Eu tive que escolher em qual profissão eu trabalharia pro resto da vida aos 17 anos e adivinha? Escolhi errado.

Eu tive que escolher em qual profissão eu trabalharia pro resto da vida aos 17 anos e adivinha? Escolhi errado.

Pra você que está vendo uma publicação minha pela primeira vez: Prazer, sou Thaíssa, tenho 29 anos e hoje sou Desenvolvedora de Software.

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Fotos finais pro álbum de formatura do curso de Direito.

Em 2015 estava comemorando minha aprovação no exame da OAB e formatura de Direito - curso este que escolhi aos 17 anos quando ainda era muito imatura e acreditava que investir em um curso com um "leque de oportunidades" seria uma segurança de uma carreira de sucesso.

Ao olhar para trás, percebo que o meu eu de hoje é diferente do meu eu do passado. É fácil cair na armadilha da autocrítica e me culpar pelas escolhas que parecem erradas agora. No entanto, é importante lembrar que as decisões que tomei no passado foram baseadas no conhecimento, experiência e circunstâncias daquela época. Naquele momento, elas eram as melhores opções disponíveis para mim.

Reconhecer essa mudança de perspectiva me permite deixar de lado a culpa e, em vez disso, concentrar-me em aprender com essas experiências e avançar em direção a um futuro mais alinhado com quem sou hoje.


Tanto a Thaíssa de 17 anos que teve que escolher "a carreira pro resto da vida" ou a Thaíssa de 27 anos que teve que escolher "uma nova carreira pra ressignificar a vida profissional" passaram por situações parecidas. Então se você está no início da sua carreira, está em transição de carreira ou mesmo está com bastante tempo na área que escolheu e parou pra pensar se realmente foi a melhor escolha, vem aqui comigo que eu vou te contar algumas coisas.


Esse primeiro artigo vai ser voltado pro medo, meu pior inimigo. Prometo que sempre que possível venho falar com vocês sobre um aprendizado da minha trajetória, que de alguma forma ajude outras pessoas.


Ter medo é mais normal do que você imagina

1- Reconheça o medo como um sinal de crescimento:

Lembro de um dia em que estava com muito receio no início da minha transição de carreira e ao compartilhar com um tio sobre ter muito medo de mudar de área mesmo estando infeliz onde eu estava e ele me disse:

"Sair da zona de conforto gera desconforto! É por isso que você tem medo."

Aquela frase me marcou e realmente foi um dos maiores insights que recebi em toda minha carreira. Muitas vezes quando o medo vem achamos que não estamos no caminho correto ou preferimos ficar no "caminho seguro e conhecido". Mas deixa eu te contar uma coisa? Quando saí da zona de conforto e olhei de fora vi que ela nem era tão confortável assim.

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Ao reconhecer o medo como um sinal de crescimento, percebi que ele é apenas um indicador de que estou me desafiando e buscando algo maior. A partir desse momento, decidi enfrentar o desconforto e seguir em frente, mesmo que isso significasse sair da minha zona de conforto. Foi nessa jornada que descobri novas habilidades, conquistei novas oportunidades e me encontrei em um caminho profissional mais alinhado com quem eu sou e o que desejo realizar.

Aprendi que é preciso coragem para abraçar a incerteza e buscar uma vida mais satisfatória, e que o medo não deve nos paralisar, mas sim nos motivar a agir.

Agora, eu convido você a refletir: qual é o medo que está te segurando no momento? E se você transformasse esse medo em motivação para agir, quais seriam as possibilidades que se abririam diante de você?


2- Busque apoio, orientação e tenha uma direção.

Seja um terapeuta, um amigo, um vídeo no youtube de alguém que te inspira ou um tio com bons conselhos - como eu fiz. Tenha alguém pra te impulsionar e motivar.

Outro ponto relevante é ter bem alinhado suas metas e propósitos. Saber onde você quer chegar com certeza diminuirá seu medo.

Quando iniciei minha faculdade com 17 anos eu sabia que não queria advogar mas não sabia exatamente o que queria fazer. Por isso, em 10 anos passei por várias áreas do serviço público a procura de algo que eu me encaixasse pois eu não tinha um objetivo ou um roteiro.

Já na minha transição de carreira eu fiz diferente. Sentei, pesquisei sobre todas as oportunidades que eu teria na área, como seria meu dia-a-dia profissional, vi vários vídeos, conversei com várias pessoas pessoalmente e pelo LinkedIn e assim criei um roteiro de como seria minha vida profissional.

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Você sabe de onde está saindo. Tenha em mente onde quer chegar.

Claro que este roteiro não saiu exatamente como planejei. Meu primeiro emprego - por exemplo - veio mais rápido do que imaginei, porém vejo vários conteúdos técnicos que achei que eu já saberia e ainda estou aprendendo.

E tudo bem o caminho não ser reto e perfeito como no roteiro. Na estrada também é assim, ou não é? As vezes encontramos atalhos e outras vezes pegamos um pouco mais de trânsito. O importante é saber onde você quer chegar para não deixar o medo de dominar por entrar num caminho obscuro.

