Eu lancei um curso sobre felicidade mesmo em meio à crise e foi isso o que aconteceu
No dia 20 de março, comemora-se o Dia Internacional da Felicidade e eu, autora do livro “O Mapa da Felicidade”, aproveitei a ocasião para lançar um treinamento online de mesmo nome. Essa decisão, de colocar um novo produto no mercado dez dias atrás, quando já sabíamos da ameaça do coronavírus, não foi tomada à toa.
Além de estar comemorando um feito – acabara de receber a notícia de que o meu livro havia superado a marca das 60 mil cópias vendidas e que, por isso, seria relançado numa edição comemorativa –, eu também tinha (e ainda tenho) certeza de que a felicidade e a positividade nunca foram tão necessárias e urgentes como agora. É minha missão, então, levar esses temas para o máximo de pessoas que puder.
Mas, enquanto minha equipe e eu divulgávamos o novo produto, comecei a perceber que havia, por parte do público, certo receio quanto ao tema. Um de meus mais fiéis seguidores chegou a me dizer: “Helô, comprei o curso porque sou fã do seu trabalho; mas confesso que estou sem cabeça para pensar em ‘ser feliz’ no meio dessa crise toda”.
Então, hoje, eu quero falar sobre isso: eu quero lhe contar que a felicidade independe de fatos e de pessoas; que ela começa do lado de dentro, não do lado de fora; mas, principalmente, que ela não precisa vir de um acontecimento ou gesto grandioso. É possível – e necessário – que você seja feliz, mesmo que em pequenas doses, em meio a tudo o que está acontecendo.
Para começar, não existe receita mágica para ser feliz
Quando lancei o livro “O Mapa da Felicidade”, muita gente me trouxe essa mesma pergunta: “então, sua defesa é de que existe uma receita mágica para ser feliz?”. E a resposta é não, não existe.
O que eu chamo de felicidade, provavelmente, não é a mesma coisa que você. Se o que me faz muito feliz é tomar um sorvete sentada à beira-mar, eu não posso lhe orientar a fazer a mesma coisa sob a garantia ou promessa de que vai saborear a mesma sensação.
Mas, sim, há algo que eu posso lhe contar e que, talvez, você não saiba sobre a sua felicidade: é bem possível que ela não esteja onde você está procurando.
Eu precisei de um longo trabalho de autoconhecimento, precisei olhar bem para dento de mim, rever os pedacinhos da minha história, para descobrir o que me faz realmente feliz. Se, hoje, eu sei que o sorvete à beira-mar me traz essa sensação – e se posso vivê-la com intensidade e autenticidade – foi porque, antes, fiz essa “pesquisa” interna até encontrar respostas mais honestas, as que mais faziam sentido e condiziam com quem eu sou, e não só as que me foram ensinadas como resposta para “o que significa ser feliz?”.
E essa é a prerrogativa tanto do livro, quanto do curso “O Mapa da Felicidade”: sem autoconhecimento, nós continuamos esperando vir, de fora, algo que possa que nos fazer realmente felizes. Continuamos acreditando, aliás, que ser feliz é aquilo que nos foi ensinado no passado sem nunca questionar essa crença. Como resultado, a nossa felicidade é adiada, postergada, engolida; se torna algo quase impossível de ser vivenciado com a plenitude ou frequência que deveria.
Ser feliz não significa eliminar as emoções negativas
Deixe-me explicar algo muito importante: em meio a tudo que está acontecendo, eu também tenho meus momentos de ansiedade, preocupação e medo. Nós somos humanos e essas emoções nos compõem, fazem parte de quem somos e, por isso, brigar com elas não faz nenhum sentido!
Então, a primeira coisa a fazer quando uma ou mais emoções negativas dão as caras é sempre identificar, nomear e aceitar esses sentimentos. Eles estão aí dentro e, certamente, servem de parâmetro para suas melhores decisões – aquelas que lhe trarão verdadeiro bem-estar e tranquilidade.
Fora isso, felicidade não acontece só na ausência de dor. O sorvete à beira-mar pode me fazer feliz mesmo se eu estiver muito preocupada ou triste com algo que me aconteceu mais cedo. E vou além: se eu estiver muito preocupada ou triste, aí, sim, é mais importante ainda que possa me proporcionar momentos de felicidade em prol da minha saúde mental.
Do contrário, vou ficar esperando para ser feliz; vou ficar adiando a felicidade para um momento em que não haja absolutamente nada com que me preocupar ou com que me aborrecer, nada me deixando ansiosa...
Não sei você, mas eu, particularmente, não me lembro de quando foi a última vez que me vi num momento tão calmo e tranquilo assim, portanto, se esse fosse um requisito obrigatório para a felicidade, eu estaria vivendo de infelicidade há mais tempo do que consigo me lembrar!
Você só vai ser feliz quando tudo isso passar; é isso?
Os meus alunos do Processo Hoffman foram uma das muitas razões que me levaram a escrever “O Mapa da Felicidade”. Passavam-se os anos, mudava o cenário econômico, cultural e social, mas, ainda assim, depois de mais de três décadas à frente do treinamento, a frase que eu mais ouvia dos participantes no início do curso continuava a ser: “eu só vou ser feliz quando” ou “eu só vou ser feliz se”:
- “Arrumar um emprego melhor”;
- “Comprar a casa dos meus sonhos”;
- “Casar”;
- “Assistir meus filhos se formarem na faculdade”;
- “Trocar de carro”;
Atualizando para os dias de hoje, os complementos possivelmente seriam:
- “Puder sair de casa novamente sem riscos”;
- “A crise passar”;
- “O medo passar”;
- “Eu souber o que vem pela frente”.
Será que você também tem pensado assim? Que só vai dar para ser feliz de novo ali, lá na frente, quando tudo isso passar? Quando o futuro for presente?
Se sua resposta é sim, por favor, faça o exercício. Pare por alguns minutos, em silêncio e sozinho(a). Olhe para dentro e questione-se: o que é que essencialmente pode lhe fazer feliz hoje, agora, nesse momento? Qual gesto é possível e realizável que está ao seu alcance – e que você está adiando para “quando tudo estiver melhor/diferente”?
Crie, para si, um, dois, vários momentos de felicidade. A felicidade possível, a que está ao seu alcance, não a que idealizou como significado de “ser feliz”.
Ria com seus amores. Aliás, declare seus amores. Escreva. Dance. Toque um instrumento musical. Fique em dia com sua leitura ou seu seriado. Agende um bate-papo com seu amigo que mora longe. Inscreva-se no curso “O Mapa da Felicidade” (por que não?).
Não importa qual vai ser o seu caminho rumo à felicidade, o que importa é que decida percorrê-lo.
E, caso esteja curioso(a), dadas as circunstâncias, eu não tenho podido tomar meu sorvete à beira-mar. Mas tenho a felicidade de me deliciar com o meu sabor preferido todos os dias depois do almoço, ao lado da minha filha mais nova, que me acompanha nessa quarentena.
Espero que tenha gostado e que aceite meu convite!
Estou à disposição caso tenha dúvidas: heloisa@centrohoffman.com.br.
Saiba mais sobre o meu curso online “O Mapa da Felicidade”: