Eu preciso escolher a “profissão da minha vida”?
Essa é uma pergunta um tanto difícil de responder. Durante o ensino médio existe sempre uma grande pressão para definir a profissão que se quer seguir, e além disso, para se escolher a “profissão dos sonhos”. É precoce? Eu diria que sim! Nessa fase da vida, tantas informações circulam na nossa mente que tomar grandes decisões acompanha também os altos riscos não mitigados. Profissão, vestibular, emprego (para aqueles que precisam sobreviver): essas e tantas outras variáveis circundam essa fase transitória.
Pra mim essa decisão foi um pouco mais fácil.
Enquanto criança eu não costumava pensar sobre “o que eu queria ser quando crescer”, ao contrário das outras. Não tinha muitas referências de profissões em minha família, talvez isso tenha influenciado. Também não tinha preferência entre as ciências exatas e as humanas, mas, naturalmente, minha afinidade pelas exatas era um pouco maior. Lembro das tardes em que minha avó me ensinava as operações fundamentais da matemática usando grãos de feijão, era sempre muito divertido.
Eu sempre gostei de ler, mas não tinha muita familiaridade com os livros de História - eu lia, e ainda leio, romance, ficção e drama.
Quando entrei no ensino médio, mergulhei no universo da química, combinando os compostos químicos e fazendo reações nos laboratórios do colégio, ali eu começava a me inclinar para as ciências exatas.
No último ano, uma decisão já estava tomada: eu não seguiria para as ciências humanas ou naturais. Agora precisava decidir dentro do universo das exatas.
Durante algumas conversas com amigos, descobri que eu poderia postergar essa nova decisão, tinha a possibilidade de fazer uma graduação (Bacharelado Interdisciplinar), e só no final definir qual profissão eu realmente queria seguir, após experimentar algumas disciplinas de diferentes áreas. Assim eu fiz, e foi minha melhor decisão. Passei 3 anos na primeira graduação, provei do teatro, da música, da filosofia, de letras e da engenharia. Percebi o quanto eu teria perdido se tivesse escolhido precocemente. No último semestre ainda não sabia o que escolher, mas já tinha maturidade para ponderar as opções. Comecei a buscar sobre a Engenharia de Produção, e me percebi completamente apaixonada pelas possibilidades de atuação que a profissão oferecia. Mais três anos de graduação e me formei Engenheira, ainda mais apaixonada pelo caminho que eu tinha seguido. Será que já estava satisfeita? Nunca! Se tem algo que aprendi na minha (curta) vida, é que você não precisa adotar a “profissão da sua vida”. Você precisa, sim, ter as habilidades necessárias para exercê-la quando se propõe, o que não significa escolher uma para a sua vida. Multidisciplinar do jeito que sou, amadureci com minhas leituras sobre romance e comportamento humano, e há quase 3 anos, além de Engenheira, me descobri Celebrante de Casamentos. Eu amo ser Engenheira de Produção, mas também amo ser Celebrante - e uma profissão não anula a outra.
É sempre difícil responder a pergunta: “Qual a sua profissão?”. E, de verdade, nem eu sei ao certo, e não acredito que precise escolher - costumo responder conforme conveniência e, assim, sigo gerindo e otimizando processos, inclusive aqueles em que o produto é a felicidade e a satisfação humana dos clientes.
Engenheira de Segurança do trabalho e Engenheira Mecânica na OCCTA Engenharia
5 aMuito bom Evinha! 😘