Eu acredito no Brasil por Carlos Varela Luc
Eu acredito no Brasil
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Brasil passa a ser o 10º maior cotista do FMI, diz BC. Ao final do processo de integralização de cotas por partes dos países membros, a ser concluído nas próximas semanas, a participação no total das quotas do Brasil no organismo subirá de 1,78% para 2,32%.
O Banco Central reforçou ainda que o resultado líquido do aumento de cotas não afeta o nível das reservas internacionais do Brasil. Atualmente, esse colchão de liquidez está em torno de US$ 370 bilhões." Fonte: Diário do Nordeste
Por outro lado uma pesquisa da consultoria TMF Group conclui que o Brasil é o 10ª país mais complexo do mundo para fazer negócios. Na edição anterior ocupava a 2ª colocação (Fonte: Diário do Nordeste).
De facto, como todos sabemos, a burocracia é imensa o que acarreta enormes custos e o valor pago como com tributos, impostos e taxas agrava a situação. O Brasil tem uma das cargas fiscais mais elevadas do mundo, cerca de 37% do PIB (Produto Interno Bruto). O Brasil fica em sexto lugar entre os países de maior tributação para empresas, com uma alíquota de cerca de 34%.
O Brasil, apesar de alguns esforços noticiados, não tem dado prioridade à vida empresarial, os programas são escassos e os parcos benefícios raramente compensam os custos. Com excepção de algumas grandes empresas, as restantes e, sobretudo, as micro e pequenas empresas dificilmente recebem benefícios do Estado, pelo contrário, são estas que, proporcionalmente, suportam a maior fatia das receitas que o governo obtém.
Neste momento de crise o governo, face à necessidade de colmatar brechas de tesouraria, pretende aumentar a receita, através do aumento da carga fiscal, e reduzir investimentos ao invés de reduzir custos, cortando nas suas "gorduras" e mesmo na "carne", manter o nível de investimento público e promover o incremento das actividades empresariais através da redução de impostos e do estabelecimento de regras e leis do trabalho mais equitativas. São as empresas que desenvolvem os países e geram riqueza para distribuir por todos os "actores".
As empresas brasileiras são maioritáriamente, cerca de 85%, micro e pequeno porte. As médias e grandes empresas representam os restantes 15%. Actualmente o número de empreendimentos deverá rondar os 16 milhões sendo cerca de 90% privados.
A inflação está no maior nível em 12 anos e o dólar subiu quase 50% no último ano. Os especialistas dizem que não se vislumbra que o governo, perdido em rivalidades políticas, possa modificar o cenário no curto e médio prazo.
" ........ Oficialmente, o Brasil possui contrato para classificação de seu risco de crédito com as seguintes agências: Standard & Poor´s (S&P), Fitch Ratings (Fitch) e Moody´s Investor Service. Adicionalmente, outras agências internacionais monitoram regularmente o risco de crédito do país, como a canadense Dominion Bond Rating Service(DBRS), as japonesas Japan Credit Rating Agency (JCR) e Rating and Investment Information (R&I), a coreana NICE Investors Service a a chinesa Dagong Global Credit Rating. ................"
Fonte: Ministério da Fazenda – Tesouro Nacional
Ainda assim, temos de concordar que o Brasil, tem instituições fortes, que estão a funcionar, que lhe poderão permitir sair da crise com alguma facilidade ainda que num lapso de tempo de médio prazo. Eu, que viajo regularmente pelo país e vejo no "in loco" o quotidiano da economia, acredito na recuperação a médio prazo. 2016 será um ano para "arrumar a casa".
O Brasil é a maior economia da América Latina e a nona do mundo. Resolvidas as questões políticas, terá de novo um crescimento económico estável. Tem sustentabilidade social. Tem instituições fortes e uma sólida estrutura macroeconómica e social. O país tem mais de 204 milhões de habitantes o que lhe confere um mercado interno intenso, ainda que neste momento em retracção. Possui enormes riquezas culturais e naturais. A sua localização e organização económica permite-lhe assumir-se como um centro logístico e de exportação para a América Latina. Possui abundantes fontes de energia renovável. Terá condições, logo que ultrapassada a desconfiança que reina, de retomar um dinâmico ambiente de negócios para o qual tem apetência como demonstrou nos últimos anos.
Olhando o mercado de longo prazo a Jaguar Land Rover (JLR) investirá R$750 milhões numa nova fábrica. Geely Automobile, chinesa, confirmou que está a estudar a abertura de uma montadora no país. O setor de petróleo e gás, por exemplo, continua a atrair a atenção de investidores - embora o escândalo de currupção da Petrobras possa deixar deixar algumas marcas.
Em Maio do ano passado o primeiro-ministro chinês Li Keqiang, desembarcou no Brasil trazendo na bagagem um pacote de projetos de cooperação, no valor total de US$ 53 bilhões (R$ 160 bilhões) para investimentos nas áreas de agronegócio, autopeças, equipamentos de transportes, energia, ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, armazenamento e serviços. A Ferrovia Transoceânica, que ligará a brasileira Ferrovia Norte-Sul à costa do Pacífico, no Peru é um projeto estimado para custar entre US$ 4,5 bilhões (R$ 13,5 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 30 bilhões). A Transoceânica permitirá que o Brasil exporte pelo Pacífico soja e minério de ferro, dois dos seus principais produtos no comércio com a China, barateando o custo. (Fonte:Rede Brasil Actual).
Acredito que este é um dos melhores momentos para se investir no Brasil. O país está num ano de ajustes mas a economia ressurgirá mais forte. A actual alta de juros visa reduzir a inflação mas tudo voltará ao normal. Neste momento todos estão preocupados e querem vender e é nesta situação que surgem as melhores oportunidades.
As construtoras estão a fazer promoções, porque precisam urgentemente de vender, o que proporciona um bom momento para adquirir imóveis (rendimento e uso e permanente valorização patrimonial).
Também há, neste momento, muitas empresas à venda por preços bem atraentes, algumas com valioso património imobiliário e/ou excelente parque de equipamentos, com elevado potencial de lucros no médio prazo.
Refira-se as muitas propriedades agrícolas e de pecuária que precisam de investimentos para se modernizarem e/ou adequarem a novos mercados e que se encontram à venda ou que aceitam parceiros investidores, que se constituem como excelentes negócios. A agricultura é o sector que menos tem sentido quaisquer efeitos da crise.
Investir em hotelaria e turismo é sempre uma boa aposta. Pelas condições naturais, e outras, o Brasil tem elevado potencial nesta área empresarial, tanto para turismo interno quanto externo (estrangeiros). Há excelentes empreendimentos turistícos à venda.
É um bom momento para se investir no Brasil. A crise não vingará por muito tempo, será vencida e o país retomará o crescimento e o seu lugar na lista dos maiores do mundo.
Por: Carlos Varela Luc
carlosvarelaluc@gmail.com