Eu consegui ou nós conseguimos? Uma visão sobre o crescimento profissional
Em geral, muito se vê sobre a ascensão profissional como uma conquista unicamente do indivíduo em que o mesmo tem todo o mérito a partir do seu esforço, decisões e feitos. Entretanto, será que as conquistas profissionais carregam unicamente esse caráter individual, e no momento da comemoração, o pódio se reserva a somente a uma pessoa? Quais as repercussões por trás disso?
Hoje em dia estamos cada vez mais antenados no que está acontecendo em outras regiões do Brasil e do Mundo. Somos, inevitavelmente, impactados por fatores internacionais, sejam eles climáticos, sociais ou econômicos, por exemplo. Com isso, parece que surge um fenômeno de percepção maior de que fazemos parte de grupos, sejam eles de poucas pessoas, até de maiores, como de toda uma nação ou população mundial; e nossas ações, impactam os outros grupos envolvidos nessa mesma teia. O fato de impactar talvez demonstre que realmente fazemos parte de grupos maiores que pensamos.
Tendo em vista isso, e associando com o caráter do crescimento profissional, podemos enxergar que, para se conseguir um emprego, realizar um projeto, gerir um grupo ou fazer determinada ação, inevitavelmente dependemos de pessoas para isso, sejam elas as que nos ensinaram e orientaram em algum momento como fazer tal, ou aquelas que participam do processo de forma direta ou indireta, ajudando na realização dos acontecimentos e do crescimento da empresa.
Apesar do fato de que, geralmente, uma pessoa é parabenizada por um projeto de forma simbólica ao grupo, está cada vez mais comum de que essa conquista seja voltada para o grupo. Mesmo se a comemoração for para o indivíduo, é comum ver que o mesmo não carregue todo o peso somente para si, complementando de que, nada disso seria possível sem a participação dos seus companheiros, e as vezes, até mesmo professores, familiares, amigos, autores de livros, orientadores e outros grupos. Apesar de uma pessoa levantar a estatueta do Oscar, um filme é feito por centenas ou milhares de pessoas, sem as quais, não haveria a conquista do prêmio.
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A contemplação pessoal da ideia de que um único indivíduo foi isoladamente capaz de fazer tudo a partir de suas próprias vontades, só fortalece o isolamento perante os outros grupos que também participam do processo. Se a pessoa acreditar fielmente de que tudo depende dela, e somente dela, claramente o individuo precisa ser o "super-homem" ou a "mulher-maravilha" para aprender tudo, fazer tudo ao mesmo tempo e também ser poderosamente forte mentalmente. O resultado disso é o que vemos nos grupos quando nos atentamos para a qualidade da saúde mental das pessoas, e o que elas carregam por trás disso (conceitos e preconceitos).
Portanto, crescer profissionalmente, não é mais uma conquista que você conseguiu isoladamente e sozinho, sempre haverão pessoas que participaram e participam do processo. É claro que, isso não tira o mérito da atitude pessoal e potência que cada pessoa tem para desempenhar as atividades e liderar pessoas, por exemplo. Porém, este fato também não é unicamente determinante no processo de conquista.
Cada vez mais, o indivíduo tem se transformado em um grupo, e mesmo se ele não quiser pertencer a nenhum grupo, existe o grupo formado pelos que não querem pertencem a grupos e assim por diante, portanto, talvez a existência pressuponha este inevitável pertencimento. São grupos que surgem a todo momento, de dezenas a milhões de pessoas que compartilham de aspectos em comum. Na sua próxima grande conquista "pessoal", lembre-se de todos os grupos que fizeram e fazem parte dessa conquista.