Expandir para evoluir: o desapego do "eu" a favor do "nós" - Como fazer?"
No intrincado tecido das relações humanas, um dos obstáculos mais persistentes é o "eu". O ego, muitas vezes inflado e intocável, emerge como um catalisador de desgastes nas equipes, impedindo a resolução eficaz de problemas e minando a colaboração essencial para o progresso coletivo.
E quando o instinto de autopreservação bate forte, coloca indivíduos na defensiva, focados em defender suas próprias ideias e posições a todo custo, ainda que custe riscos aos resultados globais da companhia.
Esse é um comportamento mais comum do que parece, inclusive entre nós, líderes e executivos, cujo império do ‘eu’ pode obstruir a construção de ideias, desacelerar inovações e nos isolar em uma liderança individualizada que, aos poucos, vai nos adoecendo.
A batalha contra o “eu”
O reconhecimento é uma necessidade natural de autorrealização humana. Nós queremos ser vistos, reconhecidos e compreendidos, e no mundo corporativo, isso não é diferente.
No entanto, quando o “eu” passa a ser maior que o bem geral, naturalmente estimula-se uma batalha de egos na qual este passa a ser prioridade a todos, quase como um senso urgente de sobrevivência. Com isso, aos poucos, os objetivos deixam de ser compartilhados. Nascem rusgas e desconfortos, “inveja corporativa”, mecanismos de sabotagem e violência velada na linguagem oral e gestual entre os membros do time.
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Todos nesta situação sofrem e o prejuízo maior, em primeira instância, é da empresa. Em segunda instância, é o do líder que tanto fez para prevalecer-se, mas terá sua imagem afetada pelo baixo desempenho e alta rotatividade do seu time.
O olhar sobre o todo
Sair da ilusão do controle e da onisciência não é uma tarefa fácil. Superar o problema do ego requer uma mudança cultural e individual. É essencial cultivar um ambiente interno e externo onde a vulnerabilidade receba compreensão e a abertura seja valorizada para que erros sejam encarados como oportunidades de evolução.
A promoção de uma cultura que incentiva a contribuição e a colaboração, a empatia e a escuta ativa podem desarmar as defesas individuais e permitir que as equipes se concentrem na resolução conjunta de problemas.
Isso é algo válido em todos os âmbitos da nossa vida, como dizia Marie Curie, física e química ganhadora do Prêmio Nobel: “Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva por toda a humanidade.”
Afinal, é somente quando reconhecemos e mitigamos os efeitos prejudiciais do ego que podemos desbloquear verdadeiramente o potencial humano. Neste cenário, a humildade, a compreensão e a colaboração se tornam poderosas armas para vitórias coletivas com sabor de autorrealização para todos: o melhor dos mundos para cada indivíduo, para o líder e para a empresa como um todo.