporativo.

Existe um filme maravilhoso, de 2012, chamado Quem se importa? Foi dirigido pela cineasta brasileira Mara Mourão, e retrata muito bem as principais causas que temos atualmente, e pessoas que se comoveram e mobilizaram a ponto de transformá-las em impacto positivo para o mundo. É sensacional! Aos interessados, o site do filme traz todas as informações e indica as formas de acessá-lo:  www.quemseimporta.com.br.

16 – E se você pudesse deixar um conselho encorajador para as empresas e profissionais sobre o tema, qual seria?

Temos atualmente uma geração que pede por propósito; quer fazer sentido, não quer que a sua existência seja vazia. A prática do voluntariado planta essa semente; gera oportunidades de fazer o bem, de se sentir útil, de deixar um legado. Seja para pessoas ou para empresas, é importante saber que estamos contribuindo para deixar o mundo um lugar um pouco melhor para quem cruzar nosso caminho. “Você pode não saber quanta diferença fez na vida de alguém, mas essa pessoa com certeza saberá”. Então, atreva-se a ajudar!

Giovana K.

M.Sc Sustentabilidade I Superintendente I Filantropia I Rel. Institucionais I ESG I RSC I Investimento & Impacto Social

1 a

Parabéns Aline Oliveira pela trajetória do voluntariado na Fundação Alphaville!!!

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