Precisamos falar sobre gratidão
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Precisamos falar sobre gratidão

Desconfia daquela alegria que não é também gratidão. Theodor Haecker, escritor alemão.

Sou grata (o)? Essa foi a sentença inspiradora que li, ontem, aqui na rede e é sobre ela que esse texto é escrito! Nela havia uma interrogação e ao mesmo tempo um convite a refletir sobre o quanto temos sido agradecidos, então, sigamos em frente!

Ser grato a Deus pela vida, família, pelos amigos. Mas também pelo trabalho, alegrias, conquistas e dificuldades, que nos ensinam todos os dias a sermos melhores, mais fortes e confiantes.

Ser grato deve ser um exercício diário. Quantas vezes somos chamados a sermos mais generosos, pacientes e agradecidos? O tempo todo! Mesmo nas nossas fraquezas recebemos o convite permanente para sairmos de nós e irmos ao outro - não é fácil e exige disciplina, vontade, obediência, às vezes dói e muitas vezes fracassamos. Não aprendemos a ser pro outro (grande maioria), pelo contrário, muitos de nós foram e são formados numa cultura de individualidade, de ser o melhor, de olhar excessivamente pra si. No entanto, devemos insistir dia após dia em busca dessa capacidade de colaboração, de partilha. Ao longo dos meus 30 anos, tenho aprendido a ser grata à vida e a tantas pessoas que têm me construído, e são inúmeras. Às vezes falho, sim sou humana, mas na medida do possível tenho tentado verbalizar pessoalmente, afinal, ouvir um agradecimento e o reconhecimento energiza o ser humano.

No YOUCAT, catecismo jovem da igreja católica, temos o conceito de gratidão como o amor reconhecido. Gosto desse conceito porque ele é simples. Gratidão é reconhecer que alguém nos amou. Adaptando para uma linguagem profissional: alguém nos fez melhor e somos agradecidos por isso. Ensinou-nos, ouviu, dividiu conhecimento, deu um feedback que nos conduziu a uma ação mais adequada, reconheceu nosso trabalho, caminhou junto.

É preciso sermos gratos por tudo que somos e conquistamos. Agradecer pelas dificuldades, que embora doam, nos ajudam a sair delas mais fortes, mais resistentes. Agradecer aos que nos ajudam, aos que fizeram diferença nas nossas vidas, aos que hoje dão mais significado ao que estamos fazendo: em casa, na escola, no trabalho...

No meu primeiro estágio, realizado na Vale em 2006, tive um supervisor com uma “santa paciência”. Digo isso porque foi ele que, prontamente e pacientemente, me ensinou a usar o Excel. Com ele aprendi a usar fórmulas, gráficos, atalhos, vínculos, tabela dinâmica. Com outro colega aprendi que ser mais humana também é necessário, e ao passar dos anos vou dando mais valor a essa colocação.

Sou muito grata a esses homens, que me fizeram uma pessoa melhor no trabalho. Capaz de anos depois ensinar outros colegas a usar o PROCV e outros recursos pra facilitar suas rotinas. Sou grata a tantas outras pessoas que me ensinaram e me ensinam, na teoria e prática, a ser uma pessoa e profissional melhor. Não caberia e nem é o propósito delongar a quantas pessoas sou grata nesse texto, mas sim reconhecer a importância delas na minha trajetória.

Você já percebeu quantas vezes somos surpreendidos, em cima da hora, por acontecimentos que não contávamos e que muito nos ajudaram? Com uma pessoa que chega na hora mais importante com uma atitude, palavra, um feedback que nos faz rever e mudar a rota no intuito de sermos pessoas melhores? 

Se a única oração que fizesses em toda a tua vida fosse apenas “Eu te agradeço!”, isso já bastaria. Mestre Eckhart, dominicano e místico.

Ao longo da nossa história, sejamos jovens de idade ou de coração, temos muito para agradecer. Sou daquelas pessoas que sorriem diante da natureza, dos pássaros, de crianças brincando, e tem sido na caminhada que estou aprendendo a ser mais leve. Aprendi desde criança a dizer obrigado, mas foi com o tempo que entendi o seu real significado: reconhecer que não estamos sós e que precisamos do outro. Esse é o primeiro passo. A partir desse ponto podemos exercitar o amor reconhecido porque admitimos que alguém fez por nós. E assim eu e você também devemos fazer o bem por outros. Devemos colocar nossos talentos a serviço: escrita, palavras, música - em qualquer instrumento, conhecimento, o canto, a partilha do que sabemos, uma refeição, um desenho, nossas habilidades e também competências.

Lembrar-se das pessoas que chegaram até nós para nos agradecer por uma ação, uma palavra, um abraço. E sermos também esse alguém que agradece aos outros pelo que nos fizeram de bom. É ser grato! É agradecer! Isso gera felicidade, é nosso propósito maior de vida. Nesse movimento criamos um efeito dominó que engrandece a todos: dar, receber e retribuir.

Como é bom ouvir “eu te agradeço”, não é mesmo!? Principalmente quando sabemos que contribuímos para que uma pessoa se torne melhor e que alguém nos “fez” também melhor.

Respondendo a sentença que me inspirou a redigir esse texto: sim, eu sou muito grata, a todos que têm "me feito" uma pessoa e profissional melhor. Deixo aqui a mesma reflexão: És grato?

A você leitor, minha gratidão!

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