Eu sei o que você NÃO fez no verão passado

Eu sei o que você NÃO fez no verão passado

A data era 22 de janeiro de 2016. Eu havia acabado de ingressar aqui na Empiricus e estava com aquele entusiasmo típico de quem começa um novo ciclo de vida.

Estava louca para falar “frente a frente” com milhares de investidores e finalmente poder dar orientações simples e objetivas do que fazer (e do que não fazer) na seara financeira.

Admito que eu também escreveria para mim mesma, afinal, estava com o dedo coçando para investir. De olho, todos os dias, nos retornos dos títulos públicos (ossos do ofício), estava morrendo de vontade de abrir o ano com uma turbinada nos investimentos. E tinha motivações de sobra para isso.

Nunca antes na história desse País e da minha vida, eu tinha visto um retorno tão gordo e a tão fácil alcance pertinho. Eram 7,80 por cento DE JURO REAL!

Esse era o retorno prometido pela NTN-B Principal (Tesouro IPCA+) com vencimento em 2035 no dia 22 de janeiro de 2016.

Só para você ter uma ideia do que isso significa, esse mesmo papel paga, hoje, algo em torno de apenas 5,4 por cento de juro, mais inflação.

É bom? Sim, é bom. Continuamos a ver valor nesse título. Mas é claro que poderia ser melhor. Muito melhor!

Já pensou ter garantido um lucro anual de 7,8 por cento por 20 anos, independentemente do rumo do Brasil? Maravilha, não?!

Ah, mas 20 anos é muito tempo, você me diz.

Ok, então vamos olhar exclusivamente para o curto prazo.

E se eu contar que a NTN-B Principal 2035 teve uma valorização bruta (sem descontar impostos) de cerca de 48 por cento em 2016?

É isso mesmo. Com as mudanças no mercado, que compreenderam a expectativa de queda de juros e de menor inflação, o valor do título disparou.

Já pensou ter investido 20 mil reais no papel, em janeiro, e vendido, menos de 12 meses, depois com um lucro de quase 10 mil reais? Isso porque estamos falando de uma aplicação mais conservadora…

Esse título público teve o maior retorno dentre todos os papéis ofertados no Tesouro Direto em 2016. Espantoso não só para a renda fixa, como também para a variável, afinal, até a Bolsa, que teve um ano glorioso, teve valorização de “apenas” 39 por cento em 2016.

E você, por onde andava?

Não posso falar de você, mas eu, para a provável frustração do Alexandre Mastrocinque, analista de Fundos Imobiliários da Empiricus, estava destinando meu dinheirinho para o sonhado imóvel próprio. Busted!

Mesmo realizada, olhando para trás, não posso deixar de lamentar. Quem é que não queria ter captado esse lucro de quase 50 por cento em um ano com um investimento tão banal e acessível quanto a compra de um título público? Tesouro Direto, repito!

Não dá para ficar remoendo o passado e chorar pelo leite derramado, mas dá para mudar de atitude. E nada como os novos ares de um início de ano para dar aquele empurrãozinho para renovarmos nossas atitudes. Soa até poético…

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