Expectativas Simbólicas

Já dizia Lacan: "Somos seres falantes, mas antes disso falados".

É com esta citação que Lacan vem desenvolver a estrutura do simbólico, para ele é a marca que nos é registrada antes mesmo que saibamos a que ela se refere, mas que tomamos como nossa.

Para exemplificar esta questão, uso o nosso nome como exemplo, o nome que nos foi dado e que tomamos como próprio e que de próprio não tem nada, mas é por meio dele que nos identificamos e nos nomeamos.

Com este exemplo, podemos então questionar sobre o que o simbólico pode ou não falar sobre nós e mais do que isso, podemos pensar que este, como Lacan mesmo diz antecede a nós.

Somos desejados por nossos pais e antes mesmo que nascemos já criam expectativas sobre nós, estas idealizações é o que mais tarde tomamos como sendo nossas. 

Vemos todos os dias estórias de famílias que mantém como tradição um legado dentro de uma mesma profissão.

Dentro do mundo corporativo as mensagens simbólicas vem de outro forma, em palavras que podem trazer muitos significados com sucesso, carreira, entre outras. Muitas vezes movidos pelos nossos registros simbólicos nos vemos exaustivamente buscando esses ideais e expectativas. 

O sofrimento acontece quando os ideais se chocam com nosso desejo, este que muitas vezes está camuflado e escondido debaixo de camadas de motivos para permanecer vivendo de expectativas irreais.

Quando nos damos conta disso por intermédio de uma enorme angústia e falta de realização, somos impulsionados a buscar um sentido para o que estamos fazendo, um processo longo de libertação começa acontecer à medida que entendemos e nos responsabilizamos por aquilo que queremos. Um convite é aceito para que possamos dar sentido para o que podemos chamar em alguma medida de sucesso. Desta vez não será o sentido que nos foi atribuído, mas aquele que decidimos dar atributos.

Como nos diz Klein e deixo como uma final reflexão aqui, “Todo aquele que come do fruto do conhecimento é expulso de algum paraíso".