FAÇA, AJA, MOVA-SE
SENAI 4.0 Contagem: lá eles fazem acontecer

FAÇA, AJA, MOVA-SE

“Existe um quadro do pintor surrealista belga René Magritte representando uma série de cachimbos, cujo nome é Ceci n’es pas une pipe (isto não é um cachimbo)”. Este é um extrato do livro Vencendo a Crise de Thomas Peters e Robert Waterman, página 3 da 23a edição. É a mesma coisa dizer que o mapa não é o terreno ou que um GPS mostrando um caminho não é o próprio caminho. Também o planejamento não é a ação, um Plano de Negócio, uma meta bem descrita, um projeto não é o fato em si ou o resultado por si só. E porque é importante dizer isto? Porque normalmente as pessoas confundem o mapa com o terreno, é muito comum os teóricos de plantão ficarem encantados com o planejamento como se ele fosse a oitava maravilha do mundo que irá resolver todos os problemas. A planta de uma casa não é a casa.

É muito mais comum do que se imagine os planejamentos ficarem dentro das gavetas, os Planos de Negócios também serem engavetados e as metas esquecidas. Gasta-se muito tempo planejando e tudo que se planeja dissolve-se no ar. Os empresários tem medo de agir, os funcionários não agem, pois têm medo de arriscarem, de errarem e consequentemente levarem um pito de seus superiores e até mesmo têm medo de serem mandados embora, pois não existe a cultura do erro na empresa, tão importante para a cultura da inovação. 


Não tem como uma empresa ter a cultura da inovação sem junto implantarem a cultura do erro. Como assim? Cultura do erro? Cê tá doido? Não, não estou doido não, as empresas deveriam instituir a cultura da inovação e, consequentemente, a cultura do erro, que nada mais é que a permissão para errar. Mas, vejam se me entendem melhor, não é que a empresa deve valorizar o erro pelo erro. Não! Até para errar é necessário ter critérios. Em que não é possível errar? Naquilo que impacta profundamente o propósito e os valores da empresa. Esta parte é inegociável. Neste ponto todo cuidado é pouco, mas mesmo assim se ocorrer um erro, apenas deve ser avaliado o que está acontecendo para que as pessoas não tenham internalizado profundamente os valores e o propósito da empresa.

A pintura de um cachimbo não é o cachimbo. Tiago Mattos em seu brilhante livro “Vai Lá e Faz” também nos convida a arriscarmos, a irmos para o mercado, a colocar a cara para bater. Obviamente ele não usa estes termos, mas a lição que fica é esta mesmo.

Então, aprenda a fazer, a agir e a mover-se. Vá a luta, encare o mercado, aprenda a perder, a fracassar, a receber “não”, a errar. O importante não é quantas vezes você cai, mas quantas você levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima e continua andando. No Vale do Silício, sede da inovação no mundo, os erros chegam a ser aplaudidos. Leiam o livro Organizações Exponenciais do Salim, Ismail e Gees e também o livro Confiança Criativa de David e Tom Kelley, os donos da Ideo, provavelmente a empresa mais criativa do mundo.

O mercado não é certo e nem errado, não é justo e nem injusto, não é honesto e nem desonesto e é isto tudo ao mesmo tempo. Não adianta reclamar do mercado, ele não está nem aí para você, ele cego, surdo e mudo, não te enxergará, não te escutará e não falará nada com você. O mercado é uma entidade tão presente quanto invisível. Apenas o mercado exige uma coisa que vale ouro: identidade.

Quem não tiver identidade estará fora do mercado. E o que é ter identidade? Como ter identidade? Primeiro construindo um propósito consistente, forte, que tocará o coração das pessoas, tanto o seu coração, quanto o coração dos  funcionários e também o coração dos clientes. Junto com um cliente de advocacia, a Lemes Teixeira, levamos em torno de trinta dias para a construção do propósito do escritório. Quando o propósito surgiu, foi como uma criança nascendo, alegria para todos os lados:

“Confortar todos os corações aflitos do mundo”

Uau!!! Que propósito, um propósito realmente transformador. Propósito é algo impossível ou que beira o impossível de ser atingido. É algo que a empresa perseguirá até o fim de sua vida, ele nunca terá um prazo para acabar. Sempre a Lemes Teixeira terá algum coração aflito para confortar com seus trabalhos de direito familiar.

