Estratégias de proteção contra Ransomware: como medidas de segurança preventivas podem salvar empresas

Estratégias de proteção contra Ransomware: como medidas de segurança preventivas podem salvar empresas

Nos últimos anos, o ransomware tem se tornado uma das maiores ameaças para empresas de todos os tamanhos. Este tipo de ataque consiste no bloqueio de acesso aos dados ou sistemas da vítima, normalmente por meio de criptografia, e os criminosos exigem um resgate em troca da liberação das informações. Com o aumento da digitalização e o uso de tecnologias conectadas, os ataques ransomware não só se intensificaram, como também se tornaram mais sofisticados, causando grandes prejuízos financeiros e danos à reputação das organizações.

Por que os ataques estão aumentando?

A razão por trás do aumento desses ataques está na lucratividade para os criminosos. Eles conseguem extorquir grandes quantias de dinheiro sem sequer roubar dados diretamente, o que facilita a execução dos ataques e amplia o leque de alvos. Falhas em medidas básicas de segurança, como o uso de senhas fracas, sistemas desatualizados e a ausência de uma cultura de cibersegurança, tornam as empresas mais vulneráveis. Além disso, o surgimento do Ransomware-as-a-Service (RaaS) democratizou o acesso a ferramentas sofisticadas, permitindo que até hackers com pouca habilidade técnica realizem ataques devastadores.

Impacto histórico dos ataques

Os ataques ransomware começaram a ganhar notoriedade no início dos anos 2000, mas foi nos últimos cinco anos que eles realmente explodiram em escala e impacto. Casos emblemáticos como o ataque WannaCry em 2017 e o ataque à Colonial Pipeline em 2021 são exemplos claros dos estragos que esses crimes podem causar. O WannaCry paralisou sistemas de saúde no Reino Unido, enquanto o ataque à Colonial Pipeline interrompeu o fornecimento de combustível em grande parte da costa leste dos Estados Unidos, mostrando que até mesmo infraestruturas críticas podem ser alvo. Esses exemplos ilustram que a ameaça é real e crescente.

Processo de um ataque ransomware

Um ataque ransomware geralmente segue um processo em várias etapas. Primeiro, os invasores obtêm acesso ao sistema da vítima, muitas vezes através de e-mails fraudulentos ou exploração de vulnerabilidades em softwares desatualizados. Com o acesso inicial garantido, eles elevam seus privilégios dentro do sistema, tornando-se administradores e obtendo controle total sobre os dados e processos. Em seguida, desativam ou burlam as medidas de segurança presentes, como firewalls e soluções de endpoint. Finalmente, implantam o ransomware, criptografando arquivos e deixando uma nota de resgate exigindo o pagamento para a liberação dos dados.

Métodos comuns de ataque

As maneiras mais comuns pelas quais um ataque ransomware ocorre variam, mas algumas são mais recorrentes e conhecidas por sua eficácia. Entender esses vetores de ataque é crucial para a implementação de uma defesa eficaz. Abaixo estão os principais métodos utilizados pelos criminosos:

  • Phishing: E-mails fraudulentos que enganam funcionários, induzindo-os a clicar em links maliciosos ou baixar anexos infectados. Esses e-mails estão cada vez mais sofisticados, o que exige a adoção de ferramentas de proteção de e-mail e sistemas de detecção para bloquear ameaças antes que atinjam os usuários.
  • Vulnerabilidades de Software: A falta de atualização ou ausência de patches de segurança em sistemas os torna alvos fáceis para criminosos que exploram falhas conhecidas, comprometendo a rede rapidamente.
  • Senhas Fracas ou Ausentes: O uso de senhas fáceis de adivinhar ou a falta de autenticação multifator (MFA) facilita o acesso dos invasores às redes. Este é um problema comum, especialmente em pequenas empresas que não implementam medidas básicas de segurança.
  • Acesso Remoto Não Seguro: A utilização indevida de protocolos como o RDP (Remote Desktop Protocol) ou VPNs vulneráveis oferece uma via fácil para os criminosos. Ferramentas de acesso remoto, quando mal configuradas, podem expor sistemas críticos. A recomendação é substituir essas soluções tradicionais por ferramentas mais seguras, como o Zero Trust Network Access (ZTNA), que exige validação contínua de quem está acessando a rede.
  • Falta de Sistemas de Proteção de Rede: A ausência de ferramentas robustas de segurança, como sistemas de Extended Detection and Response (XDR), deixa as empresas vulneráveis a ataques que poderiam ser rapidamente identificados e neutralizados. Esses sistemas fornecem uma visão integrada da rede, permitindo a detecção e resposta rápida a ameaças em tempo real.
  • Usuários Destreinados: Funcionários sem o devido treinamento são alvos fáceis para ataques de phishing e outros vetores de ransomware. A falta de conscientização sobre cibersegurança e boas práticas no uso de senhas e identificação de e-mails suspeitos expõe a empresa a riscos desnecessários. Treinamentos contínuos e criação de uma cultura de cibersegurança são essenciais para mitigar esses riscos.

