Fabio Menezes conta suas histórias no futebol e destaca “chance de ouro” do irmão Ramon, treinador do Vasco
O famoso da família é o Ramon. Mas o seu irmão Fabio Menezes também tem bastante bagagem no futebol. Mineiros de Contagem, desde pequenos, os dois estiveram ligados ao mundo da bola.
Enquanto Ramon teve uma carreira consagrada, cheia de conquistas, Fabio até virou jogador profissional, mas sua trajetória foi discreta, sem grande destaque.
Depois que penduraram a chuteira, eles formaram dupla de comissão técnica. Nos trabalhos de Ramon como treinador (antes de chegar ao Vasco), ao seu lado sempre esteve seu irmão Fabio, que era auxiliar. Ao todo, os irmãos Menezes trabalharam juntos em cinco clubes. O último foi o Tombense.
Depois disso, Fabio voltou para Contagem-MG e hoje, aos 43 anos, dá aulas de futevôlei e faz edições de vídeo para jogadores, aquele famoso DVD com os melhores lances de um atleta.
Em entrevista, Fabio fala sobre sua experiência no futebol, a relação com o irmão e a “chance de ouro” que Ramon terá de treinar um grande clube.
Pergunta: Fale sobre a infância de vocês e o contato com o futebol neste período. Vocês dois sempre foram unidos?
Fabio - A nossa infância foi muito feliz. Praticamente na beirada de campo. Acompanhando o meu pai [Waldir] no futebol amador. Pelada de rua toda hora. Chegava da escola já ia jogar bola. Nosso passatempo principal. A nossa vida sempre foi ligada ao futebol desde muito cedo. A gente sempre andou colado, gostava das mesmas coisas. Brincava junto, sempre muito unido.
Seu pai então jogava futebol amador e desde pequeno vocês o acompanhavam?
- É... modéstia à parte, meu pai era craque de bola. Era um camisa 10 quase que completo. Como falava antigamente, aquele ponta-de-lança, que pisava na área, fazia gol. E, nos finais de semana, a gente passava na beirada de campo sempre observando o meu pai. O jeito dele, as jogadas. Ele sempre foi uma referência tanto técnica quanto física, de entrega. Um jogador muito voluntarioso também. Se o jogo tivesse ruim na parte técnica, na garra ele também conseguia se sair bem. Era um jogador físico e técnico.
Fale sobre a sua trajetória no futebol. O Ramon, todos sabem teve uma carreira vitoriosa, mas você também chegou a ser jogador profissional, né?
- Comecei aos 13 anos no infantil do Cruzeiro. Fiquei lá até o juvenil e fui dispensado. Depois fui para o América e fiquei até o segundo ano de juniores. Em 95, tive a oportunidade de me profissionalizar no Jequié-BA. Depois, o Ramon foi para a Alemanha e me levou. Eu joguei uma temporada na terceira divisão de lá. Depois voltei ao Brasil. Aí fui para o Sete de Setembro, Madureira, Bangu, Americano, Uberlândia, Ipatinga. Eu e meu irmão até jogamos contra num Atlético e Ipatinga, no Mineirão. Eu e ele fizemos gol, o Atlético ganhou de 2 a 1.
Depois do Ipatinga, comecei a rodar de novo. São Cristóvão, Bragantino. E em 2003, cheguei no Vasco, mas não fui aproveitado e aí desanimei. Com 27 anos, encerrei minha carreira como jogador. Comecei a trabalhar com outros segmentos. Trabalhei com transporte de caminhões agregados. Tive restaurante. Mas, queira ou não, como apaixonado por futebol, sempre ligado [ao futebol].
E antes de ser auxiliar do Ramon, você já tinha atuado na função?
- Fui convidado em 2011 pra fazer parte da comissão técnica do Leandro Machado no Joinville. E nesse projeto eles tinham o nome do Ramon. Eu fui pra lá em 2011 trabalhar como auxiliar e o Ramon foi como jogador. E ele me deu muita força nesse processo. Nós fomos campeões da Série C e da Copa Santa Catarina logo no primeiro ano.
Desde então, procurei me aperfeiçoar. De 2011 a 2018 trabalhei direto, sem parar, rodando por alguns clubes com alguns treinadores. Depois do Joinville, fui para o Ipatinga, Treze-PB, Moto Club-MA e Caldense (os dois últimos com o treinador Eugênio Souza).
Em 2015, o Ramon começou a sua trajetória como treinador e me convidou. Eu saí da Caldense e já emendei um trabalho com ele na ASEEV-GO, na terceira divisão de Goiano, onde nós fomos campeões invictos. E aí depois fomos pro Anápolis, Guarani de Divinópolis, Joinville e, por último, Tombense.
Depois da saída do Tombense no segundo semestre de 2018, você está trabalhando em qual área?
- Sempre alguma coisa relacionada ao futebol. Sou professor de futevôlei em Contagem-MG. Sempre que estou por aqui, estou dando aula de futevôlei em algum clube ou algum estabelecimento. Hoje trabalho no Campestre Yucca Clube e na Arena 031 Beach Sports, nesses lugares tenho mais de 60 alunos. Tenho também a fundamentação de atletas de futebol, que estão iniciando de 8 a 15 anos, devo ter uns 10 alunos nesta faixa.
Trabalho também com edição de vídeo [F7 Edições Esportivas]. Por ser analista de desempenho, eu mexo nessa área fazendo vídeo de jogadores, mostrando o trabalho deles e faço currículo para treinador. Então eu sempre tô fazendo alguma coisa que está ligada ao futebol. Sou aquele filho do esporte mesmo.
Qual foi sua reação quando soube que o Ramon foi confirmado como novo técnico do Vasco? Como que o Ramon está encarando esta oportunidade?
- Ah... a gente recebeu a notícia com muita alegria. Assim, é fruto do trabalho dele, por merecimento. Eu que acompanho de perto o trabalho do Ramon sou até suspeito pra falar da capacidade e da preparação dele. O Ramon, desde que parou de jogar [em 2013], é um cara que estuda, faz curso. E a gente acredita que essa é a chance de ouro da carreira dele. Ele está encarando desse jeito.
Ele está muito feliz com essa oportunidade que lhe foi dada. O Ramon sempre foi muito profissional no que ele faz. A gente torce para que tudo se encaminhe bem. Tenho certeza que o Ramon vai ser um treinador muito bem sucedido. As passagens anteriores em alguns clubes acrescentaram muito, isso tudo foi uma escola. O início de carreira dele teve altos e baixos. E agora ele está muito preparado e concentrado.
A gente, daqui, só fica na torcida. Conhecendo a pessoa que ele é, do bem. Um profissional de primeira linha, de potencial. Espero que os atletas possam remar junto com ele, que isso também é importante, porque treinador não trabalha sozinho. Mas o que ele puder fazer, ele vai fazer para brilhar. A gente está aqui na torcida desejando tudo de melhor para ele, sempre.
Analista de comunicação de marketing
4 aSorte a nossa que ele voltou, responsável por fazermos apaixonar por futevôlei. 👏🏽
Analista Contábil em Stellantis (FCA Services)
4 aTop professor!