Eu lutei por isto. Eu quis muito isto. Eu mereço isto.

Tenho 34 anos e entrei no mercado de trabalho há 12. Ao contrário de muita gente, gosto de viajar ao passado. Relembrá-lo de sorriso no rosto (e é desta forma que hoje escrevo este texto). Gosto de lá voltar porque foi nele que construí a profissional que hoje sou. Das conquistas às derrotas, passando por todos aqueles com quem me cruzei. Sou grata por ter tido cada oportunidade, por cada conversa, por cada vivência.

Desde a diretora mais exigente de sempre à colega mais competitiva. Desde a rececionista que tinha sempre um sorriso no rosto ao diretor que insistia em assoberbar-me de trabalho. Trabalhei com pessoas incríveis que ainda hoje carrego no coração. Não esqueço o espírito de equipa e as noitadas de trabalho, as gargalhadas numa manhã cinzenta ou o stress que me levava às lágrimas.

Mas olhar para o passado é também valorizar o presente na expectativa de que o futuro seja sempre mais e melhor. Lamento, mas não me contento! E é tão bom ser assim. Em cada projeto dou o melhor de mim. Em cada desafio procuro novas conquistas. Hoje exijo de mim muito mais do que ontem. E estou certa de que hoje exijo de mim muito menos do que amanhã.

Ninguém alcança o sucesso por sorte. Podemos ter uma “estrelinha” que nos coloca oportunidades à nossa frente, mas depende de cada um de nós agarrá-las. Depende de cada um de nós lutar por aquilo que queremos ser; lutar por aquilo que queremos ter.

Tal como escreveu Miguel Torga, “Enquanto não alcances, não descanses. De nenhum fruto queiras só metade”. Sê resiliente. Luta para alcançar os teus sonhos e objetivos. Não te contentes com a metade. Exige (também de ti) o dobro.

Confesso que quando comecei a escrever este texto, queria ‘apenas’ assinalar o facto de, desde há precisamente dois anos, ter a oportunidade de trabalhar naquilo que mais gosto, rodeada de pessoas que admiro, numa empresa onde me sinto bem e feliz.

Não vou ser hipócrita e dizer que é uma sorte. Eu lutei por isto. Eu quis muito isto. Eu mereço isto.

Resta-me agradecer a todos que contribuíram e ainda hoje contribuem para o meu crescimento. Se há coisa que sou é grata. Não só aos que me enriquecem a mente e o coração, como aos que me permitem fazer aquilo que mais adoro na forma mais genuína: através da arte de comunicar.