Boas práticas de Segurança da Informação

A proteção técnica é fundamental, mas não é suficiente se os funcionários da empresa não forem devidamente treinados. Os usuários costumam ser a parte mais exposta da rede, e o erro humano é uma das causas mais comuns de incidentes de segurança. A falta de treinamento faz com que os colaboradores sejam facilmente enganados por e-mails de phishing ou outros tipos de fraude digital. Por isso, é essencial investir no treinamento contínuo dos usuários, criando uma cultura de cibersegurança.

Ensinar práticas seguras, como o uso de senhas fortes, a identificação de tentativas de phishing e a utilização de autenticação multifator (MFA), é uma das defesas mais eficazes contra ataques ransomware. Existem diferentes tipos de MFA, que incluem senhas e códigos temporários enviados por SMS ou aplicativos de autenticação, dispositivos físicos de autenticação (como tokens ou chaves de segurança), e biometria (como impressão digital ou reconhecimento facial). A combinação dessas técnicas aumenta significativamente a segurança, garantindo que mesmo se uma senha for comprometida, o acesso à conta ou sistema seja bloqueado sem a verificação adicional.

O uso do Backup e Criptografia

Além de todos esses pontos, é essencial que as empresas mantenham backups atualizados e criptografados de seus dados. A frequência dos backups deve ser planejada de acordo com as necessidades do negócio, sendo ideal que sejam realizados em intervalos regulares e em um ritmo que minimize a perda de dados em caso de um ataque. Para muitas empresas, backups diários ou semanais são suficientes, mas organizações com operações críticas podem precisar de backups mais frequentes.

Além disso, é importante realizar testes periódicos de recuperação para garantir que os backups possam ser restaurados corretamente e que os dados estejam íntegros. Isso evita surpresas desagradáveis no momento de um incidente real, quando a recuperação de dados é vital para a continuidade dos negócios.

A criptografia é uma camada adicional de proteção que pode impedir que os invasores acessem dados sensíveis, mesmo que consigam invadir a rede. No Windows, há ferramentas como o BitLocker, que criptografa todo o disco rígido, protegendo os dados em repouso. No Linux, o LUKS (Linux Unified Key Setup) é uma das soluções mais usadas para criptografia de disco, oferecendo uma camada robusta de proteção. Já no macOS, o FileVault cumpre essa função, criptografando o disco e garantindo que apenas usuários autorizados possam acessar os dados.

O uso dessas tecnologias de criptografia de disco impede que dados sejam roubados ou alterados caso os dispositivos físicos, como laptops ou servidores, sejam comprometidos, adicionando uma camada extra de segurança essencial para proteger a integridade dos dados corporativos.

Firewall: uma proteção essencial

A existência de um firewall bem configurado é essencial para separar e proteger diferentes segmentos de uma rede corporativa. Ele funciona como uma barreira que isola a rede pública da rede privada, impedindo que acessos não autorizados ou tráfego malicioso da internet atinjam os sistemas internos da empresa. Além disso, o firewall permite a segmentação interna, como a separação da rede de servidores — que contém dados críticos — da rede dos funcionários, garantindo que áreas sensíveis da infraestrutura não sejam facilmente acessíveis em caso de invasão. Essa separação limita a movimentação lateral de invasores, reforçando a segurança geral da organização.

Há um estudo apontado pela Sophos de que 27% dos incidentes de segurança ocorrem através de sistemas de segurança com erros de configuração. Isso demonstra que a eficácia do firewall depende de sua configuração adequada. Portas desnecessárias devem ser fechadas, evitando criar pontos de vulnerabilidade na rede. Cada regra de acesso precisa seguir o princípio do menor privilégio, restringindo o tráfego apenas ao necessário para o funcionamento da empresa. Além disso, é vital que a gestão do firewall seja contínua, com revisões regulares das regras e monitoramento constante para identificar e bloquear possíveis ameaças. Um firewall bem gerenciado oferece uma camada essencial de proteção contra ataques externos, garantindo a segurança e a integridade dos dados da organização.

