Estratégias para construir uma infraestrutura que suporte a transformação digital e resistir a ciberataques

Estratégias para construir uma infraestrutura que suporte a transformação digital e resistir a ciberataques

Falamos muito sobre a transformação digital e a velocidade com a qual os cibercriminosos evoluem os ataques. Por isso, falo com bastante tranquilidade que estar atualizado não é mais apenas uma vantagem competitiva, mas questão de sobrevivência.

Quer um exemplo? Recentemente nosso CEO, Miller Augusto, escreveu um artigo sobre um novo malware descoberto pela Kaspersky que mira bancos, servidores e dispositivos IoT. Deixo aqui um link para quem quiser saber mais sobre o ataque.

Como acompanho de perto a movimentação dos líderes de equipes de ciber, falo com certeza que a preocupação com as linhas de defesa tem crescido exponencialmente, conforme a adoção de estratégias digitais das corporações aumentam. E os números provam que há uma corrida pela transformação digital.

Um levantamento da Gartner mostra que mais de 80% dos CIOs esperam aumentar investimentos em recursos de tecnologia e cibersegurança em 2025. A ideia é colocar recursos em inteligência artificial (IA), IA generativa, inteligência de negócios (BI), Analytics e tecnologias de integração de APIs (mecanismos de comunicação entre componentes de software).

Nesse sentido, enxergo que CEOs, CIOs, e outros líderes enfrentam um desafio crítico: como construir uma infraestrutura digital resiliente o suficiente para suportar as demandas de inovação enquanto protege a organização contra o aumento exponencial de ciberataques?

Os números falam por si. Em 2023, os custos globais relacionados a crimes cibernéticos atingiram 8,4 trilhões de dólares e devem chegar a 10,5 trilhões até 2025. Uma pequena pesquisa na internet e podemos observar inúmeros ataques que deixaram empresas horas ou até dias fora de funcionamento - e com prejuízos milionários. E nesse caso, além dos prejuízos operacionais, ainda chama atenção a queda brusca da reputação dessas empresas.

Uma coisa interessante que podemos observar nestes inúmeros exemplos encontrados na internet é que a vulnerabilidade digital não é um problema isolado de TI, mas uma questão estratégica que precisa ser abordada no nível executivo.

Neste cenário, o papel dos C-levels é central: cabe a eles impulsionar a resiliência organizacional e garantir que a transformação digital não comprometa a segurança e a continuidade do negócio. Mas como liderar essa mudança?

Pensando nisso, trago aqui alguns pontos que considero essenciais para a adoção de estratégias digitais.

Adote o modelo Zero Trust

Os tempos de confiar em perímetros digitais seguros acabaram. O modelo Zero Trust exige validação constante de todos os usuários, dispositivos e fluxos de dados. Para os tomadores de decisão, isso significa priorizar investimentos em tecnologias de autenticação avançada, como biometria e autenticação multifator, e implementar segmentação de rede para limitar o impacto de possíveis violações.

Aqui, faço uma provocação: sua empresa faz testes constantes de cibersegurança ou apenas alguns protocolares a cada seis meses? Será mesmo que um Pentest realizado a cada seis meses encontra todas as vulnerabilidades que podem ser exploradas pelos cibercriminosos - principalmente na velocidade que eles evoluem os ataques?

O desafio para os C-levels não é apenas autorizar o modelo Zero Truste, mas promovê-lo como um componente essencial da cultura organizacional. Como líder, você deve garantir que o Zero Trust seja parte do planejamento estratégico de longo prazo.

Invista em IA e automação para mitigar ameaças

Você já ouviu o ditado “pagar com a mesma moeda", certo? Bom, os cibercriminosos adotaram a inteligência artificial para seus ataques e, por isso, vejo essa tecnologia como não mais uma ferramenta opcional para quem quer se proteger.

Empresas que utilizam IA e automação em suas operações de segurança conseguem responder rapidamente a ameaças e identificar comportamentos anômalos em tempo real. Isso não é apenas um ganho operacional, mas também uma economia de escala, reduzindo os custos associados a incidentes.

Acredito que os líderes e tomadores de decisão devem compreender que o retorno sobre investimento em IA não está apenas na mitigação de riscos, mas na capacidade de prever e prevenir interrupções antes que elas afetem o core business.

Reforce a continuidade com resiliência operacional

Como líderes, precisamos aceitar um fato: falhas acontecem. A diferença entre uma empresa resiliente e uma vulnerável está em sua capacidade de continuar operando. Para isso, é crucial implementar redundância em sistemas críticos, como data centers distribuídos geograficamente e backups robustos.

E lembre-se do que eu já disse acima, poucas horas ou dias com a operação parada será catastrófico para sua empresa.

Aqui, a questão não é apenas “se” investir, mas “quanto” investir. Tomadores de decisão precisam alinhar essas iniciativas às prioridades do negócio, comunicando claramente o impacto financeiro e operacional de cada medida.

E claro, a partir disso construir estratégias para mitigar os riscos, analisar todas as vulnerabilidades possíveis com frequência e, assim, desenvolver maneiras de lidar com ataques e recuperar a operação o mais rápido possível. Poucos minutos podem ser decisivos para o sucesso na operação ou um prejuízo milionário.

Eduque e capacite as pessoas

De todos os investimentos em segurança, a capacitação de pessoas muitas vezes é negligenciada. É essencial que as empresas promovam uma cultura de conscientização cibernética em todos os níveis da organização, dos líderes aos estagiários. Simulações regulares de ataques e treinamentos contínuos devem ser prioridade.

Lembre-se: um colaborador informado é a primeira linha de defesa. Além disso, é fundamental ser um líder interativo, reforçando a importância da colaboração entre todos os setores para aumentar a segurança coletiva.

Agora quero trazer uma provocação importante: você vê os times de ciber hoje maduros o suficiente para lidar com essa velocidade da transformação digital e dos ataques?

Como alguém que está sempre próximo aos líderes do mercado, vejo que essa dificuldade e a escassez de profissionais muitas vezes dificultam para que as empresas consigam lidar com todos esses passos que citei acima. Por isso, me coloco à disposição (assim como todo o time da Ivy) para conversarmos ou até mesmo fazer uma breve mentoria sobre o momento de sua empresa.

Possuímos soluções de outsourcing diferenciadas e contamos com uma equipe de profissionais altamente especializados, respaldados por uma sólida trajetória e experiência de mercado. Falo com orgulho sobre como desenvolvemos as melhores ferramentas do mercado e realizamos análises contínuas nos ambientes de nossos parceiros para identificar as principais vulnerabilidades e neutralizar as tentativas de ataques. Deixo aqui um link para quem quiser saber mais sobre nossa atuação.

Para finalizar, lembro que a infraestrutura resiliente não é apenas um requisito técnico, mas um diferencial estratégico que precisa ser defendido nos conselhos executivos. As lideranças devem estar a frente dessa transformação, impulsionando investimentos, promovendo mudanças culturais e assumindo a responsabilidade pela segurança e continuidade de suas organizações.

A pergunta que fica é: você, como líder, está pronto para esse desafio?

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