As fábulas sobre ser promovido (parte I)

Eu trabalhei em uma empresa como SME de um sistema, que era um pacote de mercado. Sempre que o pessoal da empresa fornecedora deste sistema comparecia para alguma reunião dávamos muitas risadas com os hilários contos sobre o dia a dia de quem trabalha com TI.

E em um destes encontros falamos sobre essa fábula.

Durante 3 meses em que passaram alocados em um cliente para um projeto de implantação do produto deles, eles conheceram um colaborador da TI do cliente (um analista), que ficava muito a toa, digamos assim.

Depois de um tempo, com mais intimidade com esse colaborador, perguntaram para ele:

- Você fica "voando" o dia inteiro, não tem medo de ser demitido por isso?

E a resposta foi:

- Vou lhes explicar uma coisa: quem trabalha erra, e quem erra não é promovido, ou pior, é demitido.

Alguns anos depois eles voltaram neste mesmo cliente para um projeto de atualização do produto implantado anos antes, e essa pessoa tinha sido promovida a gerente!

Quem não conhece alguém que não se arrisca, que entra mudo e sai calado das reuniões, que sempre se posiciona a favor da ideia de quem tem o maior cargo, etc?

Esse tipo de profissional não quer errar. Não quer fechar a porta para promoções ou se indispor com os outros, e na sua própria lógica de entender o mundo corporativo essa é a forma correta de conseguir ascender a patamares mais altos.

Eu discordo desta visão, o mundo (não só corporativo) precisa de pessoas que não sejam meros bajuladores ou omissos de suas convicções, mas que tenham um posicionamento claro e sejam de fato protagonistas do dia a dia. E para deixar claro, isso não significa que você não deva ser flexível com as suas ideias ou forma de pensar sobre um tema!

Errar faz parte do processo, e é de extremo valor aprendermos com os erros que nós mesmos cometemos ou de outros e que tomamos conhecimento.

Acredito que o posicionamento do profissional, suas conquistas na empresa e para a empresa, seu perfil profissional e pessoal e a sua performance sim, serão fatores decisivos para uma promoção. Até porque quem não é visto não é lembrado, então a teoria lá daquela pessoa de “não trabalhar para não errar” na verdade pode lhe deixar na situação de coadjuvante e levá-lo ao esquecimento.