O principal aliado contra ransowmare

A importância de uma solução de endpoint, especialmente com XDR (Extended Detection and Response), é crucial para proteger os sistemas dos usuários e servidores de uma organização. O endpoint atua como a última linha de defesa, monitorando e bloqueando atividades suspeitas diretamente nos dispositivos, como computadores e servidores, protegendo-os contra ameaças como malware, exploits e ransomware. Soluções com XDR vão além da proteção tradicional ao integrar e correlacionar dados de diferentes pontos da rede, permitindo uma detecção mais ampla e proativa de ameaças. Isso possibilita respostas automáticas e coordenadas a ataques, oferecendo uma visão completa e em tempo real do ambiente, além de bloquear rapidamente atividades maliciosas antes que causem danos significativos.

Houve um caso, em uma empresa de varejo com 40 servidores, onde apenas 8 estavam equipados com uma solução de endpoint adequada e com XDR, por solicitação do cliente. Durante um ataque ransomware que afetou a infraestrutura, esses 8 servidores permaneceram intactos, enquanto os outros 32 foram comprometidos. O endpoint com XDR foi capaz de detectar comportamentos anômalos e bloquear as tentativas de criptografia realizadas pelo ransomware. Isso demonstra como uma solução de endpoint bem configurada, junto com XDR, pode ser determinante na defesa contra ataques, protegendo ativos críticos e minimizando os danos em um cenário de ataque cibernético.

As soluções VPN e seu papel na segurança remota

As soluções de VPN (Virtual Private Network) desempenham um papel fundamental na segurança da comunicação entre a matriz, filiais e usuários remotos. Ao criar um túnel criptografado entre o dispositivo do usuário e a rede corporativa, uma VPN garante que os dados transferidos estejam protegidos contra interceptações e ataques. Essa segurança é especialmente importante quando os funcionários acessam sistemas corporativos de locais externos, como home offices, ou quando filiais precisam se comunicar com a sede. No entanto, é crucial que a VPN utilizada tenha um nível de criptografia robusto e que siga padrões de segurança adequados, como IPsec, SSL, Wireguard ou TLS, para garantir a proteção dos dados em trânsito.

Nem todas as soluções de VPN oferecem o mesmo nível de segurança. VPNs com criptografia fraca ou desatualizada podem expor a rede a ataques, tornando a organização vulnerável a tentativas de ransomware. Utilizar VPNs de alta qualidade, com protocolos de segurança modernos e autenticação multifator (MFA), é essencial para evitar que cibercriminosos explorem vulnerabilidades em conexões remotas. Além disso, a gestão adequada dessas conexões, garantindo que apenas usuários autorizados e com dispositivos seguros acessem os sistemas, ajuda a reduzir os vetores de ataque e proteger a organização contra ameaças externas, incluindo ataques de ransomware.

Conclusão

A adoção de estratégias de proteção adequadas é indispensável para mitigar os riscos associados ao ransomware. Desde a utilização de firewalls bem configurados e soluções de endpoint com XDR até o uso de VPNs seguras e backups criptografados, cada medida desempenha um papel vital na construção de um ambiente mais seguro e resiliente. No entanto, além das ferramentas, é essencial que essas iniciativas sejam parte de um plano preventivo bem estruturado, com prazos claros e uma organização estratégica. Investir no treinamento contínuo dos colaboradores e na criação de uma cultura de cibersegurança é igualmente crucial, pois o erro humano continua sendo um dos principais fatores de sucesso dos ataques.

O caso da empresa de varejo, onde servidores equipados com XDR ficaram protegidos, demonstra a importância de combinar tecnologias avançadas com boas práticas de segurança. Contudo, para garantir uma proteção abrangente e eficaz, as empresas devem contar com o apoio de uma parceira especializada, como a Forte, que tenha expertise de mercado e competência para conduzir essa jornada de forma estratégica.

Essa parceria é fundamental para o desenvolvimento de um plano de segurança cibernética preventivo, organizado e alinhado às necessidades do negócio, assegurando que as medidas técnicas e humanas sejam implementadas corretamente. Com uma abordagem proativa, planejada e com o suporte adequado, as empresas podem se proteger de maneira eficaz contra ameaças como o ransomware, garantindo a integridade de seus sistemas e a continuidade de suas operações.

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