Você já se permitiu desviar do caminho esperado em busca da sua realização profissional? Lembre-se de que o sucesso não segue um roteiro pré-determinado, mas sim é moldado por nossas escolhas, resiliência e coragem para seguir em frente.


3- Transforme o medo em ação:

Transformar o medo em ação foi um desafio que enfrentei de frente em um momento crucial da minha vida: minha filha tinha 04 meses e estávamos há 02 meses do inicio da pandemia.

Aprender a ser mãe, a conviver com o medo de um vírus ainda desconhecido e ainda resolver recomeçar toda minha vida profissional em meio a licença maternidade parecia muito pra mim.

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Logo que voltei da licença maternidade: Trabalhava, estudava e cuidava da Ester por conta da pandemia e falta de rede de apoio ou creches abertas.

Lembro-me claramente de quando decidi fazer a transição de carreira, mesmo com o medo pulsando dentro de mim e uma bebê recém-nascida que demandava minha atenção. Foi uma decisão difícil, mas eu sabia que precisava buscar uma vida profissional mais alinhada com meus interesses e paixões. Sempre falo isso nos meus papos e mentorias, mas quando vi a Ester pensei "se fosse ela me perguntando sobre mudar de área apesar do medo, eu diria pra ela seguir em frente. Porque não dar a mesma resposta pro meu eu interior?"

O mesmo ocorreu - lá atrás - quando me deparei com a incerteza ao ingressar na faculdade pela primeira vez, com 17 anos. Eu não tinha certeza de qual caminho seguir, mas resolvi testar várias opções para manter as oportunidades em aberto. Fiz tentativas em concursos públicos, trabalhei no fórum, Procon, cartórios. Mesmo não querendo advogar dei o meu melhor e passei no exame da OAB para não fechar as portas, afinal, no futuro eu poderia mudar de opinião ou precisar para alguma oportunidade.

Essas experiências foram importantes para me mostrar que o medo pode ser um impulso para a ação, uma motivação para explorar diferentes caminhos e descobrir novas possibilidades.

Ao transformar o medo em ação, permiti-me crescer e aprender com cada experiência, construindo um caminho profissional que me trouxe realização e satisfação.

Não deixe os seus medos decidirem seu futuro por você!

Portanto, encorajo a todos a enfrentarem o medo de cabeça erguida e se permitirem agir, mesmo diante das incertezas. Grandes oportunidades podem surgir quando decidimos superar nossos medos e nos movimentar em direção ao desconhecido.

Eu sou um exemplo disso, sou feliz pela minha escolha aos 17 anos que me trouxe muita bagagem e maturidade e principalmente pela minha transição e carreira que me proporciona aprender mais, me sentir diariamente fazendo algo relevante pra vida das pessoas, ajudar mais minha família e ter mais qualidade de vida com minha filha e principalmente: é a maior prova pra mim de que tudo bem ter medo, mas deixá-lo me paralisar não é uma opção.

Carolina Terra Seca

Data Science | Python | Power BI | SQL

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Nossa! Me identifiquei demais com a sua história, os sentimentos e projeções de vida e carreira! Muito inspiradora essa publicação e me deu mais certeza de que vale a pena fazer a transição! Parabéns pela trajetória e por dividir essa realidade!

Mayara Fialho

Docente | Biomédica | Massoterapeuta | Técnica de Enfermagem

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Thaíssa Carrafa meus parabéns por compartilhar sua trajetória.É exatamente assim, achamos que estamos confortável mas na verdade é apenas medo disfarçado.Seu relato também me serviu como motivação, fiz minha transição.Não foi para Tecnologia como estava nos planos mas foi para Educação e estou muito feliz por isso.

Jeane Andreza Silva

Governança Corporativa | Segurança da Informação | Governança de Dados | Liderança em ESG | CPESG | Continuidade de Negócios

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MARAVILHOSA Thaíssa Carrafa

Gabriela Loterio

Coordenadora de Experiência do Cliente | Customer Experience | Atendimento ao Cliente | Loyalty | Voz do Cliente | CSAT | NPS | Kanban | Lean

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Que artigo bacana, parabéns! Creio que muitas pessoas passam a vida toda em atividades que não lhe trazem nenhum tipo de prazer, simplesmente pelo medo da mudança. E como você cita muito bem, a pessoa de 17 anos que escolheu a primeira profissão pode não se refletir na pessoa que você se tornou aos 20 e tantos anos e aquilo não ter mais significado para você. Escrevi a frase "Sair da zona de conforto gera desconforto! É por isso que você tem medo." em um post it e segue colado aqui na minha mesa. Obrigada pelas palavras, fizeram muito sentido para mim.

Aline Pianti

Analista de BI | Especialista em Visualização de Dados e Processos | Analista de Negócios | Analista de Dados (BI) | Especialista em Gestão da Qualidade | Auditora Certificada | Green Belt

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Olá Thaíssa Carrafa! Sim, já passei por situações em que o medo foi um grande obstáculo na minha vida. É inspirador ouvir sobre as suas experiências e como você não permitiu que o medo a impedisse de avançar. Superar o medo é um motivador poderoso para o crescimento pessoal e profissional. Obrigada por compartilhar sua história! 😉

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