A evolução tecnológica automotiva ensina uma grande lição.
Segunda feira 08:00 da manhã um cliente chega à oficina com a seguinte reclamação para o mecânico “meu carro está falhando quando passo por uma lombada”. O mecânico diz “entupiu a bengalinha do carburador”. Esta é apenas uma das gírias usadas antigamente para descrever o problema em uma peça que neste caso é o “injetor do carburador”.
Décadas atrás o sistema de alimentação de combustível, o sistema de ignição e a tecnologia dos veículos eram bem diferentes dos veículos atuais. Para se ter uma noção, os principais componentes do sistema de alimentação de combustível eram o carburador, o filtro de combustível e a bomba mecânica.
Já o sistema de ignição era composto pelo platinado, condensador, distribuidor e bobina. Isso mesmo, os veículos não tinham sensores eletrônicos, módulos, protocolos de comunicações, estratégias de diagnósticos ou inteligência artificial.
O intuito do artigo não é descrever o funcionamento de todos os sistemas, mas sim descrever a evolução de alguns componentes do veículo ao longo do tempo na visão de quem viveu e presenciou estas mudanças e qual lição podemos aprender.
Quando um veículo não funcionava alguém já dizia “colou o platinado, dá uma “lixadinha” que resolve” ou queimou o condensador já em outros casos alguém suspeitava da queima do cachimbo, ou seja, a queima do Rotor do distribuidor.
Algumas pessoas irão se identificar com os termos usados neste artigo, no entanto, para outros pode soar meio estanho. As peças ganhavam gírias engraçadas como, por exemplo, o cilindro de freio que até hoje é chamado de burrinho, o rotor que é chamado de cachimbo e o interruptor térmico conhecido como cebolão ente outros.
Com o tempo o carburador ganhou corpo duplo com acionamento pneumático do segundo estágio e posteriormente veio o carburador eletrônico e a evolução do sistema de ignição com platinado para o sistema indutivo e depois para o sistema Hall.
Muitas pessoas diziam que o carburador ou o distribuidor nunca iriam acabar. Porém, como todo projeto tem um ciclo de vida com o surgimento da injeção e ignição eletrônica o carburador e a ignição foram aposentados.
Os mecânicos ou técnicos responsáveis pela manutenção dos veículos carburados ou com platinado antes acostumado com sistemas mecânicos. Tiveram que se atualizar e aprender a utilizar computadores, multímetros, softwares e hardwares.
Muitos se atualizaram com treinamentos, palestras ou outros meios para acompanhar a evolução tecnológica automotiva. No entanto, muitos destes profissionais fecharam as portas, pois não estavam preparados para as mudanças e não sabiam como fazer um diagnostico no sistema de injeção eletrônica.
O que antigamente funcionava de forma totalmente mecânica passou a depender da eletrônica, ou seja, de sensores, atuadores e gerenciados por um módulo eletrônico.
Podemos levar isso para os dias atuais onde em varias áreas a evolução eletrônica tomou conta, o que antigamente era totalmente manual passou a trabalhar de formar automatizada.
Fica a dica, nunca deixe de se aperfeiçoar, fazer cursos, participar de palestras, ou seja, tenha sede por conhecimento. Estejam atentas (os) as tendências do mercado, as novas tecnologias e as novas ferramentas eletrônicas ou gerencias.
Muitas pessoas após concluirem o curso de bacharel param no tempo e não buscam se atualizar . Vivemos uma época de constante crescimento tecnológico a uma velocidade espantosa.
Uma pessoa desatualizada equivale a um celular desatualizado com software antigo, lento, travando e muitas vezes com péssimo rendimento. A tecnologia tem o poder de trazer a inovação porém, se você não entrar nesta onda será deixado para trás.
Pense nisso, você está preparado para o futuro?
Grande abraço.
Vagner Moura.