Faça a sua viagem, não a dos outros

Faça a sua viagem, não a dos outros

É inevitável: você volta de viagem e vai todo animado contar à família ou aos amigos sobre o passeio fantástico que fez nas férias ou no feriadão. Mas o entusiasmo se transforma em decepção logo nos primeiros instantes.

Basta você falar que foi ao Rio de Janeiro, por exemplo, para alguém perguntar se você foi ao Pão de Açúcar, ao Jardim Botânico ou qualquer outra atração mais famosa.

E ai de você, se não tiver ido:

– Nossa, mas como assim você não foi lá? Tem de ir!
– Não foi? Mas que viagem é essa que você fez?
– Ah, não foi? É como ir a Roma e não ver o papa!

Se você costuma se irritar com esse tipo de pessoa, prepare-se para encarar um interlocutor ainda pior: o viajante descolado. Ele já foi 15 vezes a Paris, mas nunca passou perto do Louvre ou da Torre Eiffel. Se você contar a ele que andou de bondinho no Rio ou de gôndola em Veneza, ele fará cara de nojinho. E com um ar superior, desfiará uma lista de bistrôs alternativos, museus desconhecidos e passeios inusitados dos quais você nunca ouviu falar.

A grande verdade é que os amigos e parentes adoram dar pitacos nas nossas viagens. Se você for para as montanhas e não para a praia no Carnaval, eles te olharão como se você fosse um extraterrestre. E por aí vai.

O problema é quando esse tipo curioso de cobrança passa a ganhar corpo e relevância, fazendo com que você mude planos ou altere itinerários. E isso é mais frequente do que se imagina.

Já ouvi vários relatos de pessoas que não pretendiam visitar uma determinada atração turística, durante a viagem, porque o tempo e/ou o dinheiro era curto. Ao voltar de viagem, confessaram que acabaram fazendo o tal passeio porque “todo mundo faz” ou “não tinha como não ir lá. Vai parecer que não viajei”.

O efeito colateral imediato desse tipo de comportamento é uma insatisfação crescente. Você gasta tempo e dinheiro preciosos para relaxar e se divertir em uma viagem, mas volta com a sensação de que não fez o que queria. E no final das contas, acaba desperdiçando momentos importantes (talvez únicos) de sua vida.

Por isso, quando for programar sua próxima viagem, lembre-se dessa recomendação como a mais importante de todas: faça a sua viagem, não a dos outros. Não importa se você vai fazer o que todo mundo faz ou se seu passeio é alternativo e diferente da maioria. Tenha em mente que cada viagem é uma experiência particular, e ela mudará conforme seus objetivos, suas necessidades ou suas possibilidades.

A sua Paris jamais será a mesma dos seus pais, dos seus amigos ou colegas de trabalho. E nem precisa ser. Os seus desejos e expectativas são frutos da sua vivência e do seu repertório e, portanto, é quase impossível que seu roteiro ideal seja o mesmo de outra pessoa. Da mesma forma, sua disponibilidade de tempo e dinheiro será diferente do de outras pessoas, e isso contará muito no final.

Você pode até coletar dicas, palpites e recomendações de outras pessoas. Muitas delas são interessantes e podem lhe ajudar muito na viagem. Mas lembre-se: a decisão final é sua e das pessoas com quem vai viajar. Só o seu livre arbítrio fará com que seu próximo passeio seja inesquecível! 


A coluna Viajante em Tempo Integral é publicada no jornal O Estado MS e em outros veículos do país. Você pode saber mais sobre o projeto pelo endereço www.tempointegralblog.com

Eduardo Alves

Owner of Mapa-Mundi Viagens, a proud member of EmbarkBeyond Brasil, VIRTUOSO affiliate agency, endorsed by Forbes Travel Guide. Award winning travel writer, editor-in-chief for Mapa-Mundi.com

8 a

Muito bom o artigo, Fábio Mendes!!!

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