A Evolução dos Modelos de Gestão

A Evolução dos Modelos de Gestão

Historicamente, as empresas e as pessoas envolvidas na sua gestão sempre tiveram a tendência de buscar a implantação das melhores técnicas e a utilização dos melhores recursos tendo como principal objetivo se consolidarem no mercado em que atuam. Com o passar dos anos essas preocupações foram cada vez mais potencializadas e têm sido foco de estudos contínuos sobre aprimoramentos relativos à gestão empresarial e à busca de novas ideias e de vantagens competitivas, pois, os modelos conhecidos como “tradicionais” não são garantia de sobrevivência no mercado, por mais que ainda estejam difundidos em grande parte das empresas existentes hoje.

Por sua natureza intangível os serviços sempre foram mais difíceis de gerir, perceber problemas e estimular melhores resultados, considerando a complexidade das necessidades dos seus clientes e suas principais características. Desta forma, as principais fontes de informação e avanço quanto à modelos de gestão têm sido oriundas do setor industrial, mas, que, com mais ou menos adaptações, também são aplicadas às empresas de serviços com o mesmo intuito: a evolução do modelo de gestão aplicado à empresa.

Porém, para entender o que é evolução dos modelos de gestão empresarial primeiro precisamos entender que Gestão Empresarial é, de forma abrangente, no modelo aplicado para orientação do trabalho executado conforme planejamentos, geração dos recursos, estratégias e outros, ou seja, é a maneira como a empresa se estrutura de forma organizacional para o alcance dos resultados almejados.

Desta forma, é necessário descobrir novas formas e instrumentos que direcionam a empresa para a conquista da satisfação total do cliente que, conforme explicado no artigo anterior “A importância de entender os processos”, estão cada vez mais exigentes com relação aos seus anseios e à sua qualidade de vida, além de definir novas maneiras de comunicação e relacionamento com os empregados que buscam na empresa não só a sua sobrevivência econômica como também a sua auto-realização profissional.

Assim como descrito anteriormente, as empresas ao longo do tempo buscaram novos mecanismos para se destacarem no cenário em que atuam, porém, o que alguns atores também relacionam é que aspectos socioculturais dos ambientes em que essas empresas estão inseridos e as grandes mudanças ocorridas em escala global influenciaram no surgimento e/ou manutenção e aprimoramento dos Modelos de Gestão aplicados às empresas, conforme mostra a tabela abaixo:

Esses cenários descritos, especificamente a Revolução Industrial e a Revolução da Informação, são dois dos grandes momentos históricos da evolução humana onde cada um deles considerando-se aspectos intrínsecos como fatos políticos, sociais, tecnológicos e econômicos representariam o conceito de ondas de transformação das chamadas Eras da Gestão Empresarial, onde na maioria das empresas é perceptível a aplicação de determinados conhecimentos e técnicas, onde podemos descrever algumas como:

Era da Produção em Massa:

Consideramos a era da produção entre 1920 a 1950, onde as empresas desenvolveram os processos de produção dando importância fundamental às linhas de montagem. Focalizando nos aspectos de racionalização do trabalho (Taylor) e o aspecto funcional das organizações (Fayol), padronização das tarefas, e estudos de tempos e métodos.

Era da Qualidade:

Surgiu no período entre 1970/ 1980, onde os sistemas produtivos valorizavam prioritariamente a satisfação do cliente como fator de preservação e maior alcance de mercado.

Era da Competitividade:

É descrita como a era em que as empresas buscavam a excelência empresarial (eficiência + eficácia), atendendo os interesses de todos os stakeholders envolvidos (clientes, colaboradores, acionistas e comunidade). Foi onde surgiram temas como, responsabilidade social e sustentabilidade (meio ambiente).

Era dos Empreendimentos e do Aprendizado:

Tendo sua origem a partir do ano 2000, esta era vem representando como uma oportunidade de desenvolvimento de novos formatos da empresa, novas relações capital X trabalho e de atuação do corpo funcional.

É correto afirmar que, durante a maior parte do século XX, as organizações tiveram sua estrutura mantida, tendo como característica principal o direcionamento interno, sem a correta percepção dos ambientes (interno e externo) em sua plenitude para a definição e execução de suas atividades. Elas se organizavam em estruturas verticais, setores agrupados por compatibilidade de atividades onde o fluxo de trabalho por vezes passe de um setor para outro causando demora, retrabalho por erros de comunicação, custos elevados e falta do foco no cliente final.

Deixando para trás a estrutura por funções, hoje em dia as empresas estão organizando de uma forma mais horizontal, alinhando seus principais recursos (de pessoal, financeiros, de informação) ao longo dos seus processos básicos de operação e estando ainda mais direcionados para o cliente.

Os processos são os responsáveis pela condução do negócio a um resultado específico por meio de sua execução, respeitando um padrão determinado de atividades e tarefas. Gerenciando esses processos é possível criar uma compreensão correta de o quê e como as coisas são feitas na empresa e a partir deste ponto, julgar o porquê são feitas daquela forma e ainda se são realmente relevantes. Esse entendimento trás para o corpo funcional a percepção de gargalos, ineficiências, pontos de melhoria, capacidade de execução do fluxo e possibilitam o engajamento para melhoria continua já que entenderemos como conseguimos alcançar os resultados que alcançamos.

A lógica de execução desse Modelo de Gestão está em acompanhar e avaliar as rotinas executadas e entender o processo como um todo, desde sua origem até a finalização do mesmo com a entrega do resultado para o cliente (De-até) e não mais buscando o raciocínio da abordagem funcional, e tem como principais objetivos minimizar as transferências, maximar resultados de atividades e diminuir o gasto de energia para a conquista de resultados. E, nesse sentido, também é imprescindível a colaboração dos funcionários, principalmente no setor de serviços, pois é por meio deles que o trabalho será executado. A valoração da mão-de-obra, sua multidisciplinaridade e seu comprometimento e motivação são primordiais para o resultado do processo.

Segundo GRAHAM (1994), gerenciar as empresas pelo ponto de vista dos processos parece ser um dos grandes desafios da gestão eficaz de recursos humanos nas empresas nas próximas décadas. A adoção do ponto de vista dos processos na gestão das empresas desenvolve e salienta a importância dos papéis ligados a processos, que incluem a liderança do grupo, a ligação entre as pessoas, a facilitação dos mecanismos grupais, o desenvolvimento de conhecimento, o gerenciamento das agendas de compromissos e o suporte ao funcionamento das equipes.

Tendo o entendimento que toda organização, não importa o ramo de atividade, tem por obrigação realizar uma boa gestão dos seus recursos e entender como eles interagem entre si dentro da organização, considerando sua interdependência, o que nos leva ao ponto da necessidade de todas as atividades serem completamente compreendidas e gerenciadas seguindo a visão de processos.

A importância do emprego do conceito de processo aumenta à medida que as empresas trabalham com conteúdo cada vez mais intelectual, oferecendo produtos cada vez mais ricos em valores intangíveis. É maior ainda nas empresas de conteúdo puramente intelectual. (Gonçalves,2000)



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