Tendo o propósito como referência, como escudo e como espada, vá lá e faz, faça, aja e mova-se. Erre, apanhe, aprenda, participe, o mercado te espera.

Atualmente o Planejamento Estratégico se orienta mais por meio do effectuation do que do causation. Fomos educados na Era Industrial clássica a trabalhar com o causation, ou seja, planejar primeiro e fazer depois. Não que isto está démodé, ainda é válido traçar linhas gerais sobre o que deve fazer, como fazer, etc. etc. mas, o que vale mesmo hoje em dia são Planejamentos Estratégicos na linha do effectuation, ou seja, faça e corrija a rota com o avião em alto vôo. Não sou eu que criei esta teoria, quem falou sobre isto foi nada mais nada menos do que Saras Sarasvasthy, a ícone atual do empreendedorismo, criadora do método Effectuation que explodiu no mundo como a nova sensação e solução para quem quer empreender. Mas este assunto do Planejamento Estratégico ficará para um outro artigo.

E você? Se permite errar? Tem dificuldades de se lançar no mercado? Vamos bater um papo? Quem sabe eu posso te ajudar em muitos aspectos.


Alberto Barbosa Alberto Barbosa Alexandre Gatti Lages André Silveira Andrade Andreia Nunes CARLA BECKER ABRAS BOUÇAS Cleani Paraiso Marques Cristiana Agostini Daniel Portela Diogenes Carvalho Lima Eduardo Gomes, MBA, CCA IBGC Eduardo Lapa Eduardo Saverin Elza Giostri Fabiana Pereira FABIANA ROCHA Fabio Veras Fabrini Galo (CCA IBGC) MBA Farias Souza, BOARD Flavia Mardegan Frederico Vasconcelos Gustavo H. Hélio Osmo Igor Leite Jair Rezini Jean Jereissati José Ferrão José Renato Barbosa L. Juliana Micheletti Juliano Cornélio Kezer Almeida Leandro Fernandes Pereira Lina Valléria Lucas Sanches Luciana Rodrigues Luciano Huck Luciano Pinheiro Marcelo Simonato, BOARD Natália Petrucci Noemi Garcia Moraes João Paulo Barra Palmieri Paulo Grigorovski Paulo Martins Paulo Nigro Rafaela França Rafael Lucchesi Gomes Rachel Paranhos Ricardo Costa, MBA Ricardo Dalbosco ∴ Roberta Nunes Barbosa Roberto Aragao Sara Velloso Sebrae Minas Sergio da Motta Tania Puglia Thiago Trindade Udo Kurt Gierlich Valeria de Campos Oliveira

Marco Antônio Gazzinelli de Lima

Sócio - Insight Inteligência em Negócios Ltda. Sócio - Lucchesi Educação e Consultoria Ltda.

6 m

Márcio ótimo texto, nos leva a refletir sobre como muitas vezes por medo de errar deixamos de fazer algo. Com certeza vários processos inovadores foram abandonados por falta de coragem e ousadia. Infelizmente ainda tem muito planejamento sendo feito apenas para agradar o "patrão". Abraço

Eduardo Lapa

Diretor de Mercado e Governança | Conselheiro | SEEL Engenharia

6 m

Muito bom, Márcio!!!! 🚀

Tania Puglia

Mentoring | IT Governance | Agile & Digital Transformation | Conselheira consultiva

6 m

Dicas úteis!!

CARLA BECKER ABRAS BOUÇAS

Conselheira Consultiva | Board Member l OfIcial de Compliance I CEO - CONCIERGE COMPLIANCE CONSULTORIA EMPRESARIAL I CFO nas empresas ESCO - ENERGY SAVING COMPANY e GAISSLER & SOLON - INDUSTRIAL DESIGNER

6 m

Exatamente meu caro ninguém quer errar, mas o erro pode nos ensinar muito mais que os acertos. Quem já passou por quedas tem uma bagagem extra de conhecimento. Obrigada por compartilhar o seu texto.

Frederico Vasconcelos

Advogado Público Federal | Conselheiro Consultivo | Board Member | Vivenciando uma Startup de Tecnologia

6 m

Gostei muito da abordagem Marcio. Traduziu bem a prática e faz o alerta prudencial. Parabéns.

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